Praia de Barra do Sahy
TURISMO ES
NEC =Nota do Editor Chefão, Don Oleari |
O texto da professora Alda Luiza Pessotti, nossa colaboradora, foi publicado depois do natal de 2023. Estamos atualizando e reproduzindo o texto a pedidos. Oferecemos o texto como uma colaboração à administração municipal de Aracruz.
Como diz nossa colaboradora, o quadro descrito para a famosa praia de Aracruz não é diferente de outros tantos do rico e belo litoral do Espírito Santo. Alda é professora aposentada da Ufes (Universidade Federal do ES).
É nascida em Ribeirão do Sapé, bairro do distrito de Guaraná, berço de origem da grande família Pessotti.
ARTIGO |
Alda Luzia Pessotti
Após onze anos, no período do Natal, retornei à Barra do Sahy, uma das praias mais procuradas do litoral de Aracruz, norte do Espírito Santo, durante a temporada de verão.
Fui para rever parentes e descansar.
Evidente que antes bisbilhotei na internet para reservar hospedagem no miolo da vila e inteirar-me do que ela oferecia para os turistas, além de banho de mar, visto que na primeira vez que lá estive a avenida à beira-mar era de terra batida.
A propaganda oficial canta os encantos que a vila oferece:
“Infraestrutura como quiosques, restaurantes, pousadas, comércio em geral, além de seu formato de enseada com 3km de extensão”.
Acrescento ruas e avenidas asfaltadas, coleta de lixo, serviço de água e esgoto, energia elétrica, telefonia fixa e móvel, além de escola pública, posto de saúde etc. Enfim, serviços necessários básicos para atender os residentes locais e turistas.
Mas, o que ela oferece aos locais e turistas para lazer, turismo e prática esportiva, além do tradicional “levantamento de copos” na praia, nos bares, quiosques e restaurantes?
Carência de locais públicos que propiciem congraçamento e entretenimento àqueles que estão de férias e, também, aos locais que têm de dividir seus espaços públicos com o aumento intermitente da população no verão e feriados prolongados com o aumento de veículos, carros de som, trio elétrico, entre tantos modismos que a mídia oferece para animar nosso litoral.
Não há praça pública, playground para a criançada, quadras de vôlei e basquete, jogo de bocha, quadra de futebol para uma boa pelada, biblioteca.
Instalações de baixo custo que humanizam os ambientes urbanos.
Sem ciclovia, sem demarcação de vagas para carros nas avenidas e ruas, sem estacionamentos definidos para bicicletas, motos e ônibus de turismo.
Com avenidas e ruas de mão-dupla sem demarcação central, é possível imaginar a improvisação que acarreta a acomodação de tantos turistas, que estabelecem suas próprias regras de ocupação das ruas e avenidas com os carros.
Sou exigente? Penso que não.
Caminhar em suas calçadas não arborizadas ao sol escaldante de verão é para corajosos, somente com chapéu e guarda-sol.
Ornamentá-las com Jasmim do Caribe (Plumeria pudica), que os locais denominam Jasmim do Deserto, seria opção de baixo custo, visto que essa planta floresce o ano inteiro e é resistente ao sol e vento.
A instalação do estaleiro Jurong e o terminal portuário Imetame em Barra do Riacho, prolongamento de Barra do Sahy, tem ocasionado um “boom imobiliário” na região.
Possível constatar, na foto capturada na internet, que não há terrenos vazios no miolo da vila para construção de praças e equipamentos arrolados por esta nativa de Aracruz, nascida em Ribeirão do Sapé, bairro do distrito de Guaraná.
Adaptações de residências em moradias polivalentes para aluguel de quartos é constante. A igreja católica, no centro da vila, tradição do Brasil colônia, é exceção com seu amplo pátio que funciona como ponto de convergência dos que a frequentam.
Projetar filmes durante o verão, em espaço aberto, só é possível no pátio da igreja católica.
Vista dessa maneira, a vila de Barra do Sahy não foge aos padrões de ocupação do solo de nosso litoral desde sempre.
Instalações que ensejem cultura, lazer, prática esportiva são consideradas luxo pela municipalidade (Alda Luzia Pessotti).
Praia de Barra do Sahy
Edição, Don Oleari – [email protected] | https://twitter.com/donoleari
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