IBGE anota em 2021 as disparidades entre salários de homens e mulheres
ESPECIAL DIA INTERNACIONAL DA MULHER
DON OLEARI PESQUISA
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data que transcende festas e comemorações superficiais.
É um momento de reflexão, luta e afirmação sobre o papel da mulher na sociedade, bem como um chamado para a conscientização sobre as desigualdades de gênero que ainda persistem em diversas esferas.
A data remonta às lutas históricas das mulheres por direitos trabalhistas, políticos e sociais, e serve como um alerta para a necessidade contínua de avanços.
Apesar dos progressos alcançados ao longo dos séculos, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos em termos de representação e igualdade.
Vamos explorar alguns desses aspectos com base em dados e estatísticas, que ilustram a realidade da mulher no cenário atual.
1. Desigualdade Salarial
- Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres ganham, em média, 20% menos do que os homens em todo o mundo.
- No Brasil, dados do IBGE (2021) mostram que as mulheres recebem cerca de 77,7% do salário dos homens, mesmo desempenhando as mesmas funções.
- Essa disparidade é ainda maior quando consideramos mulheres negras, que enfrentam dupla discriminação: de gênero e de raça.
- 2. Sub-representação em Cargos de Liderança
- A presença feminina em cargos de chefia e comando ainda é minoritária. De acordo com o relatório Women in Business 2023 da Grant Thornton, apenas 32% dos cargos de liderança global são ocupados por mulheres.
- No Brasil, um estudo do Instituto Ethos (2020) revelou que as mulheres ocupam apenas 13,6% dos cargos executivos nas maiores empresas do país.
3. Participação Política
A representação feminina na política ainda é insuficiente. No mundo, apenas 26,7% dos parlamentares são mulheres, segundo a União Interparlamentar (2023).
No Brasil, apesar de as mulheres representarem mais de 50% do eleitorado, elas ocupam apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 12% no Senado Federal (dados de 2023).
4. Violência de Gênero
- A violência contra a mulher continua sendo um grave problema. No Brasil, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2022) registrou 1.319 feminicídios em 2021, um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior.
- Além disso, dados da ONU indicam que 1 em cada 3 mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual ao longo da vida.
- 5. Desigualdade no Mercado de Trabalho
- As mulheres enfrentam maiores dificuldades para ingressar e permanecer no mercado de trabalho. A taxa de desemprego entre as mulheres é 30% maior do que entre os homens, segundo o IBGE (2022).
- Além disso, as mulheres são sobrecarregadas com o trabalho doméstico não remunerado, dedicando, em média, 21,4 horas por semana a essas tarefas, enquanto os homens dedicam apenas 11 horas (IBGE, 2021).
- Valorização da Mulher: Um Compromisso Diário
Para transformar essa realidade, é essencial que a valorização da mulher seja uma prática constante, não apenas no 8 de março, mas todos os dias. Isso inclui:
- Educação e conscientização: Promover a igualdade de gênero desde a infância, combatendo estereótipos e incentivando meninas a ocuparem espaços tradicionalmente masculinos.
- Políticas públicas: Implementar leis e programas que garantam equidade salarial, licenças parentais compartilhadas e combate à violência de gênero.
- Acesso ao crédito: Apoiar empreendedoras e garantir acesso a crédito, capacitação e oportunidades de liderança.
- Representatividade: Ampliar a presença feminina em todos os espaços de decisão, desde a política até o setor privado.
- O dia 8 de março deve ser um dia de luta, reflexão e ação.
É preciso reconhecer as conquistas das mulheres, mas também enfrentar os desafios que ainda impedem a plena igualdade de gênero.
A valorização da mulher é um compromisso que deve ser assumido por toda a sociedade, todos os dias, para que possamos construir um futuro mais justo e equitativo.