Barra do Jucu
Por Kleber Galvêas, artista plástico
Como disse um amigo Barrense (*): “trocentos policiais armados fechando ruas, tentando atrapalhar o nosso carnaval caseiro amistoso. Atrapalhou.
(*) Barra do Jucu, Vila Velha/ES.
Todo mundo vacinado e nenhuma ocorrência policial, num lugar aberto, onde a constante maresia corre do mar.
”Será esta ação policial um impróprio reflexo da era do “putinismo”?
O povo em primeiro lugar?
– “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós” – como diz a música da Imperatriz Leopoldinense. O barrense Rubinho Gomes pontifica:
“Baseado na liberdade, cada um tem o seu papel”. Polícia vigia, povo brinca, bombeiro apaga o fogo…. Né?”
Durante o carnaval a Arte está mais na rua do que em outro lugar: nas músicas, danças, roupas, performances, mas principalmente, no espírito.
Ao anunciar o beijo pedimos: “Não me leve a mal, hoje é carnaval.” Vivemos dias mágicos de comunhão, de tolerância, de criatividade e de espontaneidade. Talvez o carnaval seja, no Brasil, o lapso mais cristão do ano. É um evento cultural fantástico que revela desenvolvimento humano extraordinário.
A convivência que ele propicia entre cidadãos de origens diversas (inclusive estrangeiros) tem sido ob
jeto de estudo e admiração, de nações desenvolvidas que vivem atormentadas com conflitos internos graves, que se aprofundam com o tempo, afastando as pessoas, criando guetos, reservas e muros.
Kleber Galvêas, pintor
Foto de capa:
Borboleta pintada por Homero Massena, com 89 anos, na parede do nosso ateliê, na Barra do jucu.
27 de fevereiro, 2022