Aos 11 anos de idade tive meu primeiro encontro com a espiritualidade. Me lembro bem. Foi no extinto Centro Espírita Trabalhadores da Umbanda em Vila Izabel, Cariacica/ES.
Ali vivi experiências que trago junto a mim até hoje: grupos de estudo, desenvolvimento, disciplina, operações espirituais, piscografia, irrradiação… saudades do médium chefe Antonio José Valejo, das amigas Hebe Manato, Geralda, Dulce, Ivone, dos companheiros Arildo, seu Agildo, Zélio, Jorge, dentre tantos.
Uma verdadeira família. Me lembrei também de outras casas: de dona antonieta em são torquato, welber em bela aurora (que depois foi para são torquato), seu orestes em alto lage, seu zé quirino e zé vicente em itaquari, seu ribamar do centro espírita vovó cambinda da guiné em tucum, dona ruth em vera cruz, dona maria de seu mata virgem em vasco da gama, do tabajara, do canabibi…nossa!
Como o tempo voa! E com o passar do tempo também veio a mudança de custumes e formas de conduzir uma das ciências mais belas que a vida me apresentou. Era tudo paz e energia. Chego a me arrepiar! E na sexta-feira santa, dia de tomar o fecha corpo, e alimentar as entidades de esquerda para que elas não se dispersem do rumo à evolução, me vejo cercado de babalorixás pop stars, estrelas, ostentação, onde o contato com os filho é feito com horário marcado, com o cartão de crédito na mão, com distanciamento, com condutas questionáveis…caramba; como fui privilegiado!
Existem excessões e tradições que são mantidas, é claro. Mas o que questiono é a fé. Daquela fé que virou artigo de negociatas, interesses e trocas. Essa não! Resolvi que a minha religião e meu deus não precisam de denominação, luxuosos templos, de roupas riquíssimas e rituais faraônicos. Ele existe e está latente dentro de mim. E isto já me completa. Quanto aos famigerados sem esclarecimentos e luz, fica minha sensação de pena. Pena de não saber aproveitar tão sublime dom vindo do altíssimo. Saravá!”