Cariacica | Bandas de Congo: Tambores, tradição e devoção em honra a Nossa Senhora da Penha em Roda D'ÁGua

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Cariacica | Bandas de Congo: Tambores, tradição e devoção em honra a Nossa Senhora da Penha em Roda D’ÁGua

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Bandas de Congo

O batuque dos tambores e o brilho das máscaras que contam histórias de gerações na celebração de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Espírito Santo, no célebre Carnaval de Bandas de Congo em Roda D’Água.

ESPECIAL CARNAVAL DE CONGO DE RODA D’ÁGUA

COLUNA AQUI CARIACICA | GRANDE VITÓRIA/ES

DA REDAÇÃO DON OLEARI PN

Fotos: Todas são do fotógrafo Claudio Postay, um competente documentarista da história de Cariacica/ES

Em cada canto, em cada passo do cortejo, pulsa o coração de um povo que encontrou na arte e na devoção a sua forma mais bonita de existir.

No coração de Cariacica, na Grande Vitória, Espírito Santo, o dia 28 de abril é mais do que uma data religiosa é uma celebração da identidade cultural, da fé e da história dos povos que moldaram a região.

Este ano, a festa ganha ainda mais brilho com o envolvimento de nomes históricos como a Banda São Benedito de Piranema e o lendário Mestre Tagibe.

Programação vibrante e extensa que une cortejo, missa campal, shows e encontro de bandas de todo o Estado no campo do América, em Roda D’Água.

Reforço do Transcol

A Ceturb vai reforçar o Sistema Transcol para atender a demanda na próxima segunda-feira (28). A linha 753 opera a partir do do Terminal Itacibá.

Banda São Benedito de Piranema

Fundada em 1973, a Banda de Congo São Benedito de Piranema é um símbolo da resistência cultural e da herança dos antepassados.

Na romaria deste ano, ela promete levar ao público não apenas a música, mas também uma profunda conexão com as raízes da comunidade.

Presidente da banda

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A banda tem origem na família do atual presidente Romário Francisco. Houve renovação, mas Romário segue no comando. Ele conta:

“A banda foi fundada pelo meu tio e passou de pai para filho, de tio para sobrinho, mantendo viva a tradição. Ao longo dos anos, a banda teve vários componentes, incluindo Tio Nicácio e seu Vitório, que foram fundamentais para a banda”, conta Romário Francisco, atual presidente da banda.

Composta por uma nova geração de músicos, a banda mantém a essência da tradição ao mesmo tempo, em que se adapta aos novos tempos.

Para Romário, cada apresentação é uma forma de homenagear o passado e fortalecer a identidade cultural da região.

Congo como Escola de Vida

Outro grande destaque do evento é a presença de Mestre Tagibe, ou Itagiba Cardoso Ferreira, figura lendária do congo capixaba.

Seu envolvimento com a cultura começou ainda na adolescência.

“Eu queria jogar futebol e meu pai me falava para ser congueiro. No final, ele conseguiu, virei mestre e me apaixonei pela cultura”, revela.

Com 77 anos, Mestre Tagibe carrega o legado de seu pai, Gabiroba, fundador da tradicional Banda de Congo de Santa Izabel, onde atuou por 57 anos, assumindo a maestria aos 23 anos.

Hoje, ele lidera a Banda Mestre Tagibe, criada em 2007 após o falecimento do pai, atendendo ao desejo da família.

“O Congo nos educou. Na época, a gente não tinha escola, o professor vinha uma semana, não gostava e ia embora. Então não aprendemos quase nada, o que sabemos foi o Congo que ensinou e eu aprendi graças ao meu pai. Eu sou muito feliz em poder trabalhar com essa cultura e passar isso para minha família. Esse ritmo fez muito na minha vida e vai fazer mais, se Deus quiser”, diz com emoção.

A banda atual conta com 27 integrantes, entre eles esposa, filhos, netos e amigos.

“Dedico minha vida a essa cultura e passo minha paixão para as próximas gerações. Meu pai nunca ganhou um centavo com o Congo, hoje nós temos editais que nos incentivam a continuar. Só tenho a dizer que sou feliz aqui”, conclui Mestre Tagibe.

Mantendo a tradição viva entre os pequenos, o mestre Alcemi, filho de Tagibe, coordena a banda mirim da Banda Mestre Tagibe, um grupo de crianças que já pulsa no ritmo ancestral do congo.

“A banda mirim é formada com nossos filhos, sobrinhos, primos e outras pessoas que também gostam da cultura, não é só de família que a banda é feita.

Para manter a tradição, que eu acompanho desde os meus oito anos através do meu avô, mestre Gabiroba, e do meu pai, eu tive a ideia de formar a banda mirim. Nós queremos manter viva nossa raiz”, explica Alcemi.

Banda São Benedito de Boa Vista

A banda é marcada pela dedicação e compromisso com a cultura regional.

Composto por 24 integrantes, o grupo carrega a tradição do Carnaval de Máscaras de Roda D’Água e dissemina a importância do congo para Cariacica.

Inovando e mantendo os integrantes ativos, a banda possui uniforme, além de congueiros jovens e mirins, despertando interesse e satisfação ao participar da cultura.

Juvaldo Ribeiro Gonçalves, presidente do grupo, sempre teve curiosidade e, ao ver a banda se desfazendo, decidiu ficar à frente.

“A banda fazia história, tocava em vários lugares. Com o tempo, passou a ser da associação de moradores e acabou se perdendo, foi quando tomei a decisão de seguir com o grupo mesmo não tendo tanto conhecimento. Para mim seria tudo novo, não seria apenas um congueiro, mas também administrador e presidente”, relembrou.

6472541aaf49475aa712cb2e74aea66c- — juvaldo ribeiro gonçalves

Segundo Juvaldo, a banda foi criada em 1947 e é regida pelo Mestre Jadilson. O presidente está há 15 anos administrando o grupo e levando a cultura para o público capixaba.

“Eu participava de bandas de congo com minha mãe e sempre gostei muito, cresci com o intuito de ter uma para demonstrar o quanto eu gostava e admirava essa tradição”, explicou.

Os integrantes dedicam tempo em ensaios, confecção de roupas e se aperfeiçoando nos instrumentos.

Para recomeçar, foram meses de muito trabalho e esforço. Hoje, a banda é consolidada e faz sucesso por onde passa. Consagrada banda tradicional de Cariacica, o grupo tem como objetivo manter a cultura viva e continuar de geração em geração.

Programação:

7 horas – Saída das Bandas Tradicionais filiadas à ABCC de suas sedes;
7h30m – Concentração das bandas na Bica do Luiz, em Roda D’Água;
9h40m – Cortejo até o Campo do América, com cânticos e tambores em homenagem à Nossa Senhora da Penha;
10h30m – Missa Congueira celebrada por Frei Evanir Matins, com participação das bandas de congo;
12h30m – Show musical com a Banda Casaca;
14 horas– Encontro de bandas no palco principal, com grupos como Amores da Lua (Vitória) e União Jovens de Manguinhos (Serra);
15 horas – Apresentações das bandas participantes;
17h30m – Apresentação dos mestres e mestras de Cariacica;