Capixabas
Pensando, Pensando, Pensando
ARTIGO |
Manoel Goes Neto
Nós, capixabas (***), temos que conhecer e entender a nossa história, nossos mitos, símbolos, ritos, crenças – a cosmovisão capixaba, por assim dizer.
Devemos valorizar muito mais a nossa cultura popular, tão importante quanto a literatura, a arte plástica e a arquitetura.
A identidade capixaba é resultante de um longo processo de construção histórica que ganhou força por volta de 1822, logo após a independência, tendo o maior impulso após os anos 1930. Nada muito diferente do restante do nosso Brasil.
(***) Estudiosos da língua tupi afirmam que capixaba significa roça, roçado, terra limpa para plantação. Os índios que aqui viviam chamavam de capixaba sua plantação de milho e mandioca.
É um grande equívoco afirmar que nós, os capixabas, não temos identidade, por não haver homogeneidade da nossa cultura. As demais regiões do Brasil possuem suas características marcadas nas fisionomias, sotaques, culinária, músicas etc.
Aqui, em terras capixabas, no terceiro estado mais antigo do país, na verdade, não temos essas características específicas tão marcantes.
Mas temos peculiaridades que outros estados não têm: somos diversos na nossa formação étnica. E como diz a nossa talentosa e querida amiga atriz e poeta Elisa Lucinda: “capixaba é chic”!
Sempre atual lembrar também as declarações da primeira dama da literatura capixaba, professora Bernadette Lyra:
“Nós somos um mix gozoso como a moqueca misturada. Somos únicos de muitas identidades. Podemos adquirir as cores de muitas identidades, mas continuamos sendo nós, o coração capixaba. Somos muitos grupos em um estado tão pequeno de muitas culturas e fortes culturas”.
“Nosso coração muda de cor – diz Bernadette – muitos grupos culturais, somos os camaleões do mapa, podemos adquirir as cores de todas as identidades. A nossa força está na nossa diferença. A única igualdade está no respeito à diferença. Precisamos unir a multiplicidade mantendo as especificações, nesse estado tão pequeno, mas com uma única e rica cultura. O caleidoscópio que forma a liga capixaba é, portanto, o convite para conhecer e descobrir quem somos hoje”.
O Espirito Santo é um verdadeiro caldeirão de diversidade cultural. A rica combinação é resultado da mistura dos costumes e das tradições dos povos originários, ancestralidades africanas e dos muitos imigrantes – italianos, alemães, pomeranos, libaneses, orientais, dentre outros – que fixaram residência no Estado.
Essa diversidade foi brilhantemente apresentada, com muita criatividade e resgate histórico, pelos 78 municípios, na recém encerrada Feira dos Municípios, com o oportuno tema “Origens Capixabas”, no Pavilhão de Carapina, na Serra/ES.
Uma grande viagem na linha do tempo do capixabismo. Muita história, arte, cultura, gastronomia e música, destaque especial para a criativa Região Metropolitana, composta pelos municípios de Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha e a capital Vitória.
Vitória, efetivamente o núcleo central das origens capixabas, encantando a todos os visitantes, em uma verdadeira imersão no universo dos nossos primeiros habitantes capixabas puros, nosso povo originário, nossos grupos indígenas, com criativas instalações temáticas (oca, mini floresta, cestaria), apoio do ES Convention Bureau.
A artista Guarani Tupiniquim Ará e sua família, da aldeia de Aracruz, surpreenderam a todos os visitantes Feira dos Municípios, principalmente as crianças, com o artesanato nativo, armas de caça, adornos e pinturas com tinta do jenipapo.
Um Sucesso!
Manoel Goes Neto – escritor, produtor cultural e diretor no IHGES
Capixabas
Edição, Don Oleari – [email protected] –
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