Autoridades
Por João Paulo Oleare
A mulher do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio, afirmou na manhã desta segunda-feira, 13, que dois corpos foram localizados durante as buscas. As autoridades, no entanto, ainda não identificaram os corpos. Bruno e Dom estão desaparecidos desde o dia 5 de junho.
Alessandra afirmou ao jornalista André Trigueiro, do G1 e da Globo News – https://g1.globo.com/ , que foi contatada inicialmente pela Embaixada Britânica e logo depois pela Polícia Federal. Reportagem do Uol afirma que um cunhado de Phillips confirmou a localização de dois corpos.
Segundo ele, a irmã “foi sinalizada por um amigo agora pela manhã que dois corpos foram encontrados, mas entendemos que ainda precisam ter a identificação”. Segundo Alessandra, os corpos já foram identificados como sendo de seu marido e de Bruno.
Nem as autoridades (Polícia Federal, Forças Armadas) nem a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (associação para a qual Bruno dava suporte e uma das coordenadoras das buscas) confirmaram que os corpos foram identificados.
O jornal britânico The Guardian, para o qual Dom já trabalhou várias vezes, ouviu um outro cunhado do jornalista. Paul Sherwood teria afirmado que o embaixador brasileiro no Reino Unido “não descreveu a localização e disse que foi na floresta e que estavam amarrados a uma árvore e ainda não haviam sido identificados”.
Ontem (dia 12 de junho), equipes de busca encontraram diversos objetos que seriam dos dois: um cartão de saúde, uma calça preta, um chinelo preto e um par de botas pertencentes a Bruno e um par de botas de Dom. Além disso, mais cedo havia sido encontrada uma mochila com roupas, pertencente ao jornalista.
Segundo as autoridades, o material estava próximo da casa de Amarildo Costa de Oliveira, o único suspeito de envolvimento no desaparecimento preso até aqui.
A alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, manifestou preocupação com as crescentes ameaças a indígenas e ambientalistas no discurso de abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU (realizado hoje em Genebra, Suíça).
Sem citar casos específicos, Bachelet afirmou que “no Brasil, estou alarmada por ameaças contra defensores dos Direitos Humanos e ambientais e contra indígenas, incluindo a contaminação pela exposição ao minério ilegal de ouro. Peço às autoridades que garantam o respeito aos direitos fundamentais e instituições independentes”.
Foto: TV Globo