Cultura
Vereadores querem a cabeça do secretário de Cultura, Edu Henning
COLUNA PANO DE FUNDO |
POLÍTICA & BASTIDORES
EDILSON LUCAS DO AMARAL
A cidade respira cultura. Das calçadas do Centro Histórico aos becos grafitados da periferia, Vitória pulsa em ritmos diversos, alimentada pelo teatro, pela música, pela dança e pelo cinema.
Mas toda essa vida artística não se sustenta sozinha.
Há muito tempo, os artistas aprenderam que, sem o fomento público, a arte minguaria até restar apenas o eco distante de uma cena que já foi vibrante.
A Secretaria de Cultura de Vitória sempre carregou um peso que transcende seus limites municipais. Foi pioneira em editais, na implementação da Lei Rubem Braga e na criação de projetos que serviram de referência para todo o estado.
Sua atuação a transformou em um ponto de apoio essencial para a classe artística, um símbolo de resistência e incentivo em meio aos desafios cotidianos.
Entretanto, na política, o passado não basta. A dinâmica exige mais que feitos históricos; requer diálogo, jogo de cintura, capacidade de adaptação. E é nesse ponto que os atritos começam.
O atual secretário, Edu Henning, um nome respeitado na cena musical e cultural do ES, é reconhecido por sua objetividade e por um estilo técnico de gestão. Mas, para os vereadores, isso não é suficiente.
Eles querem proximidade, querem ser ouvidos, querem que a cultura esteja presente em suas comunidades. Afinal, cultura também é política, e política se faz com presença e negociação.
Nos corredores da Câmara Municipal, os pedidos para sua substituição se multiplicam.
O vereador Monjardim, escritor e conhecedor dos desafios culturais, é um dos que levantam essa bandeira.
O vereador Armandinho, sempre incisivo, questiona se um abaixo-assinado seria necessário para que a mudança acontecesse.
Outros, mais nostálgicos, lembram a gestão de Luciano Gagno, um tempo em que a cultura parecia mais acessível, mais descentralizada, mais viva.
O debate é legítimo. A cultura precisa estar em todos os bairros, precisa chegar a quem mais precisa. Mas também é preciso reconhecer que gerir uma secretaria não é apenas atender expectativas políticas.
É equilibrar orçamento, lidar com burocracia, garantir que os projetos saiam do papel e cheguem ao público.
Edu Henning pode ser um técnico competente, mas sem diálogo sua gestão se enfraquece. Cultura não se faz atrás de uma mesa; se faz no contato, na troca, na escuta ativa de quem a vive e a transforma diariamente.
Os vereadores clamam por mudanças, a classe artística observa e a cidade aguarda. O que virá a seguir? Se Vitória quer continuar sendo referência, precisa garantir que a cultura não se perca em disputas políticas ou em formalidades engessadas.
No fim, a resposta está no palco, nas ruas, na plateia que espera, ansiosa, que o espetáculo continue.
Cultura
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