Choro
O Choro – o nosso chorinho brasileiro – agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil
Manoel Goes
Anterior ao samba, o chorinho, nas suas origens, guarda mais de 150 anos de história e uma galeria de mestres compositores e intérpretes.
Temos o “pai do choro” Joaquim Callado, o mestre Pixinguinha. que se tornou sinônimo de chorinho, assim chamado por muitos, o gênero já estava consolidado.
Há mais de cem anos, em 1922, Os Oito Batutas com Pixinguinha, Donga e companhia, fazem a primeira turnê internacional de um grupo popular e no início deste século um plebiscito escolheu Carinhoso como segunda composição mais bonita do país, atrás de Aquarela Brasileira de Ary Barroso.
Não podemos falar dos “chorões” sem citarmos a pioneira Chiquinha Gonzaga, o fenômeno Jacob do Bandolim, Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Ademilde Fonseca e Luperce Miranda. É uma infinidade de grandes músicos, regionais, e grupos que até hoje se reúnem em saraus e rodas, chorando pelo país afora.
Por decisão unânime do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, fica reconhecido e ressaltada como a primeira manifestação genuinamente brasileira, o chorinho.
Brasileirismo cheio de influêdncias, ocupa agora o choro a posição de número 53º de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O nome “choro” dado à essa manifestação, para muitos se deveu ao seu ritmo dolente na forma de se tocar e interpretar e também da mistura do verbo “chorar” e a palavra chorus, coro em latim.
Bebeu também seu criador, o flautista Joaquim Callado, em 1870, do lundu, ritmo africano marcado pela percussão. Um som que fala realmente à alma.
Disse o presidente do Iphan, Leandro Grass, fala sobre o choro como música de celebrar amigos:
“O Choro é uma música de confraternização, de amigos, que pode ser tocada tanto com virtuosidade quanto de forma mais simples e amadora. Essa ideia é primordial para o entendimento do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil, pois a política de Patrimônio Imaterial reconhece que essa forma de expressão mantém vínculos de identidade e memória coletivas que vão desde os músicos iniciantes e amadores, aos admiradores e grandes instrumentistas”.
Acrescentou Leandro Grass:
“A partir de agora, o corpo técnico do Iphan e os detentores do bem cultural, juntos, vamos desenvolver políticas públicas para a salvaguarda do Choro, com programas e cursos em escolas públicas, criação de editais para aquisição de instrumentos e promoção das rodas de choro em locais públicos, fortalecendo o desenvolvimento de formas de transmissão” declarou o presidente do Iphan Leandro Grass.
Um dos fundadores do Clube do Choro de Brasília, Henrique Lima – Reco do Bandolim – também aborda o reconhecimento do choro como patrimônio:
“Esse reconhecimento significa que é um bem que dá orgulho, que representa a nação. É a primeira manifestação genuinamente brasileira anterior ao samba e que faz o nosso perfil, da alma profunda. Reúne influências da Europa, da África, cada região uma riqueza. Tudo isso se mistura e se transforma nesse ritmo, e se a gente cultivar o choro da maneira que estamos fazendo, vamos muito à frente. A partir de agora é colocá-lo nas escolas, passar essa cultura para as próximas gerações. Esse é o grande fascínio, esse é o objetivo”, explicou o músico, um dos fundadores do Clube do Choro de Brasília, Henrique Lima, conhecido com Reco do Bandolim.
Por Manoel Goes Neto, produtor cultural, escritor e diretor no IHGES.
Choro
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