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Aqui Rubens Pontes: Meu poema de sábado – Poema de Natal, de Cora Coralina

– Aretético Don Oleari:

Votos de tudo bom. Que o futuro reflita em floresta sem queimadas as árvores que você plantou ao correr deste ano de vai-vem que ora finalmente se vai.
Abraço.
Rubens”.

É da Lei: quem se vale de texto alheio, de um único autor, para compor o seu, pratica ato ilícito: é plágio. Mas, para quem se vale de textos de vários autores, mesmo em alguns casos não abrindo aspas, não é. Estará realizando pesquisa. Está escrito.

É assim que, partindo dessa isenção, este escriba se vale de trabalhos de intelectuais como Mary Beards (à direita), John North (à esquerda), Pedro Paulo Funai (Unicamp), André Chevitare (UFRJ), e principalmente Alexandre Versignasse (direita) e Thiago Minami, para compor esta coluna que busca abordar o sensível tema do Natal.

É também assim que a coluna busca subsídios para se reportar a um episódio ocorrido em Roma, num dia 25 de dezembro do Século II, quando a população festiva comemorava o nascimento do deus persa Mitra (abaixo, à esquerda), entidade que representa a luz, uma das divindades mais reverenciadas pelos romanos da época. Na Mesopotâmia, a mesma celebração durava 12 dias.

Os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio – ou Baco – o deus do vinho (à direita), enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos.

Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza.

Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam festivamente a data em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.

Solstício cristão

Se especificamente sobre a data em que Cristo nasceu o Novo Testamento nada diz, em 221 d.C. o historiador cristão Sextus Julius Africanus marcou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, mesma data do nascimento de Mitra (a entidade da luz no Século II, já citada).

A Igreja aceitou a indicação e, a partir do século 4 da nossa Era, quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar.

– “Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, escreveu o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp (à direita).

– “Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções do mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural”, afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.

Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram se incorporando à tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal, tudo vêm de lá.

Nasce o Papai Noel

A história nos é narrada por Alexandre Versignasse e Thiano Minami (à esquerda):

– “Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu.

Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, “profissional”.

Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.

Bom, mais ou menos. O benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade.

Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.

Na Rússia e na Grécia, Nicolau se tornou o santo principal, a Nossa Senhora Aparecida deles.

Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de FatherChristmas (Papai Natal). Os franceses cunharam PéreNöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois.

Foi assim que o Natal que a gente conhece foi ganhando o mundo.

Poema de Natal

O Brasil é um País eminentemente cristão, e o nascimento de Jesus, seu martírio, sua morte e sua ressurreição são reverenciados nas casas, nos templos, nos terreiros, no coração de cada um de nós. Nossa fé é mais forte e mais imperiosa do que a História.

O Portal Don Oleari  participa do mesmo sentimento que faz do Natal a data mais fraterna para os homens de boa vontade, orando em Jesus, o filho de Deus, para que o Brasil e os brasileiros encontrem seu melhor caminho para um futuro mais justo e por extensão mais humano.

É sobre essa data, tocada pelo dom da Luz, que nos fala a insuspeita Cora Coralina, a doce poeta escolhida para compor a Coluna deste sábado que antecede o Dia Sagrado com seu POEMA DE NATAL.

Rubens Pontes,
Capim Branco, MG

Linki pra ler Passos, Saltos & Quedas, de Rubens Pontes.
http://online.anyflip.com/mitk/xjqj/mobile/index.html?fbclid=IwAR39mt-wlzHGKBAeTSG7cZOD4etEr38ocVyHkE-rPKkwvhpfI8qfvf7khLE#p=10

 

POESIA DE NATAL

Cora Coralina

Enfeite a árvore de sua vida
com guirlandas de gratidão!
Coloque no coração laços de cetim rosa,
amarelo, azul, carmim.
Decore seu olhar com luzes brilhantes
estendendo as cores em seu semblante.

Em suas listas de presentes
em cada caixinha embrulhe
um pedacinho de amor,
carinho,
ternura,
reconciliação,
perdão!
Tem presente de montão
no estoque do nosso coração
e não custa um tostão!
A hora é agora! Enfeite seu interior! Sejas diferente
Sejas reluzente!

Don Oleari - Editor Chefão

Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham

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