Cinzas e Quaresma
O que significam Cinzas e Quaresma? O que é mito e o que a patuleia religiosa inventou ao longo dos séculos para “cobrar pecados” e, por que não?, cobrar penitências, dízimos, entroutros
A Quarta-feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma, um período de 40 dias (excluindo os domingos) que antecede a Páscoa no calendário cristão.
Ela marca o início de um tempo de reflexão, penitência, jejum e preparação espiritual para a celebração da ressurreição de Jesus Cristo.
A data é chamada assim porque, durante as missas, os católicos recebem uma cruz de cinzas na testa, feitas a partir da queima dos ramos bentos no Domingo de Ramos do ano anterior.
Esse gesto simboliza a mortalidade humana (“Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”) e o arrependimento dos pecados.
Origem no Cristianismo
A Quarta-feira de Cinzas e Quaresma têm suas raízes no cristianismo primitivo, mas foram formalizadas ao longo dos séculos.
Alguns marcos históricos:
- Século II e III:
- Já existiam práticas de jejum e penitência antes da Páscoa, mas não eram uniformes. Alguns cristãos jejuavam por 40 horas, outros por alguns dias.
- O número 40 é simbólico, remetendo aos 40 dias que Jesus passou no deserto, em jejum e resistindo às tentações (Mateus 4:1-11).
- Século IV:
- No Concílio de Niceia (325 d.C. = Depois de Cristo), a Quaresma foi oficialmente estabelecida como um período de 40 dias de preparação para a Páscoa.
- A prática de impor cinzas como sinal de penitência começou a se espalhar, mas ainda não era universal.
- Século VI e VII:
- A Quarta-feira de Cinzas foi consolidada como o início da Quaresma no rito romano.
- A tradição de usar cinzas como símbolo de arrependimento foi formalizada, inspirada em passagens bíblicas como Daniel 9:3 e Jonas 3:6, onde cinzas representam humildade e conversão.
A prática de não comer carne na Quaresma
A abstinência de carne durante a Quaresma, especialmente às sextas-feiras, tem origem na tradição cristã de jejum e penitência.
Alguns pontos importantes:
- Origem:
- A prática de evitar carne vem da ideia de sacrifício e autodisciplina. A carne era considerada um alimento luxuoso e festivo, e abster-se dela era uma forma de demonstrar devoção e arrependimento.
- A Igreja Católica formalizou essa prática no século IX, estabelecendo regras claras sobre jejum e abstinência.
- Regras históricas:
- No passado, o jejum durante a Quaresma era mais rigoroso, com apenas uma refeição completa por dia e abstinência de carne em todos os dias da Quaresma.
- Hoje, a Igreja Católica pede abstinência de carne apenas nas sextas-feiras da Quaresma e jejum (uma refeição completa e duas menores) na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.
- Significado espiritual:
- A abstinência de carne não é apenas uma regra, mas um convite à simplicidade e à solidariedade com os que passam fome. Também é um gesto de união com o sacrifício de Cristo.
- Quem “inventou” essas práticas?
Nenhuma pessoa específica “inventou” essas tradições. Elas foram se desenvolvendo ao longo dos séculos, influenciadas por:
- Tradições judaicas: O jejum já era praticado no judaísmo como forma de penitência (por exemplo, no Yom Kippur).
- Cristianismo primitivo: Os primeiros cristãos adaptaram práticas de jejum e penitência para se preparar para a Páscoa.
- Igreja Católica: A partir do século IV, a Igreja organizou e formalizou essas práticas, criando regras e liturgias específicas.
Resumo histórico
- Século II e III: Práticas de jejum e penitência antes da Páscoa começam a surgir.
- 325 d.C.: Concílio de Niceia estabelece a Quaresma como período de 40 dias.
- Século VI e VII: Quarta-feira de Cinzas é consolidada no rito romano.
- Século IX: Igreja Católica formaliza regras de jejum e abstinência de carne.
- Atualidade: Práticas adaptadas, com foco na Quarta-feira de Cinzas e sextas-feiras da Quaresma.
Conclusão
A Quarta-feira de Cinzas e a Quaresma são tradições profundamente enraizadas no cristianismo, especialmente no catolicismo.
Elas remontam aos primeiros séculos da Igreja e foram moldadas ao longo do tempo para incentivar a reflexão, o arrependimento e a preparação espiritual para a Páscoa.
A abstinência de carne é um desses gestos simbólicos, que convida os fiéis a viverem de forma mais simples e consciente durante esse período.
Cinzas e Quaresma
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