Manto Tupinambá
Don Oleari História
“Você destrói nossas terras, envenena o planeta e semeia a morte porque está perdido. E logo será tarde demais para mudar. Então você sentirá o medo que nós sentimos.” – Cacique Raoni, 91 anos, etnia caiapó e ativista.
ARTIGO |
Manoel Goes Neto
Em 23 de dezembro de 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu, por meio da resolução 49/214, que o Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo seria comemorado no dia 9 de agosto.
É a data que marca a primeira reunião do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Populações Indígenas, realizada em 1982.
Esta data é um tributo aos diversos povos indígenas ao redor do planeta, não apenas os das Américas, mas também os originários de outros continentes.
Os povos indígenas brasileiros desempenharam um papel fundamental na história.
Sempre vigilantes, defenderam “Pindorama”, a nossa “Terra Brasilis”, em batalhas épicas contra os invasores brancos, com grande derramamento de sangue e sofrimento que perdura até hoje.
Manto Tupinambá
Eles continuam a lutar contra a destruição implacável imposta pelos colonizadores.
O objetivo da data é chamar a atenção para a necessidade de garantir condições dignas de existência aos povos originários em todo o mundo, especialmente no que diz respeito ao direito à autodeterminação de seus modos de vida e cultura, bem como à proteção dos Direitos Humanos.
A data resulta da luta desses povos contra as agressões em seus territórios. Um dos principais objetivos da declaração é assegurar que os povos indígenas não sejam forçados a tomar qualquer atitude contra sua vontade, conforme expresso no artigo 3º:
“Os povos indígenas têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente sua condição política e buscam livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.”
O belíssimo Manto Tupinambá, uma peça ancestral que estava no Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague há mais de três séculos, está finalmente de volta ao Brasil.
Mais do que uma obra de arte ou um mero objeto, trata-se de uma peça raríssima de vestimenta sagrada, usada em rituais indígenas, segundo as lideranças tupinambás.
A Dinamarca devolveu o Manto Tupinambá, uma peça extremamente rara, no mês passado e ele está agora no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
O manto, confeccionado com penas vermelhas de guará costuradas em uma malha através de uma técnica ancestral dos Tupinambá, mede cerca de 1,80 metro de comprimento e 80 centímetros de largura.
É um dos exemplares mais bem preservados conhecidos, existindo apenas outros dez semelhantes no mundo, produzidos entre os séculos 16 e 17, todos atualmente em museus na Europa.
Os Tupinambá foram um dos primeiros povos indígenas a ter contato com os europeus após a chegada dos portugueses em 1500.
Eles habitavam várias aldeias ao longo do litoral atlântico e enfrentaram guerras de extermínio, perda de território, escravização, conversão religiosa e imposição da língua portuguesa.
Apesar de todos esses desafios, resistiram e, até hoje, continuam lutando para preservar sua identidade.
Manoel Goes Neto – escritor, produtor cultural e diretor no IHGES
Manto Tupinambá
Edição, Don Oleari – [email protected] –
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