Escritor Pedro J. Nunes lança romance Crônica do amor desperdiçado nesta terça-feira no Jardim da Penha, Vitória/ES

Compartilhe:

Crônica do amor desperdiçado

Crônica do amor desperdiçado

TUDO É CULTURA | TODAS AS CULTURAS

DA NOSSA COLABORADORA ALDA LUZIA PESSOTTI, que traz para nossos leitores a análise do escritor Fabio Daflon sobre o novo livro do acadêmico Pedro J. Nunes (Don Oleari).

fabio-daflon-livro-pedro-nunes.jpg
fabio daflon

FABIO DAFLON

O escritor Pedro J. Nunes, atual detentor da cadeira nº 25 da Academia Espírito-santense de letras, é, essencialmente, um prosador, romancista e contista.

É dono de vasta cultura: leu a Bíblia duas vezes entre outras mil leituras.

Como autor nos traz agora o romance Crônica do amor desperdiçado, no qual traduz a paixão de entrega física entre um professor de literatura e escritor fracassado e uma aluna que o seduziu e brincou com ele o jogo de seduzir e abandonar.

O livro, ao feito de A hora da estela, de Clarice Lispector, tem subtítulos: Inventário de umas tardes, ligeira coletânea de insultos e não tocarei teu nome, razão pela qual os personagens são apócrifos, isto é, sem nome.

Amores entre homens de meia-idade e jovens são comuns à literatura. Podemos citar Lolita, de Vladimir Nabokov; A casa do poeta trágico, de Carlos Heitor Cony; entre outros.

O romance em tela não foge à regra. Nele, o autor, paralelamente à trama, elabora, via personagem escritor, inominado ensaio sobre os amores de Dostoiéviski.

PEDRO-NUNES-PHOTO-2025-06-16-12-55-51.jpgO escritor sem nome do livro de Pedro Nunes se identifica com os sofrimentos do escritor russo, cuja vida amorosa é destrinchada.

No texto, como o faz o escritor Reinaldo dos Santos Neves aqui no Espírito Santo, Nunes faz referência a vários escritores e seus ditos, entre eles Ernest Hemingway.

Tais referências soam como conselhos ou axiomas, como se a literatura fosse um romance de formação, isto é, dela o autor extraísse o seu sumo, o seu ser e o seu amor obsessivo pelas letras.

O que faz a paixão de entrega física pela aluna deitar sob um pano de fundo inscrito por letrados, escritores reconhecidos, sem esquecer dos olhos do autor transmutados em livros, obedecendo ao ditame de que “Todo escritor é antes de tudo um leitor”.

Enquanto o amor enfeita os limites, a paixão de entrega física, a fim de alcançar os seus prazeres, não o faz, pois a paixão, em seu estado bruto, leva ao desconchavo pessoal via cisão do pensar e o sentir, este, referido aos prazeres da carne.

Limite imposto pelas paredes deuteragonistas, pois os encontros libidinais se dão sigilosamente, o que causa o desvinculamento dos amantes – ela tem um noivo – de quaisquer possibilidades de trânsito em ambiências sociais ou familiares.

É fato: os dois, na hora do amor, são diferentes como duas peças de lego, pois apenas elas se encaixam arestas por arestas.

A sedutora e o seduzido não conversam sobre a largueza da vida, não possuem horizontes, se algum dia os tiveram, foram horizontes perdidos.

cronica_do_amor_desperdicado_3d.jpgNão há entre eles, entregues à paixão de entrega física, a percepção das circunstâncias, como se o amor entre as paredes sem teto solar, pudesse ser alheio ao poder das circunstâncias.

Circunstâncias essas desveladas por ela na meada do texto sem fio, fio de ligação com o mundo, ao mundo os personagens são marginais.

Ambos não arrumaram a cama onde se deitar, ambos destrambelhados numa burrada, ambos descorçoados e sem caroços.

O desejo do inominado é nominado com as palavras “chulas” do vocabulário popular, o erotismo presente é eivado por tentativas imagéticas relativas ao corpo feminino que lhe açorou a alma.

Usufruirá melhor o livro o homem vivido ou rodado, o leitor perspicaz e culto, o leitor que faz a literatura ser parte da sua antogênese, os literatos de boa cepa e leitores profissionais tanto quanto o inominado.

Não cabe antecipar quando e como se dá o choque da realidade entre os amantes, nem se esse foi negativo ou positivo.

pedro-nunes-foto.jpg
pedro nunes

O inominado nos dá a impressão do alheamento ao qual a literatura o leva, nos leva a um mundo de fantasias sexuais – império da paixão – e à ideia de que a paixão carnal prescinde de qualquer tipo de limite – pulsão de morte sublimada pelo texto visceral ou não.

O livro Crônica do amor desperdiçado tem lançamento nesta terça-feira, dia 24 de junho de 2025, às dezenove horas, no Shopping Jardins, em Jardim da Penha, Vitória/ES.

Vale a pena conferir (Fabio Daflon).  

WhatsApp-Image-2024-03-21-at-09.50.34.jpeg 21 de março de 2024 25 KB
Alda Luzia Pessotti

Fabio Daflon, médico da Marinha do Brasil e do Ministério da Saúde;

é membro titular da Academia Brasileira de Médicos Escritores, da Academia Espírito-santense de Letras e da Academia de Letras de Vila Velha/ES.

ALDA LUZIA PESSOTTI

é professora aposentada da Ufes (Universidade Federal do ES).

Crônica do amor desperdiçado

Edição, Don Oleari[email protected] | https://twitter.com/donoleari

http://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare

Instagram do Don Oleari Portal de Notícias

https://www.instagram.com/donolearinoticias/

Alimentação é fundamental para a fertilidade masculina, diz nutricionista Kenia Lovizon | Veja suas sugestões

 

 

Siga nossas redes:

Tags

Compartilhe:

Picture of Don Oleari - Editor Chefão

Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham