Vacina nasal
Por João Paulo Oleare
Especialistas ouvidos ontem em matéria exibida pelo Fantástico (TV Globo) apontam que a solução mais eficaz para o fim da pandemia do coronavírus é uma vacina nasal em formato de spray. Como o vírus entra no nosso corpo pelo sistema respiratório, uma aplicação no nariz induziria a uma resposta imune local.
O imunologista Jorge Kalil, diretor de imunologia do InCor – https://www.incor.usp.br/sites/incor2013/ – que está desenvolvendo uma vacina nasal, aponta que “se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir a uma resposta imune local no nariz”.
Assim como o laboratório do InCor, diversos laboratórios ao redor do mundo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina em spray nasal.
“Você elimina o vírus na entrada, porque as pessoas mesmo vacinadas atualmente podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas”, acrescenta Jorge Kalil.
A epidemiologista Denise Garret, também ouvida na reportagem, falou sobre as mutações do vírus.
“As variantes estão se especializando em escapar da imunidade e temos o fato também das vacinas, do último reforço já ter sido há algum tempo. O que nós observamos é que com 4, 5 meses você já tem uma queda significante na proteção”. Ela ressalta, no entanto, a importância das vacinas para evitar formas mais graves e mortes pelo coronavírus.
Veja opiniões de Denise Garret e Jorge Kalil:
https://globoplay.globo.com/v/10640931/
“Para a proteção, para a hospitalização, doença severa, doença grave, morte, ela ainda continua. Mas também estamos começando a ver uma queda nessa proteção”.
Ela ainda diz que “nós estamos num momento muito crítico da pandemia, porque o que nós temos visto é que o vírus evoluiu e tem evoluído rapidamente, e as vacinas, não. As vacinas foram originalmente desenhadas para cepa inicial, a cepa de Wuhan”.
“As variantes estão se especializando em escapar imunidade e temos o fato também das vacinas, do último reforço já ter sido há algum tempo. O que nós observamos é que com 4, 5 meses você já tem uma queda significante na proteção”, afirma Garrett.
Além de apontar que as vacinas são a principal ferramenta disponível contra a Covid – 19, Denise Garret ressalta a importância de continuarmos a seguir as recomendações das autoridades sanitárias, especialmente o uso de máscaras.
“É um momento de cautela. E, nesse sentido, uso de máscara. Máscara em ambiente fechado, máscara em transporte coletivo. Não é hora de abandonar todas essas medidas de uma vez. Queremos, sim, voltar com a nossa vida, mas temos que usar de cautela”.
A reportagem visitou o Hospital Municipal Vila Brasilândia, referência na covid em São Paulo, além de ser o hospital com mais pacientes internados pela doença. Segundo a diretora-geral do hospital, Patrícia Gonçalves Guimarães, o aumento de casos tem a ver com janelas fechadas.
“Temos, aproximadamente, 100 pacientes de Covid internados hoje. Desses, aproximadamente, 60% estão em enfermaria e 40% em UTI. É exatamente nessa época que as pessoas tendem a fechar as janelas devido ao frio e isso aumenta a possibilidade de transmissão desses patógenos. Não só da covid, mas da influenza também”.