Colatina
Coluna AQUI RUBENS PONTES
MEUS POEMAS DE SÁBADO
Agosto, oitavo mês dos calendários Juliano e Gregoriano, entrou para a História do Brasil marcado por tragédias, traumatizando o País com o episódio do suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia do presidente da República Jânio Quadros e as mortes de ícones da política nacional.
O ex-presidente Juscelino Kubitschek, construtor de Brasília, e Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco, símbolo da esquerda no país, mortos num mesmo dia 13 de agosto.
O neto de Miguel Arraes, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, foi vitimado em fatal acidente de avião em Santos, São Paulo, já em campanha presidencial.
O Estado do Espírito Santo, solidário com gaúchos, pernambucanos, mineiros e todos os brasileiros também atingidos pela fatalidade, tem, no entanto, motivos especiais de comemoração e ufanismo no mês de agosto.
Francivânia
O ano de 1833 foi o da fundação da futura cidade de Colatina, integrante de um núcleo de criadores dos povoados Arraial da Barra de Santa Maria, Mutum de Boapaba e Barracão de Baunilha. De Boapaba, é nativo um dos maiores nomes do rádio e da imprensa do ES, Eleisson Correia de Almeida.
Portugueses, franceses e alemães ocuparam os espaços abertos para a instalação de colonos imigrantes, batizando a área de Francivânia.
Botocudos
O projeto foi interrompido com o massacre das famílias pelos ferozes índios botocudos, os primeiros habitantes da região, mas o projeto de desenvolvimento da área foi retomado em 1889.
Em 1907, Colatina, já assim batizada em homenagem à esposa do então presidente do Estado Muniz Freire, tornou-se sede do Município. Na década de 50, em fase de grande desenvolvimento, Colatina tornou-se o maior produtor mundial de café.
Cidade de 102 anos
O nativo Editor Chefão sugeriu não deixar de mencionar uma das grandes atrações de Colatina, o seu por de sol, considerado um dos mais belos do mundo, “falsa modéstia à parte”, como diz Don Oleari.
Lembrou ao colunista também a Avenida Beira Rio, que deu um charme especial à cidade e muito festejada por seus moradores.
E por terceiro, anotou ele que em 1975 passou pelo centro de Colatina o último trem, depois de campanha iniciada pelo nosso saudoso colega, jornalista e escritor Claudio Antonio Lachini – ele também, um colatinense – através da velha Uacec, entidade estudantil muito ativa à época.
O prefeito Guerino Balestrassi e o secretário Municipal de Cultura, Adilson Vilaça, estão empenhados na realização de extenso programa comemorativo para visitantes e população de Colatina, estimada em 2022 pelo IBGE em números arredondados de 120 mil habitantes.
Dia 22 deste mês, data oficial do aniversário da cidade, Colatina comemora 102 anos de História e faz lembrar que a cidade de Linhares, sua “mãe” ancestral, completa no mesmo dia 222 anos de fundação.
Solenidades marcarão a efeméride, extenso programa montado pelo poder municipal que se estenderá até o dia 26 com mais uma edição do “Caminho do Seminarista”, resgatando o histórico trajeto até Marilândia pelos integrantes do Seminário Imaculado Coração de Marianas décadas de 1950 e 1979.
À noite, o “Dia do Evangélico” na área verde da Beira Rio, será comemorado com atrações locais e “show” do cantor Samuel Messias.
O Don Oleari, Portal de Notícias – www.donoleari.com.br – e a Rádio Clube da Boa Música – agora no Spotfy – se congratulam com a cidade e seus habitantes.
O Festival Nacional de Música de Colatina – Festcol – com a revelação de novos talentos do cenário local e presença de astros brasileiros, tem como especial atração a participação de Renato Teixeira. Na programação, o ponto alto é o tradicional Festival Nacional de Viola.
Com motivos particulares de ligação com a cidade, onde tem seu umbigo enterrado. o Editor Chefão Oswaldo Oleari Oleare (FB), e com ele o Colunista e seus companheiros do Portal de Notícias, se congratulam com a cidade e seu operoso povo, sempre olhando para a frente e para o alto, tendo o mês de agosto como motivo de festas e não de luto.
Testemunham nossos votos os deslumbrantes ipês amarelos florindo sobre o verde das ralas matas e testemunhando que agosto é mês festivo, esperando que nunca mais será o “mês do desgosto”, como foi no passado.
A Coluna se fecha com dois poemas do poeta e historiador de Colatina Fernando Achiamé, um dos nomes mais respeitados e admirados no cenário da cultura do Espírito Santo. Como me “avisou” o Editor Chefão, a foto de capa seria do Achiamé, nascido perto da Rua da Lama, como ele próprio. Como sabem, aviso de editor não se discute, se cumpre (Rubens Pontes).
Publicada a coluna neste sábado, nosso Rubens Pontes, ao conferir os erros do Editor Chefão, anotou uma troca de datas sobre o prisidenti Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Aí, ó, à direita:
Rubens Pontes, jornalista
Capim Branco, MG
Dois poemas do colatinense
Fernando Achiamé
VOOS
O amor não admite projetos
ao mover o sol e as outras estrelas.
– Certo, Dante?
É uma fraqueza o amor,
mas faz forte a fraca gente.
– E então, Camões?
Melhor se dissolver em outros
do que em si mesmo.
– Concorda, Pessoa?
A manhã está clara
por existirem tantos desejos.
– Não é assim, Carlos?
Em caso de conflito interior
Faça outro livro de poemas.
Apressado, logo penso num título…
Manual Prático do Mistério está bom?
Bem depois
A logo prazo todos estaremos mortos,
inclusive John Maynard Keynes
que já se adiantou bastante no processo.
(Depois de lamentar não ter tomado
mais champanhe durante a vida
quando soube sua doença incurável.)
A vida também não tem cura.
A longo prazo o mundo será melhor,
mas somente a longuíssimo prazo,
após intermináveis e sombrias noites,
delírios extensos, incertas criações.
A longo, bem longo prazo melhoraremos
com mais saúde e força, energia e vigor.
Mas só depois das pessoas doarem
desejos a uma causa comum
que ninguém imagina qual seja.
A longo prazo todos estarão esquecidos,
menos vocês e eu.
Estarei vivo nestas palavras
e vocês aí bem vivos lendo-as…
Persistirei simples criatura, como sempre.
Vocês que me leem serão os Criadores.
No princípio havia um Criador e muitas criaturas.
Agora a coisa se inverteu:
há inumeráveis Criadores e poucas criaturas.
Então, lembrem-se:
a longo prazo todos estarão esquecidos,
menos vocês e eu.
Mas a vida continuará uma ilusão.
(Fácil existir no futuro:
também o futuro não tem cura.)
Colatina
Edição, Don Oleari – [email protected] – https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare
Fotos do casal Colatina & Muniz Freire: https://diariodigitalcapixaba.com.br/
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