Decola no INSS
Terrível. É questão de saúde pública. É genético. O gene insaciável: álcool, drogas ilícitas, mesa de jogo, excesso de velocidade nas rodovias.
Por Alda Luzia Pessotti
Estamos diante de um verdadeiro país doente, com o crescimento vertiginoso do número de pedidos de auxílios-doença, ocasionados pelo alcoolismo.
Em 2023, o aumento foi de 19,5%, quando comparados ao ano anterior, segundo dados do INSS. E a procura cresce gradativamente desde a pandemia da covid-19.
Em 2020, no auge da doença, foram 3,1 mil pedidos concedidos. No ano seguinte, o registro ficou em 3,3 mil. Em 2022, o número cresceu para 3,6 mil concessões.
E, por fim, no ano passado, um total de 4,3 mil benefícios foram para os segurados, que não conseguem mais sair de casa para ir ao trabalho por conta do nefasto vício do álcool.
O vício como álcool, drogas ilícitas, mesa de jogo, excesso de velocidade nas rodovias, por exemplo, ocorre por motivos genéticos, ou seja, a forma como os nossos organismos recebem e transmitem as características biológicas de geração para geração.
De acordo com a psicanálise, o Gozo do Bem – o vício, é aliado ao Gozo do Mal – o sadismo. Portanto, são pessoas que lidam com a melancolia, são sadomasoquistas, sofrendo com o vício e fazem os outros tristes também.
Para piorar, há uma verdadeira campanha de publicidade – com imagens de cervejas geladíssimas, em meio a rodas de samba, sempre com novidades – bastante persuasiva, que leva as pessoas à dependência, desde a juventude. Em um cenário de cervejas baratas e de fácil acesso, comprados livremente a partir dos 18 anos, o caminho está pavimentado.
Infelizmente, desde os anos 1970 não temos um ensino médio escolar de qualidade, sem uma formação qualificada para lidar com o assunto, justamente o período em que o lado obscuro tende a aflorar entre os jovens e adolescentes, o que poderia conter um pouco deste cenário.
A cerveja comum brasileira, liderada pela Ambev, a maior fabricante do mundo, que controla 69% do mercado por aqui, contém açúcar e aromatizantes. Além do glúten, que incha e afeta o metabolismo das pessoas.
Neurologistas alertam para o uso excessivo destes componentes para eclodirem doenças neurológicas: Parkinson, Alzheimer, filhos autistas e doenças autoimunes, principalmente o câncer. Os intestinos também deixam de produzir serotonina, influindo no sono, provocando diabetes e outras doenças.
O consumo em excesso da cerveja é um grande indutor do alcoolismo e dessas doenças que enumerei. Desta forma, os tributos que desabam no SUS vão para um país totalmente corroído, doente em todos os aspectos. É preciso um debate para além da Previdência Social, pois estamos neste momento sem solução para o gravíssimo problema (Alda Luzia Pessoti).
Alda Luzia Pessotti é professora aposentada da Ufes (Universidade Federal do ES).
Decola no INSS
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Resumo
Terrível. É questão de saúde pública. É genético. O gene insaciável: álcool, drogas ilícitas, mesa de jogo, excesso de velocidade nas rodovias.
De acordo com a psicanálise, o Gozo do Bem – o vício, é aliado ao Gozo do Mal – o sadismo. Portanto, são pessoas que lidam com a melancolia, são sadomasoquistas, sofrendo com o vício e fazem os outros tristes também.
