Adriana Belém
Facilitadora da contravenção dos bingos e caça-níqueis, o Ministério Público montou mega operação contra extensa rede de jogos de azar, na qual a delegada Adriana Belém estava envolvida. O juiz disse que ‘o “gigantesco valor em dinheiro vivo indica grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa”.
Muito dinheiro
Envolvida na Operação Calígula deflagrada nesta terça-feira (10), a delegada foi presa em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ao mesmo tempo, foram apreeendidos R$ 2 milhões em sacolas de grifes.
A 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) expediu o mandado de prisão.
“O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)”, anotou em sua decisão o juiz Bruno Monteiro Ruliere.
O juiz cita ainda que o dinheiro achado dá “credibilidade ao receio de que, em liberdade, a ré destrua ou oculte provas ou crie embaraços aos atos de instrução criminal”. Adriana foi nomeada em agosto de 2021 para um cargo na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio e seu salário, de acordo com o portal da transparência é de R$ 8.345,14.
Os R$ 2 milhõesinheiro apreendidos na casa da delegada Adriana Belém foraqm retirados da casa em um carrinho de supermercado.
Em fevereiro deste ano, ela comprou um Jeep Compass, avaliado em quase R$ 200 mil, para dar de presente ao filho no aniversário de 18 anos. Nesta segunda (9) a delegada Adriana Belém mandou blindar o carrão.
A ação é contra uma rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade e pelo PM reformado, o miliciano Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes — e acobertada por policiais. Ao todo, a operação já conseguiu prende 14 pessoas e cumpriu 24 dos 29 mandados de prisão, sabendo-se alguns alvos da Operação Calígula já estavam detidos.
Dinheiro apreendido na casa de Adriana Belém — Foto: Reprodução
Acordo para caça-níqueis
O MPRJ informa que a quadrilha “estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos, principalmente ligados à segurança pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio.”
Diz mais o MPRJ:
“Nesta esfera, integrantes da quadrilha, membros da Polícia Civil, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo de Rogério”, destacam os promotores.
“Oficiais da PM serviam de elo entre o grupo e batalhões de polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo.”Agentes saíram para cumprir, no total, 29 mandados de prisão e 119 mandados de busca e apreensão. Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.Segundo a Polícia Civil, Adriana Belém e Marcos Cipriano não têm cargos atualmente.
“Adriana Belém está de licença e Cipriano trabalhando em outra instituição. A Corregedoria solicitará acesso às investigações para dar andamento aos processos administrativos necessários”, declarou.
Adriana comissionada da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e ganhava perto de R$ 10 mil. A secretaria informou que a delegada será exonerada.
Adriana Belém
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