Convento
Quando os Portugueses chegaram ao Brasil, Portugal conhecia notável progresso na navegação, comércio e nas artes. Nuno Gonçalves, Grão Vasco e Mestre de Santa Auta são representantes da pintura portuguesa dos séculos XIV ao XVI.
Há 454 anos, a primeira pintura chegou à América. O autor dessa façanha foi o Irmão Leigo Frei Pedro Palácios. Ele trouxe para Vila Velha (ES) uma tela renascentista da Escola Portuguesa “A Virgem com o Menino”, dita Nossa Senhora das Alegrias.
Segundo pesquisa que fiz em Lisboa (Museu Nacional da Arte Antiga 1967/68), orientado por Peniche Galveias, ela é obra do Mestre de Santa Auta.
A partir de 1558, essa tela ficou exposta ao público, em um pequeno oratório, na Prainha, Vila Velha. Depois, no alto do morro, onde permanece. Não há registro de nenhuma outra pintura anterior ou contemporânea a essa no continente americano.
A preferência era por imagens talhadas em madeira, pela facilidade no transporte, na conservação e uso como cofre. A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, mais antiga, é considerada milagre e não pintura.
Não me esqueci dos índios. Concordo com Mário de Andrade quando afirma em “Aspectos das Artes Plásticas no Brasil” que índios não pintavam: desenhavam com tinta. O início da colonização do México data de 1521. Seguidas revoluções e saques reduziram seu patrimônio. Não existe tela exposta há tanto tempo por lá.
O Convento da Penha possui outras pinturas com histórias interessantes. Junto ao altar-mor, duas telas ovais de Victor Meirelles mostram o morro, antes e depois da construção do Convento (Vitor Meireles é o autor das famosas telas históricas: Primeira Missa no Brasil, Batalha do Riachuelo, Batalha dos Guararapes).
No corredor da capela estão expostas quatro grandes telas (240 x 170 cm) do pintor paulista Benedito Calixto (1927). Uma delas mostra o ataque dos holandeses ao Convento, repelido por um exército de anjos que descem do céu.
O fato é que, passados treze anos dessa investida frustrada, os holandeses voltaram (1653) e levaram tudo que quiseram. Não houve socorro divino nessa ocasião.
Em outra tela grande de Calixto, no corredor, Pedro Palácios está em frente à gruta que habitava, apontando para a tela de Nossa Senhora das Alegrias, exposta no oratório da Prainha.
É possível que essa tela, exposta por tanto tempo, em local muito frequentado, também seja recordista de público. Não existe arte sem público. (Kleber Galvêas)
Convento
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