poesia
Coluna AQUI RUBENS PONTES
MEUS POEMAS DE SÁBADO
Rubens Pontes, jornalista
A poesia tem sido apontada como a primeira manifestação expressa da sensibilidade humana, registrada em composições musicais, de forma oral ou escrita.
O Don Oleari, Portal de Notícias – www.donoleari.com.br – vale-se da historiadora Adélia Noronha para apontar a sacerdotisa Enheduana, nascida na Mesopotâmia no ano de 2.300 a.C, como tendo sido a primeira escritora poeta do mundo.
O Disco de Enheduana, descoberto por Leonard Woolley, atualmente conservado no Museu da Universidade de Philadelphia (EUA).
Enheduana – Enheduana, que significa no império Adorno do Céu, era filha do rei Sargão de Arcad, um dos fundadores da Mesopotâmia, tendo nascido há dois mil e trezentos A.C.
Alta sacerdotisa do Deus lunar Innana na cidade de Ur, escreveu e nos legou uma coleção de hinos denominados “Hinos Sumérios do Templo”.
Esses hinos chegaram aos nossos tempos com a decifração de trinta e sete tábuas de argila encontradas em Ur e em Nippur.
Reconstrução moderna na localidade de Ur, sobre as ruínas de Giparu, complexo de templos onde Enheduana viveu e foi enterrada.
Imagem: Wikimedia Commons
O poema abaixo transcrito é um deles.
Hino a Innana
Enreduana
Senhora de todas as essências, luz plena,
Boa mulher vestida e esplendor
A quem o céu e a terra amam
Amiga do templo de An,
Você carrega grandes ornamentos
Você quer a tiara da alta sacerdotisa
Cujas mãos seguram sete cenários
Minha Senhora, guardiã de todos os grandes eventos
Você escolheu e pendurou de sua mão.
Você juntou as essências sagradas e as colocou
Apertadas em seus seios.
Aqui, entre nós
O Espírito Santo, sempre presente na área com figuras que impuseram seus nomes no cenário da cultura nacional, possui o registro da primeira escritora brasileira com nome assinando um livro de poesias – Maria Antonieta Tatagiba.
Ela é Patrona da Academia de Letras de Mimoso do Sul/ES e da Academia de Letras de São Pedro de Itabapoana, um distrito do mesmo município, presidida pelo médico e escritor Pedro Antonio de Souza.
A esplêndida poeta ocupa singularmente a Cadeira 32 da Academia Masculina de Letras de Vitória, título a ela outorgado onze anos após seu falecimento, em 1939, jovem de 32 anos de idade.
Maria Antonieta Tatagiba foi também a primeira mulher a dirigir um jornal no Espirito Santo, “A Semana”, em São Pedro de Itabapoana, o belo sítio histórico no extremo sul do Espírito Santo.
Pioneirismo
Para este levantamento, chega à Coluna o nome de Maria Firmina dos Reis, professora pública em Guimarães, Pernambuco, considerada por críticos a primeira escritora brasileira, pioneira na nossa literatura, criticando a escravidão e se empenhando na defesa de sua abolição.
O fato foi divulgado pelo jornal “A Moderação” de São Luís, do dia 11 de agosto de 1860, anunciando o lançamento do romance Úrsula de autoria da “exma. Sra. D. Maria Firmina dos Reis, professora pública em Guimarães.”
Mãe branca, pai negro
Negra, filha de mãe branca e pai negro, Maria Firmina dos Reis nasceu em 1822 na ilha de São Luiz, Maranhão.
Em seu primeiro livro abordou gênero literário sem precedentes no Brasil – um instrumento de crítica à escravidão, usando para isso a humanização de personagens escravizados.
Maria Firmina dos Reis foi particularmente enaltecida como professora, aprovada em concurso realizado em 1847.
A aprovação no concurso lhe assegurou estabilidade e respeito para o lançamento de livro pioneiro no gênero, abertamente combatendo a escravidão.
Su livro “Úrsula” foi publicado antes de “Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães de 1875 e de ‘Navio Negreiros”, de Castro Alves, de 1880).
Não importa a precedência, mas a relação de nomes evidencia como é notória a presença da mulher nesse cenário de cultura.
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Em Minas
Os mineiros apontam o nome de Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, heroína da Inconfidência Mineira, como a primeira mulher no Brasil Colônia a escrever poesia.
Além de ativista política, Bárbara foi mineradora e ficou conhecida como a musa inspiradora de seu marido, o imortal poeta Alvarenga Peixoto.
É dele o poema “Bárbara Bela”, sendo ela e todas as mulheres – poetas ou não – motivo de homenagens do Portal – www.donoleari.com.br – e do Colunista.
Rubens Pontes, jornalista.
Capim Branco, MG –[email protected]
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Bárbara bela
Alvarenga Peixoto
Bárbara bela,
do Norte estrela,
que o meu destino
sabes guiar,
de ti ausente,
triste, somente
as horas passo
a suspirar.
Isto é castigo
que Amor me dá.
Por entre as penhas
de incultas brenhas
cansa-me a vista
de te buscar;
porém não vejo
mais que o desejo,
sem esperança
de te encontrar.
Isto é castigo
que Amor me dá.
Eu bem queria
a noite e o dia
sempre contigo
poder passar;
mas orgulhosa
sorte invejosa
desta fortuna
me quer privar.
Isto é castigo
que Amor me dá.
Tu, entre os braços,
ternos abraços
da filha amada
podes gozar.
Priva-me a estrela
de ti e dela,
busca dois modos
de me matar.
Isto é castigo
que Amor me dá.
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Edição, Don Oleari – [email protected] – https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare
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