Carnaval
DA REDAÇÃO DON OLEARI PN
COLUNA DIA A DIA
KLEBER GALVEAS
Qualquer país é capaz de lançar um foguete a Marte ou fabricar uma bomba atômica. Para isso, basta ter dinheiro e contratar técnicos especializados ao redor do mundo. Mas um carnaval como o nosso? Isso, nem com muito ouro e a assessoria dos melhores brasileiros seria possível em qualquer lugar fora do Brasil. Mexer com gente é, de fato, uma tarefa complicada.
Refiro-me ao nosso carnaval de regozijo público, que provavelmente evoluiu das festas realizadas na Grécia em homenagem ao deus Dionísio, em Roma em celebração a Saturno, e na Alemanha em honra a Herta. No Brasil, essas tradições foram temperadas por uma mistura genuína de influências indígenas, negras e portuguesas – todos brasileiros. O que vemos nas ruas, fantasiados ou não, é uma alegria espontânea, um reflexo do povo brasileiro, facilmente identificável em qualquer canto do país.
Enquanto desfiles militares bem ensaiados, máquinas sofisticadas e monumentais construções humanas, onde o povo é mero objeto, podem parecer grandiosos, nada se compara ao nosso carnaval. A liberdade do homem se revela de forma única nesse momento. A celebração popular, em que uma multidão se reúne para brincar, é verdadeiramente formidável!
É curioso como conhecemos muito mais sobre a intimidade da matéria (os átomos) e os astros celestes distantes milhares de anos-luz, do que sobre nós mesmos. Motivar pessoas à alegria é uma tarefa infinitamente mais difícil do que conduzi-las à guerra ou à construção de pirâmides faraônicas. Como dizem os atores, é mais fácil sensibilizar uma plateia com um drama do que com uma comédia. E, com certeza, a comédia divina do nosso carnaval não tem igual!
Este ano, estou vivenciando o carnaval em Barra do Jucu. Aqui, ele é uma evolução natural de uma das vertentes do congo. Nos tempos antigos, quando os conguistas se reuniam nos finais de semana, o congo era uma forma de comunicação social, com jongos improvisados que narravam os acontecimentos da comunidade. Naquele tempo, todos trabalhavam na Barra, conheciam seus vizinhos, e a televisão ainda não tinha a mesma força para atrair as atenções.
O Bloco Surpresa, segundo Rubinho Gomes, “é baseado na liberdade de cada um cumprir o seu papel”. Não há cordões de isolamento, e as adesões acontecem de forma surpreendente. A principal atração do carnaval barrense, que herdou a tradição jornalística do congo, é o desfile que destaca os eventos mais importantes do ano. Hoje, nossos horizontes foram ampliados pela TV, mas, mesmo com essa globalização, os fatos de outros lugares do planeta são reinterpretados aqui com absoluta irreverência.
Carnaval
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