beija flor
COLUNA AQUI RUBENS PONTES
MEUS POEMAS DE SÁBADO
“No começo Deus criou o céu e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar e o Espírito de Deus se movia por cima da água. “
(What’s so great about Christiany, Dinesh D’Souza, 2007)
Descobertas científicas procuram mostrar ter o Universo nascido de uma explosão cósmica e dela ter sido originado tudo o que hoje conhecemos sobre o tempo, o espaço, as leis das ciências, a vida humana, tudo aí começando.
Big Ben.
O sopro de Deus?
Teoria da Evolução
Divergindo do que a maioria dos cientistas e das pessoas da época acreditava no começo do século XIX, Charles Darwin propôs uma ótica diferente sobre a origem dos seres humanos.
Contra a visão religiosa de que Deus criou o Universo e o homem à sua imagem e semelhança e deu vida a todas as espécies do planeta, a Teoria da Evolução apresentou o desdobramento evolutivo natural das espécies por meio de um ascendente comum.
Ainda no Antigo Testamento, lê-se ter sido Adão moldado por Deus valendo-se do vapor que subia da terra e do barro modelou o primeiro homem, soprando-lhe nas narinas o fôlego da vida.
No ato seguinte, Deus colocou Adão em sono profundo, retirou uma de suas costelas e dela fez a mulher.
Foi assim formado o primeiro casal no mundo recém criado, direto, longe das árvores que marcaram o primeiro e principal estágio na visão evolutiva.
Fica também registrada a expulsão de Adão e Eva do Paraiso, consequência de um ato que afinal se tornaria rotina na vida dos casais que se formariam em desdobramento.
Tudo muito simples, sem necessidade de confirmação científica.
E assim a versão então admitida permaneceria como verdade histórica até o ano de 1831, quando um estudante de 22 anos chamado Charles Darwin contestou o tema com sua Teoria da Evolução.
O que até então era entendido como a força da fé passou a ser estudado em termos puramente científicos.
Diferente do que a maioria dos cientistas e das pessoas da época acreditavam no começo do século XIX, Darwin propôs uma visão diferente sobre a origem dos seres humanos.
Contraditando a visão religiosa de que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e deu vida a todas as espécies do planeta, a Teoria de Darwin defendia a evolução natural das espécies por meio de um ascendente comum.
Das águas que não foram batismais surgiu o núcleo de vida que no tempo se desdobraria em espécimes até chegar aos seres vivos do nosso tempo.
O homem como última etapa.
Antes de Darwin, alguns cientistas já sugeriam essa teoria, mas foi apenas ele quem conseguiu comprovar o mecanismo que torna a Teoria Evolutiva possível: a Seleção Natural das Espécies.
O beija flor
O Colunista sempre via a mão de Deus no que era saudável, bom e sadio, nas ações dos homens de boa vontade, na beleza de um por de sol, na inspiração dos versos de um poeta sonhador e nas conquistas dos homens de ciência. O Colunista muitas vezes se confundia lendo a Bíblia e a Teoria da Evolução do naturalista Charles Darwin.
Se confundia. Até que nesta manhã…
…Observou então um pequeno beija-flor irisado aproximar-se de um vaso de orquídea, cultivada por Márcia na varanda envidraçada, mantendo-se no espaço ruflando as asas com uma velocidade fantástica para manter-se quase imóvel e sugar o néctar da planta.
Suas asas especiais chegam a noventa vibrações por segundo e lhe permitem voar para trás em movimento helicoidal, com a velocidade de até sessenta quilômetros por hora.
O beija flor também é a única ave a voar à ré e a enxergar a luz ultravioleta que sinaliza certos tipos de flores. Seu sistema de comunicação sonora só é captável com o uso de gravadores e microfones de alta sensibilidade e fidelidade.
No Espírito Santo, o cientista Augusto Ruschi (1915-1986) catalogara cinco espécies de beija flor e onze sub espécies da pequena e surpreendente ave que neste momento em que escrevo voou rapidamente para fora, em busca do néctar de outras flores.
Charles Darwin não chegou ao beija flor, e na sua cadeia evolutiva não encontraria encadeamento que levasse a essa pequena ave, certamente criada por mão divina.
O Criador do Mundo, imagina o Colunista, presente no Céu e na Terra criados com um mesmo propósito, com um gesto largo das mãos que produziram o homem – nem precisaria dele os que n’Ele creem – moldou o beija flor e soprou-lhe vida, dois atos que nenhuma teoria da evolução ao longo do tempo seria capaz de concluir.
Com tudo isso vivido no ruflar das asas do colorido beija flor, o Colunista fica com o que diz o Velho Testamento:
Deus criou o Mundo à sua imagem e semelhança.
O céu, a terra e tudo o que nela habita. E o beija flor.
O beija-flor simboliza uma beleza poética que não conseguiria ser alcançada ao longo do tempo por força de uma evolução progressiva, da primeira molécula ao período do Renascimento, das épicas navegações com navios movidos pelo vento, do mundo corrompido pelas guerras medievais, por Hiroshima e Nagasaki, pela turbulência dos costumes nos tempos atuais.
Don Oleari, o Poderoso Chefão do Don Oleari, Portal de Notícias – www.donoleari.com.br – nada disse, como quase sempre, mas acatou, fazendo lembrar o poema com que o Colunista encerra seu reticente trabalho deste sábado.
De Olavo Bilac, “A Alvorada do Amor”, uma ode à expulsão de Adão e Eva do Paraiso.
Rubens Pontes, jornalista
Capim Branco, MG
A ALVORADA DO AMOR
Olavo Bilac
Um horror grande e mudo, um silêncio profundo
No dia do Pecado amortalhava o mundo.
E Adão, vendo fechar-se a porta do Éden, vendo
Que Eva olhava o deserto e hesitava tremendo,
Disse:
“Chega-te a mim! entra no meu amor,
E à minha carne entrega a tua carne em flor!
Preme contra o meu peito o teu seio agitado,
E aprende a amar o Amor, renovando o pecado!
Abençoo o teu crime, acolho o teu desgosto,
Bebo-te, de uma em uma, as lágrimas do rosto!
Vê! tudo nos repele! a toda a criação
Sacode o mesmo horror e a mesma indignação…
A cólera de Deus torce as árvores, cresta
Como um tufão de fogo o seio da floresta,
Abre a terra em vulcões, encrespa a água dos rios;
As estrelas estão cheias de calafrios;
Ruge soturno o mar: turva-se hediondo o céu…
Vamos! que importa Deus? Desata, como um véu,
Sobre a tua nudez a cabeleira! Vamos!
Arda em chamas o chão; rasguem-te a pele os ramos;
Morda-te o corpo o sol; injuriem-te os ninhos;
Surjam feras a uivar de todos os caminhos;
E, vendo-te a sangrar das urzes através,
Se emaranhem no chão as serpes aos teus pés…
Que importa? o Amor, botão apenas entreaberto,
Ilumina o degredo e perfuma o deserto!
Amo-te! sou feliz! porque, do Éden perdido,
Levo tudo, levando o teu corpo querido!
Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar:
– Tudo renascerá cantando ao teu olhar,
Tudo, mares e céus, árvores e montanhas,
Porque a Vida perpétua arde em tuas entranhas!
Rosas te brotarão da boca, se cantares!
Rios te correrão dos olhos, se chorares!
E se, em torno ao teu corpo encantador e nu,
Tudo morrer, que importa? A Natureza és tu,
Agora que és mulher, agora que pecaste!
Ah! bendito o momento em que me revelaste
O amor com o teu pecado, e a vida com o teu crime!
Porque, livre de Deus, redimido e sublime,
Homem fico, na terra, à luz dos olhos teus,
– Terra, melhor que o Céu! homem, maior que Deus!”
beija flor
Edição, Don Oleari – [email protected] –
https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare
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