Vã Filosofia | Zaratustra | os 170 anos de nascimento de Friedrich Nietzsche, o filósofo alemão

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Zaratustra

Assim falava Zaratustra

Pensando, pensando, pensando

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Kleber Galvêas, pintor

Kleber Galveas

Celebramos os 170 anos de nascimento de Friedrich Nietzsche no dia 15 de outubro, o filósofo alemão que, assim como Platão fez com Sócrates, nos ensinou através da figura de Zaratustra.

Zaratustra, ou Zoroastro, foi um profeta que viveu no século VII A.C. (***) na região que hoje corresponde ao Irã e ao Afeganistão.

(***) século VII A.C. = século 7 antes de Cristo

Inspirado por uma revelação divina, ele compôs o *Avesta*, o conjunto de livros sagrados persas.

Zaratustra foi o primeiro a propor a ideia de um Deus único e a ensinar que a conquista do céu se dava através de boas ações, e não pelo sacrifício de animais nos templos.

Seus ensinamentos contrariaram os sacerdotes de sua época, que, como resposta, o mataram a pauladas, quando ele tinha 77 anos.

Zaratustra, coerente com suas ideias, não permitiu que seu culto pessoal fosse estabelecido, nem buscou a unanimidade.

Como humanista pioneiro, Zoroastro nos legou lições profundas, como:

“A oportunidade de praticar o mal aparece cem vezes por dia; e a de praticar o bem, uma vez por ano; é melhor correr o risco de libertar um culpado do que condenar um inocente.”

Ele também observou a natureza humana com acuidade, destacando que a burocracia crescente afasta o governo do povo:

“As boas ações dos cidadãos costumam ficar na antessala dos governantes, enquanto as suspeitas entram; a primeira suspeita é repelida, a segunda roça a pele, a terceira fere, a quarta mata.”

Zoroastro, atento às transformações sociais, reformou costumes milenares, como a prática árabe de sacrificar viúvas, e argumentou que a razão é mais antiga do que muitos imaginam.

Ele também foi um crítico da vaidade dos governantes, afirmando que ela é como “uma bexiga cheia de ar, que libera ventos tempestuosos quando é furada”.

Ele acreditava que o bom senso, a tolerância e o diálogo são essenciais para a boa governança:

“Quando comer, alimente os cães, ainda que o mordam.”

Após Zoroastro, muitos outros sábios, como Confúcio, Buda, filósofos gregos e romanos, Jesus, Maomé, pensadores renascentistas, iluministas, modernos e contemporâneos, confirmaram os ensinamentos do profeta persa.

zaratustra.jpg 8 de dezembro de 2024 45 KB 400 por 596 píxeisNietzsche, com sua obra *Assim falou Zaratustra* (1883), foi o responsável por popularizar Zoroastro em tempos mais recentes.

Esses pensadores, por inspiração divina, observação da natureza ou dedução racional, chegaram a conclusões semelhantes sobre a importância da dialética (tese – antítese – síntese).

Contudo, ainda hoje elegemos governantes que buscam a unanimidade a qualquer custo.

Soberbos, esses líderes dispensam os contrapontos criativos do trabalho em grupo heterogêneo, e acreditam que controlar a informação e submeter os outros poderes da república favorece seus interesses.

Esse tipo de autoritarismo, no entanto, frequentemente leva à ruína.

Governantes egoístas e vaidosos, sustentados por bajuladores, veem o poder como seu único objetivo. Quando conquistam o poder, fazem de tudo para mantê-lo, perdendo o senso da realidade democrática e da riqueza criativa que surge da discussão aberta.

Ao fazê-lo, eles perdem a capacidade de criar uma nova síntese e, ao menor vacilo, os mais astutos tomam o poder, levando-os ao ostracismo. Muitas vezes, isso termina em tragédias.

Esses governantes egocêntricos lembram os castores do Oregon, nos Estados Unidos, que constroem barragens nos riachos para formar lagos.

Às vezes, essas barragens prejudicam o abastecimento de quem está abaixo do curso d’água e colocam em risco casas e plantações.

A barreira feita de troncos e ramos, assim como os ninhos dos pássaros, pode se romper a qualquer momento. Nos tempos do velho oeste americano, as barragens que eram construídas em áreas de risco iminente para os colonos eram rapidamente destruídas.

Erros administrativos e desvios éticos, especialmente quando cometidos por governos sem oposição, representam um risco iminente de revolução.

Assim como os troncos da represa do castor, esses erros não podem ser deixados acumular. Frequentemente, basta mover uma peça para que todo o sistema desmorone, destruindo tudo o que encontra pelo caminho.

Nosso descuido é perigoso, e a nossa única arma é o voto.

Valeu, Mestres! (Kleber Galveas).

Zaratustra

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
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