Aqui Rubens Pontes - Meu poema de sábado
Com um detalhe: a bomba atômica foi fabricada com previsão de uso futuro; a vacina para o que já aconteceu, depois que aconteceu.
SE VOCÊ QUER PAZ PREPARE-SE PARA A GUERRA
OU UM MUNDO COM POETAS
Grupo internacional de paleontólogos descobriu pequenas lâminas em uma caverna da África do Sul comprovando que o homem arcaico era um pensador avançado e que fazia instrumentos de pedras há 71 mil anos.
Publicada na revista Nature, a pesquisa foi liderada por Curtis Marean, da Universidade do Estado do Arizona, Estados Unidos. As descobertas sugerem que nossos primeiros antepassados da África tinham uma capacidade maior para o pensamento complexo e a produção de armas deu a eles uma vantagem em termos de instinto evolucionário sobre o homem de Neanderthal, seu antecessor na escala da evolução. Tudo começou aí. O Portal Don Oleari, o novo, mas desde o antigo, não se surpreende com a violência que domina nosso tresloucado Planeta, herdada desde o Gênesis quando Caim matou seu irmão Abel, como narra o VelhoTestamento. O que se vê desde então é o império da violência se impondo na História desde quando o homem de Darwin escamoteou o rabo e desceu da árvore para conquistar o chão.
Nossa capacidade criativa voltada para a generosidade nunca se ressaltou - santos e poetas abriram rápido parêntesis com suas ideias de humanismo - mas desde o Período Neolítico, da Pedra Lascada – 600 mil a 10 mil anos AC - a criatividade do homem se voltou para a criação de armas de ataque: o arpão, o tacape, o machado de mão e a lança se sucederam para serem usadas no roubo de rebanhos e melhor ocupação de terras alheias. A inteligência do homem continuou voltada com predominância para a fabricação de armas, com o uso do cobre e do bronze pelos considerados historicamente países civilizados Egito e Suméria em suas guerras de conquista. Os gregos não nos deixaram só a herança do pensamento de seus grandes mestres da filosofia. Criaram o arco, a funda, as azagaias, a espada cripta na formação da principal unidade de infantaria do seu tempo para suas guerras de conquista, a exemplo dos assírios com sua infantaria ligeira ocupando toda a Ásia, Mesopotâmia, Síria, Palestina, Egito. Desde o Século XIX, no intervalo de 100 anos – entre Waterloo (1815) e o início da Primeira Grande Guerra Mundial (1914) – não houve muito espaço para o entendimento entre as grandes nações. As tensões permaneceram latentes e muitas vezes eclodiram e a inteligência humana continuou primordialmente voltada para a criação de armas letais. A ameaça maior, a bomba H, tem seu gatilho ao alcance de homens de países perturbados e levou para ser construída muito menos tempo do que uma vacina preventiva que pudesse ter livrado a humanidade do flagelo do corona-vírus. Com um detalhe: a bomba atômica foi fabricada com previsão de uso futuro; a vacina para o que já aconteceu, depois que aconteceu.
Nada mudou no campo da ambição humana. A humanidade continua cultuando ambições pessoais de poder ignorando a grande verdade levantada há mais de um século: - “Eis o meu vaticínio para o futuro, previu o biólogo inglês J.B.S. Haldane: “aquilo que não foi será. E ninguém está protegido.” UM NOVO MODO DE GOVERNAR O novo Portal Don Oleari - www.donoleari.com.br - continua coerente na sua visão de que os governos do Mundo deveriam ser assessorados pelos poetas, com uma Constituição que aboliria a violência e faria conciliar sonhos com realidade. Então, e só assim, quando o crepúsculo abrir espaços para a Lua Cheia que da varanda se descortina, se poderá sonhar com um novo dia em que as armas serão abolidas e os homens se entenderão e abraçarão os homens, confirmando o grande milagre da Criação. Maria Clara Parente Dois poemas em que uma e outro abrem sua alma e confirmam o que proclamam o Portal Don Oleari e o colunista: a poesia é um bom caminho para ser trilhado neste incompreensível “globo da morte” como nos circos do passado. - Maria Clara Parente, carioca, jornalista pela PUC, RJ, documentarista, fundadora do projeto “This is not the truth”, colaboradora da revista alemã “Emerge” e do Projeto Colabora; Narciso Araújo - Narciso Araújo, nativo de Vila de Itapemirim, ao sul do Espírito Santo, bacharel em Direito no Rio de Janeiro, eleito deputado ao Congresso Estadual do Espírito Santo, agraciado no seu tempo como “príncipe dos poetas capixabas”. Os dois foram pinçados, do Rio e daqui, propositadamente irmanados no laço de fraternidade com o qual sonhamos os homens de boa vontade.
Rubens Pontes, jornalista
Capim Branco
MG
POEMA INÉDITO DE MARIA CLARA PARENTE É impossível atravessar as flores de salto alto é impossível quebrar as escamas do seu sutiã é impossível costurar as asas do seu cachorro é impossível cozinhar a neve dentro da grama e por mais estranho que pareça é possível que o ano comece sem carnaval e em um ano sem carnaval é impossível achar confetes nas ruas NARCISO ARAÚJO - (1877-1944)
“Sonhar”, o poema, foi extraído da obra SIMBOLISMO / seleção e prefácio Lauro Junkes. Sâo Paulo: Global, 2006. 152 p. (Coleção roteiro da poesia brasileira) SONHAR Vale a pena sonhar. O sonho alenta e enflora a vida, o sonho a fortalece. Ao clamor das nortadas da tormenta o lábio sonhador murmura a prece. A vida, muitas vezes, é um deserto tão árido e de tão combusta areia, que somente o sonhar nos abre, perto, cantando, uma água viva que colmeia. Quando, em gritos, na terra, arde a contenda de idéias vãs e aspirações pequenas, feliz a alma que sonha e busca a lenda dessas alturas límpidas, serenas! Feliz quem pode levantar sua ânsia, na asa clara e fugaz da poesia, para esse eterno azul, que sabe a infância de cada estrela que de lá radia ... Esta luta, no mundo, de hostes brutas, incoerentes, bárbaras, selvagens, não vale nada ante essas impolutas constelações das célicas paisagens. O sonho, sim... é que nos aproxima, enquanto tudo vai no mundo, a rastros, da seara que guarda lá em cima toda a imortal vegetação dos astros. O sonho, sim... nos leva a essas esferas, pátrias gloriosas e galhardos mundos, mundos eternos, onde as primaveras têm seios mais sadios e fecundos. O sonho, sim... percorre a trajetória dos planetas, que rolam nos espaços, muito acima da vida transitória, que nós vivemos, de grilhões nos braços. Vale a pena sonhar. Em redor, quando tudo enegrece e se espedaça tudo, é bom ao poeta olhar o céu, sonhando, sonhando muito, extasiado e mudo, e, no seu sonho compreender mistérios, acordar forças que inda estão dormindo, beber as ondas dos azuis etéreos, sentir-se imenso espaço infindo.
Leonardo Gontijo: Bioressonância quântica, Homeopatia e soluções holísticas