Ainda bem que animais não falam palavrão. Ou falam? | Renato Fischer | 27/12

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renato-fischer-a-da-assinatura.jpg 16 de novembro de 2023 40 KB
renato fischer

Palavrão, palavrão, por que não? 

Renato Fischer (*)

 

NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari | 

Recebi o texto abrindo com o recado abaixo:

– “Chefão, quebrei seu galho. Joguei o textículo no Word e consegui acentuar tudo. Aproveitei pra fazer pequenos remendos. Publica este”.

Tinha reclamado com nosso prezado mais novo colaborador sobre a absoluta ausência de acentos ao longo do texto. “Cê iscrevi no maledeto celular”? perguntei. Pior. Ele me contou que usa um teclado gringo lá nos isteitis, que não usa essa bobagera de acentos, ora, ora. Sugeri e ele foi pro Word e – ufaaaaaaa – deu certo. Fiquem aí com o bem humorado texto do Renato Fischer (Don Oleari).

A partir daí, ó:

– Hoje acordei com Ária, a gatinha da minha filha, colada no meu rosto. Grata surpresa, já que ela normalmente é muito arredia. Fiz uns carinhos nela e falei que ela é linda e dengosa. Veja a que ponto! Tô conversando com bichos! Nao tenho a acurácia de lo hermano Milei. Ele é craque. Não só fala. Ele conversa. Até com animais que já morreram.

Não falo com os que já morreram. Mas não é que a Aria me respondeu? Passando a patinha de leve no meu rosto. Acho que ela me respondeu: eu também te amo.

Então, mi hermano Javier, tambiem hablo con los bichos. Pra mostrar pra você que nosotros brasilenhos não devemos nada a vocês. Vocês são Maradona, mas nós somos Pelé.

Pensando ou filosofando, acho, sinceramente, que os animais deveriam falar. Falar tudo. Inclusive palavrões. Aliás, esse desejo nao é só meu. Milhares de roteiristas já colocaram os bichos pra falar, até mesmo quando o cinema era mudo.

Vejam que o tio Patinhas e o Mickey Mouse dialogavam naquela época. O Rei Leão não só fala, mas faz gestos. Gostaria de ouvi-los falar de verdade.

Porque inteligência eles têm. Muito mais do que boa parte dos humanos. Se falassem, certamente já estariam ocupando o Planalto. Têm dúvidas? E poderia ser o burro. Ele despachando com o Haddad. Já teria resolvido nosso problema fiscal.

“Só vamos comer a quantidade de capim que nascer no pasto”.

Não ia adiantar qualquer mensaleiro do centrão pedir pra relativizar. O quadrúpede certamente usaria um palavrão e o mandaria à puta que o pariu.  E acabou. Não teria déficit.

Mas burro não sobe escada. Sem problema. Lá tem rampa. Santa rampa! E o avião presidencial não tem. Melhor. Ele não gastaria nossos quintos (falo no plural porque não pagamos um quinto como era quando éramos colônia.

Hoje pagamos alguns quintos pra manter o play ground). Queria ver a turma do balão mágico passear mundo afora!

Seria muito bom ouvir a bicharada. Se lhes permitissem o palavrão, então seria uma catarse freudiana. Era pisar no rabo do totó e, em vez de “caiain, caiain”, ia te lascar um filho da puta na cara. A vaca certamente te mandaria mamar na têta da mãe.

Tem gente que vai mais além. Fala com plantas. E jura que elas respondem. Neste caso, fico em dúvida se interno numa UTI psiquiátrica ou se lhes tiro o baseado.

Falar é um bem maior que os humanos ganharam da natureza. Daí fizeram vários usos da prerrogativa. Inventaram palavras, deram nomes a tudo. Inventaram até xingamentos. Com palavrões e tudo. Compuseram frases. Pronto! Inventaram a mentira. E surgiram os políticos.

Gosto muito das palavras. Foram meu ganha pão durante boa parte da minha vida. Palavras, palavrinhas, palavrões. Mas confesso minha predileção pelos palavrões.  Por isso, Ziraldo é meu guru.  Dia desses me lembrei dele numa agência bancária.

E usei sua inspiração, pra dizer pro gerente: nem fudeeeendoooo! Queria que eu indicasse dois avalistas pra me conceder um crédito. Mas acabei indicando. Os seus progenitores. Sua mãezinha não é a pessoa em quem você mais confia? Não me deu o crédito. Mas saí feliz por ter lhe dito as palavras certas.

Os palavrões me fascinam. Porque elas impactam; muitas vezes são cabais. Nao deixam dúvidas. Às vezes assustam. Outras fazem rir. Sim, são os martelos dos humoristas.

Não importa o seu tamanho, o palavrão será sempre grande. A princípio os palavrões causam asco. Muitas persistem grandes, impactantes e fortes para sempre. O “vai tomar no cu”, por exemplo, nunca perdeu sua majestade.

Outras vão se civilizando e, de cães ferozes, acabam virando gatinhos. Igual o Bolsonaro. Vejam o exemplo do “coitado”. Surgiu pra designar alguém submetido a um coito. Seu descendente mais atual é o “fudido”. Este ainda causa um pouquinho de ataque aos brios. Mas o “coitado”, coitado, tá fudido. Já não alarma mais.

Aliás, nao sei porque se associa alguém submetido a um coito, com alguém desgraçado, como é o caso. Afinal, o coito é algo estimado, prazeroso; responsável, inclusive pela manutenção das espécies. Sem ele sucumbiríamos. Um coito começa a história. As histórias de cada um dos prezados leitores. Adão e Eva tiveram Abel e Caim. Pra isso Eva foi coitada.

Vejam vocês que, pra ser mãe, tem que ser coitada. Não necessariamente desgraçada. Embora muitas fiquem coitadas nos dois sentidos. São fraldas, papinhas, choro esganiçado nos ouvidos, dever de casa, esperar pelo filho da puta até de madrugada, etc.

Pra piorar, mais adiante os porras dos rebentos resolvem coitar e trazem o resultado pras bi-coitadas avós tomarem conta. Pronto! Ficaram tri-coitadas.

Cara! Mais de meia noite e não sei como terminar este textículo que tá ficando maior que um palavrão. Aliás, nem sei porque escrevi isso.

Ah! Sim. Foi pra dizer: Coitada da mãezinha do Editor Chefão.

Espero que ele não me censure por causa deste epílogo inocente e sem graça que inventei só pra terminar esta porra. God bless you (Renato Fischer).

(*) Renato Fischer, radialista, jornalista, médico, empresário.

NEC 2 do Editor Chefão, Don Oleari | A foto de capa seguiu o idioma da bênção filnal do autor. | Sem Censura. A única proibição aqui é xingar a mãezinha do Editor Chefão. Lembrar dela, pode. 

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Edição, Don Oleari – [email protected]

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham