Dia da Moqueca capixaba
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari |
Mestre Manoel Goes salta de lá e nos lembra: “Don Oleari, dia 30 é o Dia da Moqueca Capixaba”. Eu repliquei: “PQP, que puta lembrança. Vamu mandá”.
E mandou duas fotos históricas dele com nosso saudoso Cacau Monjardim (um delas, está na capa), que sempre foi menos conhecido como José Carlos Monjardim Cavalcante.
Garrei a matutá num textim sobre a moqueca pra complementar a coluna de Goes. Recorro a nosso deus e protetor Gugou (Google) e uqui se assucede? Encontro um texto do nosso grande Eustáquio Palhares, intitulado “O Capixaba maior”.
Tentei cupiácolá, mas o saiti de A Gazeta berrou e disse que não. Recorri ao Eustáquio, que levou a sexta-feira inteira caçando o texto, até que me avisou: “Achei, tá aí”.
Pronto. Juntou a fome com a vontade de comer. Eu revencio aos dois, Manoel Goes e Eustaquio Palhares, por este bom momento. (Don Oleari).
AQUI MANOEL GOES
CULTURA POPULAR | Vila Velha/ES
No Dia da Moqueca Capixaba, prestamos nossa homenagem a Cacau Monjardim (*), de saudosa memória, um grande capixaba.
Reverencio a memória de um jornalista que prestou relevantes serviços ao Espírito Santo e que foi um dos mais criativos em torno de ideias que sempre projetaram nosso Estado (Manoel Goes).
Cacau Monjardim,
o Capixaba maior
Por Eustáquio Palhares
O Espírito Santo vem acontecendo já há algum tempo por força de exuberantes
atributos que só o espesso provincianismo do “gentio” permitiu que então
permanecessem anônimos.
Qual uma maldição, a da condenação ao ostracismo por conveniência da Coroa Portuguesa, que impediu o desbravamento do seu interior de modo a facilitar o acesso de aventureiro às minas gerais, sua irrelevância geopolítica alcançou até o último quarto do século passado.
Desde então, gradualmente, tanta riqueza concentrada em um território tão exíguo começou naturalmente a transbordar na região Sudeste onde os grandes centros já experimentavam a degradação de um urbanismo acelerado pelo crescimento populacional.
Sua privilegiada localização, seu ecletismo étnico e fisiográfico, mesclando capixabas de todas as raças e origens com paisagens que contrastam montanhas e praias, vem construindo a identidade do Espírito Santo como a última fronteira nacional a ser descoberta, tendo tudo acontecido em seu entorno.
E aí, como um João Batista pregando no deserto sobre o advento de uma terra prometida, temos a figura de Cacau Cavalcanti – José Carlos Monjardim Cavalcanti – proclamando insistentemente as virtudes ainda ignoradas de sua terra e o seu fervoroso capixabismo.
Certamente não bastasse tantos feitos, será lembrado pela entronização da moqueca como nosso maior legado gastronômico e uma das primeiras marcas da nossa identidade, com sua impagável “moqueca só capixaba, o resto é peixada”.
No empenho de promover nossa identidade, folclorizou até o o jogo de porrinha como manifestação lúdica, só que jogada com pedrinhas semipreciosas. Na sua versão, contraposta aos clássicos palitinhos. Garimpou jogos e brincadeiras que propunha como típicos da cultura capixaba.
Exerceu com convicção essa afirmação da identidade capixaba na vida pessoal e ao tempo em que desempenhou alguma atividade pública, como ao criar a Empresa Capixaba de Turismo, empresa concebida para fugir ao engessamento burocrático do setor público e dispor de maior agilidade operacional para implementar o seu entendimento visionário do potencial do Espírito Santo como um destino turístico vigoroso, a partir de seu patrimônio natural e histórico (a Emcatur foi vitimada pela descontinuidade administrativa mas inspirou o modelo mais bem sucedido de gestão turística do Brasil, a Bahiatursa).
Cacau sabia que quando a natureza não é suficientemente exuberante, conta-se sedutoras históricas para a construção do imaginário que do qual se nutre o turismo na sedução do visitante. Mas não ignorava que nem era o caso do Espírito Santo, com sua versatilidade de cenários.
A Rodovia do Sol nasceu exatamente do seu visionarismo, onde uma Rota do Sol perpassaria uma Cidade do Sol como atração dos polos emissivos para o ainda desconhecido litoral capixaba, basicamente reduzido a Guarapari e à Praia da Costa.
Nos últimos anos, notadamente na virada do milênio e com a cosmopolitização do capixaba, muitos viajando mundo afora, passou a valer o aforismo de que melhor conhece sua aldeia quem conhece o mundo. Muita gente teve que visitar outros rincões para perceber o Espírito Santo, o que Cacau com sua percepção dispensou.
Foi renitente mesmo e muito antes da identidade capixaba ser percebida com um tardio senso de pertencimento ele a afirmava de todas maneiras, com o messianismo típico dos arrebatados.
Quando o ES começa a despontar nacionalmente por efeito de diversas contingências, é irônico que Cacau não esteja a bordo. Fisicamente. Porque certamente o efeito do seu engajamento na proclamação da sua terra quando ela ainda não era de tantos, seguirá tempos afora inspirando os que permanecem e por isso percebem como é bom estar aqui.
Ave, Cacau!. Que aí do outro lado, como querem ecumenicamente Santo Agostinho, Alan Kardec e outros, você confirme que Vitória do Espírito Santo é mais do que um nome. É uma predestinação (Eustáquio Palhares).
Dia da Moqueca capixaba
Edição, Don Oleari – [email protected] –
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