Esfirra II

Esfirra II | Rubens Pontes apresenta “Os turcos do Alegre”, por José Caldas da Costa | 18/3

Esfirra II

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Rubens-Pontes

Aqui

Rubens Pontes

Meus poemas de sábado

Foram muitos e animadores os comentários para a coluna sobre a migração de sírios libaneses para o Espírito Santo.

Inúmeros descendentes mostram, sobretudo, seu reverenciado amor por seus ancestrais e um legítimo orgulho pela determinação e conquistas plantadas e conquistadas ao correr do tempo pioneiro até os tempos atuais.

O Portal Don Oleari registra e agradece os comentários, que podem ser vistos lá embaixo. E muitos outros estão chegando.

O autor da coluna reitera seu firme propósito de homenagear grupos pioneiros que deixaram seus lares e suas terras cruzando os mares para territórios em fase de modernização (Rubens Pontes).

Esfirra II

– “Não me desafie com 10 linhas porque isso é para os fracos”, reagiu, como sempre afável e bem humorado, o jornalista José Caldas da Costa, que descobri ser “do Alegre”, quinenqui dizem alegrenses, ao meu desafio para um textim sobre “os turcos” do pedaço.

ze-caldas-1.jpgJosé Caldas da Costa, nascido no Alegre, fala, a propósito, de sua experiência pessoal com descendentes libaneses em magnífico trabalho que o Portal Don Oleari publica agora na coluna semanal, criada e assinada pelo jornalista Rubens Pontes, véi integrante da nossa tchiurma (Don Oleari).

Os “turcos”

do Alegre

José Caldas da Costa, jornalista

Cresci entre os “turcos” do Alegre, assim como entre os pretos de minha infância. Os “turcos” estavam por todo canto na minha cidade, especialmente no comércio e nas minhas salas de aula.

mapa-situando-alegre-es-1.pngProfessor Amin (que era Felipe da Silva, vejam só!) foi um dos criadores do antigo Colégio Estadual, onde estudei boa parte de minha adolescência e juventude. Foi ele também que inaugurou as caminhadas de madrugada com fins de saúde, antes de o Dr. Cooper inventar a moda.

Trabalhei para muitos deles quando o trabalho abaixo dos 14 anos não era quase um crime inafiançável.
Para os Tannure Simão, no escritório de contabilidade: seu Elias era jornalista e morreu com mais de 100 anos; Francisco Chebel introduziu-me ao catolicismo, antes de minha opção adulta pelo protestantismo; Simeão era meu fiel frequês quando eu era jornaleiro; para os Cade no posto de gasolina; para os Alcure na casa de tecidos – onde aprendi a apreciar os charutos (a tradicional comida, bem entendido).

Fui colega de sala dos gêmeos Cláudio e Cláudia, que me serviam os impagáveis quibe de coalhada e pastel de camarão no Bar Pico da Bandeira, de “seu Pedro” Tannure, onde também experimentei cerveja pela primeira vez como uma espécie de ritual de passagem da adolescência para a juventude.

Adelino enchia nossos olhos com o seu calhambeque 1927, que desfilava nas festas da cidade e despertava a atenção de todas as meninas mais bonitas do Alegre, como na música do Roberto, quando passeava pelas ruas calçadas de paralelepípedo, os mesmos que me esfolavam joelhos e cotovelos nas inúmeras quedas de bicicleta ou arrancavam tampos do dedão nas peladas de rua.

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Solar Miguel Simão | Foto: Taynara Barreto

Quando penso no Alegre, minha imagem mais forte é do centenário Solar Miguel Simão, ainda hoje imponente, embora merecesse melhor conservação, como a anunciar aos viajantes que ali já foi uma terra de 120 mil habitantes no início do século passado, que encolheu quatro vezes.

Atualmente, conta com uma população estimada de menos de 30 mil habitantes: 29.869 pessoas, segundo dados de 2021.

“Saidinho” – Assaed Cade – desfilava com um radinho de pilhas, que todos desejávamos, “vendo” os jogos do Flamengo ouvindo a Rádio Globo, ou acompanhando as intermináveis guerras do Líbano.

Nossas noites eram embaladas pelas músicas da playlist do Rachid Abdalla em sua A Voz da Cidade, que nos trazia também as últimas notícias da política nacional e internacional, “antes mesmo do Repórter Esso”. E também era o canal pelo qual sabíamos quem havia morrido – porque naqueles tempos a desgraça já dava mais audiência do que boas notícias, como os nascimentos de crianças, por exemplo.

Rachid era nosso Chacrinha ou nosso Silvio Santos. Paulo Guenim Simão mostrou-me pela primeira vez os segredos da revelação fotográfica, a mesma escola do meu amigo Zezé de Oliveira, que ficou famoso nessa arte.

Na igreja crente de minha mãe, convivi com os Amado e Aride. Os libaneses entre nós eram cristãos e flexíveis na religião.

Eles eram praticamente os donos da cidade. Os “turcos” de minha infância são inesquecíveis. E frequentavam o anedotário nos tempos em que ninguém morria de depressão por causa de bulliyng.

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Quibe do Said, rua 7 de setembro, centro de vitória/ES. “Mô Amigo” Said é um “turco” que veio pro ES em 1998

Alegre, proporcionalmente, era a maior colônia dos “brimos” no Espírito Santo, assim como dos espanhóis dos quais descendo por parte de avó paterna.

Vai um quibe aí? (José Caldas Costa).

José Caldas da Costa, jornalista, nascido no Alegre-ES.

É geógrafo e escritor, pós-graduando em Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva.

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Adonis ou Ali Ahamed Said Esber

Adonis, o poeta deste sábado

A seguir, os poemas que a coluna selecionou para mais esta edição especial dedicada à colônia sírio-libanesa do Espírito Santo

Poemas de Adonis

Adonis (em árabe: أدونيس, pseudônimo de Ali Ahamed Said Esber) nasceu Al Qassabin, Lataquia, ao norte da Síria, em 1 de janeiro de 1930. Está com 93 anos. É um poeta e ensaista sírio. Sua carreira literária se desenvolvou no Líbano e na França.  Ali Ahamed Said Esber  é autor de cerca de vinte livros em língua árabe.

Poeta, pensador, ensaísta, considerado o máximo expoente da poesia árabe contemporânea, Ali Ahmad Said Esber, nascido no norte da Síria

Ali Ahmed Said Esber

O cântico da mulher

De lado,

Tinhas o rosto de um homem idoso

Que, assaltado por dias de mágoa,

Me trouxe o seu frasquinho esverdeado

E pedia que tomasse a última refeição.

Esse frasquinho é uma enseada,

O casamento de um barco com uma enseada

Nos dias em que as praias se afundam

E as gaivotas encontram os rostos

E o capitão pressente o seu futuro.

Ele veio cheio de fome até mim, eu dei-lhe o meu amor

Como um pão, como uma bilha, como um leito

E abri as portas ao vento e ao sol

E partilhei com ele a última refeição.

 

O cãntico do homem

De lado

Vi o teu rosto pintado no tronco da palmeira

O sol negro nas tuas mãos

Então montei a minha saudade da palmeira

Trazia a noite num cesto, trazia a cidade às costas

E polvilhei-me à volta dos teus olhos, estudei

O meu rosto

E vi o teu rosto, havia nele a fome de uma criança

E esconjurei-o com fórmulas mágicas

E polvilhei- o com jasmim

 

Homem e mulher

 

Mulher: quem és tu?

Homem: um bobo expatriado

Da rocha dos meteoros,

Da raça do demónio.

E tu, quem és?

Viajaste pelo meu corpo?

Mulher: sempre e repetidamente.

Homem: o que viste?

Mulher: vi a minha morte.

 

Homem: trazias o meu rosto?

E olhaste a minha sombra como um sol?

E olhaste o meu sol como uma sombra?

E desceste  às minhas profundezas e descobriste-me?

 

Mulher: e tu, descobriste-me?

 

Homem: se me descobriste, foste capaz

De me convencer?

 

Mulher: não.

 

Homem: fiz-te bem e tiveste receio?

 

Mulher: sim, sem dúvida.

 

Homem : e reconheceste-me?

 

Mulher: e tu, reconheceste-me?

Manifestações de descendentes de sírio-libaneses:

Felicia Scabello Silva

Meus antepassados mais longe da família do avó paterno… Abdai Abineder… Sírio, casou -se com Esnei Fadul Abineder. Ela era libanesa.

Elias de barros

Muito bacana e com muito esclarecimento. Eu sou de Mimoso do Sul e lembro bem que nos anos 1960 e 1970 era muito grande o domínio de sírios e libaneses no comércio em geral, bares, padarias, armazéns, lojas de tecidos e outros.Um detalhe curioso é que po… ver mais

Renato Peterli

Show. O professor Adilson Silva Santos acabou de lançar também sua tese “Sírios e libaneses no sul do ES” pela Ufes.

Elida Salvador Cellia

Aqui em Nova Venécia tem duas famílias turcas ou sírio-libanesas, descendentes de dois irmãos que vieram para oES. O interessante é que eles têm sobrenomes diferentes. Tem os Rodor e os Abraão. Segundo a bem humorada versão de uma parenta, é q… ver mais

José Marques Porto

Parabéns! Excelente trabalho, resgate sensacional. Achei o imigrante sírio que casou com minha tia avó paterna, pessoas muito queridas.

Zelia Sonegheti

Essa loja Flor de Maio sobreviveu acho que até a década de 80 vendendo chapéus. Nem sei o que funciona no local.

Anna Roberta

Muito bacana, o projeto!

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A famosa loja A Libanesa, que sobrevive com loja na Praia do Canto, zona norte de Vitória

Rose Leppaus

Muito interessante 👏👏👏

Aparecida Maria Barroca

Nessa loja meu pai Alfredo Pacheco Barroca, comprava seus chapéus.

Aparecida maria barroca

Meu avô Basílio Keijok também era sírio-libanês. Casou com minha avó Olga Mazzoco (os dois falecidos).

Sergio Marcondes

Minha avó paterna era da família Bichara, de Itapemirim/ES.

Moana Stadler Leandro

Thomé. Da minha avó paterna.

Conceição Cesconetto

Daher, de onde veio Cilmar Francischetto? Era minha avó.

Conceição Cesconetto Daher

Conforme a lista são libaneses.

esfirraEduardo Nogueira Archanjo

Olha aí leo nassar llan

Fabio Gabriel Xavier

Acredito que a Flor de Maio foi a loja mais resistente no espírito santo.

Em uma época que já não se usava chapéus, a Flor de Maio estava com as portas abertas sem nenhum cliente!

Zenilda Auxiliadora

👏👏👏👏👏👏❤😘👏

Bertoldi Ottini

Em Guarapari as lojas Balãozinho são de libaneses.

Ronald Mansur

Obrigado, em nome da nossa colônia libanesa.

Randal Fernando Leandro Tico

Minha avó, Nayme Thomé

Leonardo Fonseca

Terzian é armênio. Síria e Líbano receberam muitos armênios e até hoje existem descendentes de sobreviventes do genocídio de 1915.

Leonardo Fonseca

Cátia morais , tem parentes no ES? Olha teu sobrenome aí rs

Leonardo Fonseca

Ângela lopes

Luiz Antonio Murad

Tem que verificar a procedência dos imigrantes, os primeiros vieram com passaporte turco, depois sírio-libanês pelo domínio que estes países tinham sobre o Líbano. E depois alguns tiveram direito a cidadania francesa durante o domínio francês.

Julisson Brumana

Meu bisavô João Brumana (Brumana era o nome da cidade de origem, o sobrenome real era Zalzal) chegou ao ES em 1889 e trabalhou como mascate no sul do estado. Retornou ao Líbano e voltou ao brasil com três dos cinco filhos e o irmão. Meu bisavô então ab… ver mais

José Helvídio Zamprogno

Comprava muito nesta loja já nos anos 80 e 90! O dono era bem velhinho, quase não se via. Ficava uma gerente que atendia muito bem! Haviam chapéus, cinto, carteiras, guarda- chuvas, bolsas, malas. Tudo era de boa qualidade!! Época boa!!!

Ellen Marā

Pedro Gomes Moreira Neto

Jorge Eduardo Saadi

Que bacana! Na página 1157 achei o registro de entrada do meu bisavô, Antonio Abdo Saadi!

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Esfirra II

Rubens Pontes: mais do que “esfirra”, sírio-libaneses contribuem para o crescimento do ES | 11/3

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
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Grande torneio no Tancredão

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Deri Santos

Deri Santos

(Anilson Ferreira)

Nosso abraço solidário à família do nosso saudoso colega.

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Pazolini

Ruy Dias de Souza acabou de me enviar.

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Folha Vitória tá dando.

Lorenzo Pazolini dispara com

55,7 % das intenções de voto.

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Amigos da Baleia Jubarte

Euclerio lança

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Será em Jardim América, Cariacica.

Será um dos grandes momentos do bem avaliado prefeito e do MDB.

 euclerio-lanc.jpg 25 de agosto de 2024 8 KB

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Baixo Guandu turístico

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Wilson Côellho se despede do amigo Márcio Souza.

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Baixo Guandu turístico

(Don Oleari)

Uma boa notícia boa. O prefeito Lastenio Cardoso acabou de nos enviar a informação.

Baixo Guandu volta a figurar no mapa turístico do Espírito Santo.

 b-guandu-mapa-tur.-recorte.jpg 20 de julho de 2024 6 KB

Cardoso anota que todos os requisitos exigidos foram cumpridos para que seu município

voltasse a figurar no mapa.

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Rafael Ottaiano: Lidere-se primeiro

 Lastenio Cardoso

Lastenio Cardoso

Lastenio, pré-candidato à reeleição para

 lastenio-recorte.jpg 17 de julho de 2024 6 KB prefeito de Baixo Guandu,

conversando com as famílias e comunidades.

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Rafael Ottaiano: Lidere-se primeiro

Coluna

AQUI PRAIA DO CANTO | Vitória/ES

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Don Oleari

Recebemos do nosso colaborador Hudson Ruela.

Segue neste domingo.

E de noitinha tem Vanessa Da Mata.

 festival-da-baleia-1.jpg 14 de julho de 2024 14 KB 200 por 194 píxeis Rolou ontem e continua rolando neste domingo.

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Rafael Ottaiano: Lidere-se primeiro

MNU

(Eliezer Tavares Albuquerque)

Vamos celebrar 12 anos de refundação do Movimento Negro Unificado.

liezer-feijoada.jpg 4 de julho de 2024 6 KB 197 por 99 píxeis Editar imagem Excluir permanentemente A entidade luta contra todo tipo de discriminação e em defesa dos Direitos Humanos.

Venha partilhar conosco este momento de muita importância.

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Rafael Ottaiano: Lidere-se primeiro

“Viva São Paulo” | 29/6

CPI dos Maus Tratos | Janete de Sá em S. Mateus

Ottaiano

Ottaiano

rafael-reduzida.jpg 29 de junho de 2024 5 KB Esse foi o tema da palestra para as Engenharias da Multivix Vitória/ES, ministrada pelo ex-aluno e Engenheiro Civil Rafael Ottaiano.

“Em tempos de ansiedade e depressão, saber conduzir a própria vida com equilíbrio é pré-requisito para conduzir times e equipes”, defende o engenheiro Rafael Ottaiano.

 

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“Viva São Paulo” | 29/6

Morgan Freeman, consciência