nuvem
Todo mundo tem uma conta de e.mail, preferencialmente gratuita, no Google, na Microsoft, na Amazon, na Globo, na Magalu ou em algum concorrente. Os mineiros raiz, como o dr. Christiano Ottoni, claro, tem conta na uai, e poetas como o Rubens Pontes sabem apenas que tem, e tropeçam nela como uma pedra no caminho.
Don Oleari, um jornalista multimídia e multitarefas, tem várias.
E todo mundo, também, está mais ou menos informado de que os seus dados, da ficha médica às fotos da família, estão arquivados “na nuvem”, onde “jamais se perderão”, mesmo não sabendo por que as informações não caem junto com as chuvas de verão.
nuvem
O problema é que esta nuvem não fica lá em cima e sim no solo, mais precisamente nos data centers das grandes empresas, que são, em essência, gigantescos clusters de computadores projetados para processamento de dados, compostos por unidades de processamento (CPU), memória (RAM), chips para processamento gráfico, armazenamento, sistemas de refrigeração e recuperação (backup).
Aí começa o risco – onde estão estas fazendas com as fotos de meus netos ou com meus dados bancários e eventuais contratos comerciais sigilosos? Não sei e não irão me informar. Podem estar no estado de Utah, nos USA, ou em Santana do Parnaíba, em São Paulo, ou podem ter migrado para a Irlanda, pelos benefícios tributários.
Até aí, tudo bem, são democracias e têm legislação para a proteção de dados e um sistema judiciário para realizar o tal do “law enforcement”, fazendo a lei valer.
Mas, e se o data center estiver localizado na China, um país totalitário de partido único ou na Índia, onde o governo anda reavaliando o que é democrático?
Posso ser considerado um inimigo do regime e meus dados serem usados contra mim, ou então meus dados podem ser considerados apenas um ativo e então comercializados para alguma companhia predadora.
E não pensem que isto é impossível, a Microsoft, ocidental e submetida à legislação americana, vendeu informações sobre milhões de cidadãos para uso na campanha eleitoral do Donald Trump – o escândalo da Cambridge Analytics.
E ainda nem falamos dos vazamentos por erros das empresas, por ação deletéria de colaboradores, e ainda pela ação de hackers. Às vezes a motivação é ideológica, como no clássico dos “papéis do Pentágono” e do Snowden, e nesses casos não há defesa, e vamos apenas reclamar.
Certamente, por todas essas razões e mais algumas, é preciso melhor regulamentação, mais cuidados da nossa parte e um pouco de generalizada desconfiança em relação à tecnologia, mesmo de uso inevitável. Sabia que a senha mais utilizada no Brasil é simplesmente 1234567890? Os hackers adoram.
Mas, faço uma pergunta: você sabe onde seus dados foram parar? (José Rubens Pontes).
José Rubens Pontes é jornalista pela Universidade Federal de Brasília, com atuação em veículos da Capital Federal e de São Paulo. Na área política, foi Chefe de Gabinete do Ministro Paulo Haddad, da Fazenda, no governo de Fernando Henrique Cardoso; exerceu Assessoria de Imprensa do Ministro João Camilo Pena, na Indústria e Comercio, e na Casa Civil da Presidência com o ministro Pedro Parente. Foi um dos executivos no Brasil do Grupo francês Saint Gobin.
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari – Não poderia deixar de festejar a chegada de mais um Pontes a estas plagas infernéticas do Don Oleari, portal de notícias. Ora, ora, minha senhora, o outro Pontes, que é pai desse Pontes que chega, é um dos mais incríveis parceiros dos últimos 800 anos. E eu sei que o DNA dos Pontes é algo excepcionalmente privilegiado que “contagia” até os parceiros mais probrizim de DNA, quinenquinois aqui.
nuvem
Editado por Don Oleari – [email protected] | https://twitter.com/donoleari