O relógio
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari |
Paulo S. Nazareth é um sobrevivente raro da raça humana, cujas práticas contribuem para o planetinha ficar menos pior. É médico aposentado, mas não se aposentou do bom gosto, da fineza, da delicadeza com que oferece seus bem letrados poemas, contos, crônica.
E tenho que agradecer o que escreveu pra nosotros em outra apresentação aqui. Salve, salve! (Don Oleari).
Vergo por profunda emoção
Rasgo a camisa no meu peito
Liberto esse pulsante coração
Agradeço ao Editor Chefão
O brilho dessa oportunidade
Retribuo a sua consideração
Com votos de paz e prosperidade
Paulo S Nazareth
Nove de julho de dois mil e vinte e quatro
Sociedade dos Poetas & Contistas Vivos
Paulo Soares Nazareth
Com todo respeito e admiração
Envio meu projeto de vida
Sem nenhuma restrição
Encontrei o relógio que queria
E te mostro em primeira mão
Rumo trocado
Um forte sopro de esperança
Varre o fundo do meu coração.
Vejo ao longe a minha infância
Num relógio, sem preocupação.
Ponteiros que afrontam o tempo
Com horas marcadas para trás,
Esquecidos dos sopros do vento,
Despreocupados do tempo voraz.
Acordo no meu sonho sonhado,
Encontro aquele relógio esperado.
O inimigo desse tempo malvado,
Que só quer passar para me levar.
Encontrei seu freio e terá de parar.
As horas ao contrário marcadas,
O tempo não poderá mais passar,
Ao contrário, ele terá que voltar.
Agora conseguirei trocar o rumo,
Vou encontrar minha idade adulta.
Já perdi o medo que tinha do tempo,
Porque no relógio vejo benevolência.
Continuarei dando corda todo dia
E chegar, quem sabe na adolescência.
Ponteiros como flechas com pontaria
Acertarão o alvo da minha infância.
Paulo S Nazareth
8/2024
Visitante ilustre
Um tempo passado
O peso volta
Se exibe para mostrar
Que veio pra ficar
Visitante ilustre
Quanta surpresa senti!
Uma Lontra me visitando…
Na ponta do lago descansa
Em cima de um aerador
Vejo que aqui se alimenta
Não sente nenhum temor
O lago franqueado para ela,
Peixes temperados com amor.
Paulo S Nazareth
6/2023
A Glock é bem assim
Preparando minha viagem para São Paulo numa madrugada, alguém percebeu e agiu assim:
A Glock é bem assim
Se acha cuidadora minha
Quer dar banho em mim
Usando sua linguinha.
Banho de língua
Sonhei tanto um banho de lua
Mas que nunca aconteceu
Tomei tantos banhos na chuva
Maravilha que Deus nos deu.
Não pensei em banho de língua
A Glock quem quis me dar
Sua língua grande e molhada
No meu rosto veio passear.
Saliva transbordando ardor
A minha pele sendo lambida
Glock expressando seu amor
Mais um amor na minha vida.
Paulo S Nazareth
08/2024
O bico do Tucano
Quão distante estou do Augusto Ruschi,
Naturalista de coração e de mão cheia.
Protetor dos seres frágeis e desprotegidos,
Que nele viam uma esperança alvissareira.
Levado no trem das sete com os segredos,
Ficaram aqui seus beija-flores desolados,
Sem a boca que beijavam com os bicos.
Guardo o saudoso Ruschi na memória,
Lembrado pelo tempo e encantamento.
Beija-flores na sua boca fizeram história,
Na minha, sem história o bico do tucano.
Paulo Soares Nazareth é poeta, contista, cronista, repentista, cultor da “naturaleza”, como dizem los hemanos argentinos.
O relógio
Edição, Don Oleari – [email protected] | https://twitter.com/donoleari
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