Cláudio Lachini: A origem do Computador – inventado pelo Cramulhão | Fábula | 28/12

Compartilhe:

Computador

“In Memoriam”

 

– “Se é mal, por que não tentar?”

– disse o Diabo maior, esfregando as mãos.

Belfagor e o computador

– “Chefe, criarei um engenho capaz de atormentar homens e mulheres por todo o sempre”, prometeu o desastrado capeta.

Belfagor, o demônio enviado por Lúcifer a Florença no século XV e fracassado em sua tarefa de destruir a família e as virtudes, segundo o relato de Niccolò Machiavelli, cumpriu quatro séculos de penas infernais.

 supercomputador-k-20110621-original1-1.jpgSupercomputador (foto) da Universidade de São Paulo (USP)faz 20 trilhões de operações por minuto.

Não gozou de nenhum benefício de redução da pena, que é a queimação eterna.

Lúcifer não retrocede jamais.

A pior pena do Inferno, sabem os entendidos, não é a queimação perene, de um fogo que não se extingue como a paixão: é a rotina, a chama uniforme, sem brisa ou labaredas, sem cinzas e sem fim.

Pois foi aquela rotina infinita que, um dia, cumpridos os quatro séculos de expiação, levou Belfagor a Lúcifer, animado com nova proposta de baixar à Terra, ao centro do Poder, que se havia deslocado de Florença para Washington, nos Estados Unidos da América.

– “Chefe, criarei um engenho capaz de atormentar homens e mulheres por todo o sempre”, prometeu o desastrado capeta.

– “Seu nome vem do ato de fazer contas e da condenação eterna infligida por Deus aos bichos de duas ou mais pernas, a dor”, explicou Belfagor a Lúcifer, esfregando as mãos de contentamento, enquanto assoprava-lhe o substantivo ao ouvido.

– “Computador! Belo nome!” Aquiesceu o diabo maior e deixou escapar, alto e bom som, para que toda a diabada em volta de seu trono ouvisse:

– “Se é mal, por que não tentar?”

 sperandio-lachini-capa.jpegClaudio Lachini – In Memoriam – 1941 / 2016 –
jornalista, escritor

Nota do Editor Chefão:

Os dois últimos livros de Claudio Lachini são “Sperandio” e “Vasco – Memórias de um precursor da globalização”, ambos romances históricos que se misturam à história real do período da colonização do Espírito Santo (o primeiro) e pós descobrimento do Brasil (o segundo).

“Piotaco” do Oleari

Dou um repeteco pro texto delicioso, cheio de simbolismos, pois sempre comungamos, o Cláudio e eu, dos mesmos sentimentos quanto ao que sempre tratei de trolha eletrônica bilgueitiana istivijobiana. Costumávamos dizer:

“esse trem é realmente coisa do Cramulhão”.

Muitos séculos depois a invenção do Capeta foi aperfeiçoada por uns caras aí chamados Bil Gates, Steve Jobs, entroutros, certamente muito familiarizados com o coisa ruim relatado por Cláudio Lachini.

Recadim aos “cabeção” quissão só de “curtir retratim” no maledeto feissibuqui: O Zuckeberg também devidisê aparentado do Belfagor: textim pra ler e se deliciar com a bela fábula do nosso sempre saudoso Cláudio Lachini (Oswaldo Oleari).

Computador

https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare

https://donoleari.com.br/lei-de-incentivo/

Repeteco: em 4/out/2016 – Publicado em 21 de agosto de 2013

Siga nossas redes:

Tags

Compartilhe:

Picture of Don Oleari - Editor Chefão

Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham