Quintos do Inferno
Pelo menos cinco meses do que ganhamos a cada ano são tomados por um governo esbanjador, vil, debochado, cínico, mentiroso e extorsivo
ARTIGO |
LEONECE BARROS (***)
Há cerca de cinco décadas, tomei conhecimento didático da expressão “Quinto dos Infernos”. Usamos essa frase desde a era colonial, mas, há séculos, ela tem sido empregada apenas para amaldiçoar alguém.
Hoje, porém, somos massacrados por dois quintos do inferno e nos permitimos conviver com essa desgraça, covardemente acomodados! Fui relembrado disso recentemente, e meu coração, que batia em frequência normal, está sofrendo desde então.
Na era colonial, éramos extorquidos pela Coroa Portuguesa em 20% sobre todo o ouro extraído no país.
Esse imposto era recolhido pela tripulação do navio chamado “Nau dos Quintos”, que também transportava exilados para o Brasil.
Sem saber onde ficava esse território, os europeus diziam que os deportados estavam indo para o quinto dos infernos
Nós adaptamos a expressão para simbolizar a exploração abusiva que nos assolava naquele período. Houve severas revoltas contra essa vilania, sendo Tiradentes o mais notório insurreto e mártir dessa luta.
Hoje, somos submetidos a uma extorsão ainda maior: 40% de tributação, o dobro da carga imposta naquela época.
– Em 2024, o brasileiro trabalhou até o dia 28 de maio somente para pagar impostos, taxas e contribuições exigidos pelos governos federal, estadual e municipal.
Pelo menos cinco meses do que ganhamos a cada ano são tomados por um governo esbanjador, vil, debochado, cínico, mentiroso e extorsivo.
Em troca, temos saúde precária, educação deficiente, segurança insuficiente, dificuldades no acesso a alimentos, aposentadorias incertas e uma liberdade cada vez mais cerceada.
Enquanto isso, eles vivem nababescamente: no Judiciário, os nababos; no Legislativo, os impostores; no Executivo, os capoeiros; e, na Nação, estamos nós, os espoliados, vivendo como prisioneiros de um redil.
Fiquei feliz, mas não satisfeito, com o recuo no controle sistemático dos movimentos financeiros via Pix, imposto pelo Governo Federal.
Eles baniram essa medida abusiva não apenas pela insatisfação popular gerada. Não me iludo: não foi a grande repercussão do brilhante deputado federal Nikolas Ferreira que os demoveu.
Creio piamente que a decisão se deu pela reação do narcotráfico, que se sentiu prejudicado e os pressionou. O temor e a ligação dos governantes com os narcotraficantes são evidentes, e desagradá-los não seria conveniente.
Essa realidade é preocupante: se antes suspeitávamos, agora temos certeza de que vivemos sob o domínio de um narcoestado. Como, então, poderíamos estar satisfeitos?
Ainda acredito que haverá um novo horizonte nesse cenário degradante. Nossa complacência como nação tem limite! Talvez a ansiedade que nos corrói decorra da incerteza sobre o momento glorioso em que essa moeda será virada.
Rogo a Deus, o Supremo Senhor, por calma, serenidade e paz. Isso me permite navegar no “bate-apanha/apanha-bate” do meu coração.
Não perco a esperança de dias melhores! E, no meio desse processo, às vezes medonho, lembro-me do clérigo anglicano e teólogo metodista John Wesley, que afirmou:
“A tentação que me assalta não é maior que a graça que me é concedida.”
Fiquem seguros!
(LB – Fevereiro/2025)
LEONECE BARROS (***) é radialista, jornalista, advogado
Capa – Ouro – Foto: PublicDomainPictures, via Pixabay
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(Superinteressante, Editora Abril)
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