Dia de resistência
Por Manoel Goes Neto
É desejo de todas as mulheres terem direito à vida, que sejam respeitadas e tenham assegurada a sua participação nas universidades e em todos os espaços. Ainda há um longo caminho a ser percorrido no enfrentamento às violências de gênero e para a construção de modos de organização de vida mais equânimes para as mulheres.
A família e as academias têm importante papel nessa construção. Estamos mais uma vez às vésperas do dia das mulheres, mais um 8 de março, mês das mulheres.
Além da comemoração, a ideia é provocar reflexões e mudanças na sociedade. O esforço é para acabar com o preconceito e a desvalorização que ainda teimam em existir, mesmo com todos os avanços, com situações de salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.
Oito de março é, portanto, data de celebrar o protagonismo feminino e de somar forças no enfrentamento às diferentes formas de violência de gênero que incidem sobre os corpos e vidas das mulheres, tais como as desigualdades étnico-raciais, salariais e na ocupação de cargos de poder e daqueles de mais alto grau, a imposição de padrões estéticos, o machismo, entre outras.
Ressaltamos, como um último grau dessas violências diversas, a triste realidade do feminicídio. Mesmo assim, a data é comemorada (aqui lembro a etimologia da palavra “comemorare”, relembrar, não festejar) em mais de 100 países como dia de protesto pelos parcos direitos femininos alcançados.
O Dia Internacional das Mulheres, 8/3 – Dia de resistência – constrói-se historicamente pela luta e resistência de mulheres em busca de melhores condições de vida e trabalho.
A data não foi instituída a partir de um acontecimento único, mas de um cenário marcado por diferentes mobilizações de mulheres operárias do final do século XIX e início do século XX, que lutavam por condições menos degradantes de trabalho e participação na vida política.
Tais acontecimentos trazem à tona o protagonismo das mulheres na luta por relações igualitárias de vida e trabalho, fazem-se presentes nas mobilizações do dia 8 de março e ressoam como desafio cotidiano.
Momento propicio para refletirmos sobre a identidade e resistência da mulher brasileira, que mesmo sofrendo todo o tipo de preconceito e, mesmo assim, segue forte e destemida, marcando presença significativa na família, na sociedade, na política, no mercado de trabalho, no mundo da moda, nas lutas sociais e outras situações em que a sua presença se faz necessária para que prossigam as grandes mudanças.
Mulheres guerreiras, corajosas, de personalidades fortes, ajudam a construir o Brasil, que rompem elos convencionais para buscarem formas alternativas de viver e ser feliz.
Hoje, mais que ontem, existem mulheres que têm a ousadia de pensar, discordar, contestar – “Não é não, assédio é crime!” – propor alternativas sociais, nas quais elas serão o que quiserem ser!
Mulheres que lutam, enfrentando forças contrárias, permanecendo firmes, acreditando sempre na capacidade que tem. Como dizia Santa Paulina:
“Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários”.
Muitas foram as mulheres que deixaram seu legado de luta e resistência, como Santa Paulina que, desde a sua infância, foi uma mulher empreendedora, com visão de futuro, ousadia e coragem para enfrentar forças opressoras.
Firme na sua missão, demarcou o seu espaço (e das mulheres) na sociedade e na Igreja, sendo inspiração para tantas mulheres que seguem na luta por dias melhores (Manoel Goes Neto).
Manoel Goes Neto – escritor e produtor cultural
Dia de resistência
Edição, Don Oleari – [email protected] –
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