Coluna POLÌTIKA – Alexandre Caetano
Xadrez eleitoral
A disputa eleitoral no Espírito Santo para 2022, até que está em banho maria, se comparada ao fogo alto da campanha que já domina a corrida pelo Palácio do Planalto.
A política no Espírito Santo nos últimos 20 anos se transformou num verdadeiro xadrez, graças principalmente aos movimentos, por vezes surpreendentes, do ex-governador Paulo Hartung (sem partido). Nas eleições anteriores (2010, 2014 e 2018) Hartung colocou em suspense e pautou a ação dos demais atores e forças políticas.
A situação não deve se repetir no próximo pleito: o grupo político do ex-governador praticamente implodiu depois que ele decidiu não concorrer à reeleição em 2018 e nenhum de seus antigos aliados se elegeu .
A Era Hartung deixou como principais ingredientes o pragmatismo e alguns condimentos da política mineira, que estabelecem que as articulações devem ser feitas nos bastidores de forma discreta e nenhum tipo de aliança ou composição política é impossível.
O que é praticamente certo mesmo é que o governador Renato Casagrande (PSB) será candidato à reeleição e enfrentará um adversário ligado ao bolsonarismo e à extrema-direita.
Nesse campo, quais seriam os nomes com maior densidade eleitoral? O primeiro, o ex-deputado Carlos Manato (sem partido, sem mandato).
O deputado federal Evair Mello (PP) e o deputado estadual Capitão Assunção (Patriotas).
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari – Todas as fotos ou ilustrações e LEGENDAS são selecionadas pelo Editor, não são de responsabilidade do autor da coluna. Fui o criador da função de “Rezador Geral da República” – RGR – para o ex-senador Magno Malta. Que depois daquela reza… (Oswaldo Oleari).
Certamente o PT lançará um candidato. É preciso garantir palanque para o ex-presidente Lula. As dificuldades que a sigla enfrenta no Estado, enfraquecida pelos insucessos eleitorais de 2016, 2018 e 2020), levaram o PT ao isolamento pelas demais forças políticas, convencidas de que ventos conservadores sopram intensamente sobre o eleitorado do Espírito Santo.
O senador Fabiano Contarato, de saída do Rede, pode ser esse nome, se atender ao convite feito por Lula para ser o candidato do partido na disputa. No campo de esquerda, também é provável que o Psol apresente candidatura própria, já que a sigla é dominada no ES por tendências mais à esquerda, muito críticas ao PT.
O xis da questão é determinar como se comportarão as demais forças e atores políticos, órfãos desde que Hartung abandonou o palco principal da disputa política. Não é impossível que delas surja uma ou até mais de uma candidatura ao Palácio Anchieta.
Também é possível que elas se componham com os dois principais campos, o governista e o bolsonarista.
Xadrez eleitoral continua
O mais importante grupo hoje, pelo capital político que conseguiu construir, está reunido no Republicanos. Ele reúne o do deputado federal Amaro Neto, o presidente da Assembleia Legislativa (Al/ES), deputado Erick Musso, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini e, não menos importante, o secretário de Governo da Prefeitura de Vitória, Roberto Carneiro.
No Podemos, temos o ex-prefeito de Viana e secretário estadual do Governo Casgrande, Gilson Daniel, e o deputado estadual Marcelo Santos. O projeto desse grupo é ambicioso e mira o Palácio Anchieta, não necessariamente em 2022. Tudo depende da direção dos ventos e do cavalo passar arreado, o que é medido pelas de pesquisas internas.
Embora combalidos, vítimas do fim da Era Hartung, PMDB e PSDB não podem ser subestimados pela força de suas máquinas partidárias.
Pesam nomes como o do prefeito de Linhares, ao norte do ES, Guerino Zanon, em seu quinto mandato à frente da Prefeitura, muito respeitado junto a círculos empresariais.
O mesmo pode-se dizer do DEM do ex-senador Ricardo Ferraço e de seu pai, o deputado estadual Theodorico Ferraço e da deputada federal Norma Ayub.
Ou o PDT do prefeito de Serra, Sérgio Vidigal. Abrigado numa legenda pequena, mas que ao menos pode chamar de sua, o ex-prefeito de Serra, Audifax Barcelos (Rede), é outro que ambiciona participar desse jogo e não pode ser subestimado.
Alexandre Caetano,
jornalista e historiador
xadrez eleitoral