HaiKais
Uma mesma data: Jesus chegou e Marien partiu
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari |
Rubens Pontes escreveu este texto em 23 de dezembro de 2023. Resgato-o em memória de Marien, que nasceu num dia 20 de outubr0. Em 1935. Ao excelente material produzido por Pontes, entonces
Aí está um tiquim da biografia de três caras: do Marien, de José Carlos Stein e deste peão da comunicação, à frente assinado.
O texto vai dos serviços de alto falantes de parques de divesões com discos de 78 rotações por minuto – 78 rpm – até às mudernidadis tecquinológicas da infeneti (Don Oleari).
Coluna AQUI RUBENS PONTES |
MEUS POEMAS DE SÁBADO
Marien Calixte nasceu no dia 20 de outubro de 1935 na cidade do Rio de Janeiro.
Filho de uma professora primária do ES e de um jardineiro francês que veio para o Brasil cuidar do paisagismo de praças na então capital brasileira, Rio de Janeiro.
Aos dez anos de idade, Marien se mudou para o Espírito Santo com sua mãe.
Adolescente, quando a família se instalou no Bairro Jardim América, Cariacica/ES, conheceu e se tornou amigo muito próximo de Oswaldo Oleari, nosso Editor Chefão.
As brincadeiras da infância e juventude renderam uma identificação com o rádio e com a música.
Marien Calixte e Oswaldo Oleari atuaram em parceria como locutores de parques de diversões e aprenderam a apreciar as canções com o irmão mais velho de Calixte, Darci Marien, que adorava escutar Frank Sinatra e boleros com Gregorio Barrios.
O casamento.
Em 1961, Marien Calixte conheceu uma também jornalista chamada Terezinha e quatro anos mais tarde casaram-se em uma celebração no Colégio Salesiano.
E se tornaram também parceiros.
A união gerou dois filhos. Daniela, nascida em 1966, e Luís Henrique, que nasceu em 1968.
Duas lembranças
Depois de amanhã o mundo cristão estará celebrando o nascimento de Jesus, o filho de Deus.
Uma lembrança irremovível de quem pregou o sacramento do amor ao próximo e por isso foi crucificado.
Naturalmente em outras infinitas proporções, será também uma data que faz eco para povoar nossos corações e mentes de ternura e de saudade, marcada pela mudança do plano terreno de uma figura humana que deixou a marca de uma fase de vida inteligente e produtiva no Espírito Santo.
Marien Calixte partiu no mesmo dia e mês em que Jesus Cristo chegou.
Dia 25 de dezembro.
Morreu aos 78 anos de idade, em 2015.
Cinquenta anos de vida profissional
Sem pretender escrever uma biografia do personagem – para isso seria necessária volumosa enciclopédia – este colunista do Don Oleari Portal de Notícias, , levantou o que sobre ele registrou um dos estudiosos de sua vida e obra.
Insuspeitos Oswaldo Oleari, amigo desde a juventude, e o Colunista, seu companheiro em empresa de comunicação, ainda assim este registro se vale de magnifico texto de outro luminar das letras do ES para falar sobre Marien Calixte dizendo com propriedade um pouco de sua vida e ação.
A Coluna se permite, e o Editor Chefão aprova, a transcrição parcial de script do acadêmico José Roberto dos Santos Neves, analisando importantes períodos da vida e da obra do nosso personagem.
O doce imortal
Confessou o escritor José Roberto dos Santos Neves:
“Em 2014, quando a Academia Espírito-santense de Letras publicou edital para preenchimento da cadeira de número 26, que pertencia a Marien Calixte, confesso que senti um frio na barriga.
Marien foi o mestre com quem tive a satisfação de conviver em seus últimos 15 anos de vida, o orientador a quem recorria para checar alguma informação sobre a música do Espírito Santo, o jornalismo, a poesia ou o jazz, conhecimentos que ele dominava tão precisamente, sempre com cordial gentileza.
Submeter meu nome à apreciação dos acadêmicos para sua sucessão se tornara, para mim, uma forma de reverenciar o talento de Marien e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de dar sequência à sua notável contribuição para a cultura do Espírito Santo, especialmente na interseção entre a música, o jornalismo e a literatura.
Lembro-me como se fosse hoje de receber seus telefonemas com alguma novidade sobre música, algum disco lançado, um livro novo no forno.
– José Roberto – dizia a voz mansa do outro lado da linha, seguida de uma delicada pausa.
– Marien – completava ele – para, em seguida, perguntar:
– Como está a família?
Por vezes, tive a oportunidade de visitá-lo na casa da Mata da Praia, onde o mestre passeava no jardim, entre pés de manacás e murtas, uma bananeira e um pequeno coqueiro, e depois conversávamos em seu escritório, no segundo piso, espécie de refúgio encantado onde a exuberante coleção de discos dividia espaço com livros de poesia, ficção científica, pinturas, revistas sobre cinema e quadros com fotos de ídolos do jazz. “
“Em uma dessas ocasiões, no ano de 2004, recolhi seu depoimento para a biografia “Maysa”, sobre a cantora que ensinou o Brasil a amar e a sofrer por amor.
Contou-me que, no final dos anos 1950 ou início dos 1960, então repórter de O Diário, fora pautado para entrevistar a deslumbrante e temperamental Maysa Figueira Monjardim – ela detestava ser chamada pelo sobrenome Matarazzo – no auge dos sucessos de “Ouça” e “Meu Mundo Caiu”.
Ao final, um pouco tímido, pediu a ela uma foto.
– Serve esta? respondeu Maysa, estendendo a mão para entregar- -lhe uma 3/4, de um documento de identidade…
Em 2007, o mestre proporcionou-me a honra de assinar a orelha do livro “A MPB de Conversa em Conversa – 40 entrevistas com grandes nomes da música popular brasileira”, no qual assinalou:
“A entrevista é um trabalho jornalístico-literário. Coloco-me entre os que acreditam que o jornalismo é uma espécie de literatura e, assim, estou seguindo os passos do mestre Alceu Amoroso Lima. Os jornais estão hoje muito próximos das revistas, da mesma forma que as revistas giram no tempo e se inspiram no livro.”
Na Rádio Universitária FM, derradeira estação do seu programa “O Som do Jazz” – que manteve no ar por 55 anos ininterruptos no dial capixaba, o que deveria ter-lhe rendido uma inclusão no Guiness – O Livro dos Recordes –, desfrutávamos da companhia de Marien nas noites de segunda-feira, deliciando os ouvintes com standards de Duke Ellington, Chet Baker e Miles Davis. Havia mesmo quem dormisse com sua voz de travesseiro – meu pai, João Luís, era um desses habitués que chegava a gravar os programas em fitas cassete.
Como se vê, é impossível falar sobre o desenvolvimento das artes no Estado do ES nas últimas décadas sem passar por Marien Calixte.
Jornalista, radialista, escritor, produtor cultural, gestor público, pintor e pesquisador musical, ele deixou um legado admirável em todas as áreas em que atuou, conciliando o olhar cosmopolita de quem sempre vislumbrou o futuro com o amor declarado pela terra que o acolheu desde a mais tenra idade, e para a qual teceu as mais diversas homenagens; uma das mais conhecidas é o slogan “Viver é ver Vitória”, criado em 1968, época em que exercia o cargo de diretor de Turismo e Certames da Prefeitura Municipal de Vitória.”
“Nascido no Méier, Rio de Janeiro, a 20 de outubro de 1935, Marien Calixte herdou do pai francês o patronímico – uma mistura de Marien – nome franco-austríaco que significa Mariano, e Calixte, de origem árabe e também a arte da jardinagem, que cultivou durante anos.
Sua mãe, uma professora, transmitiu-lhe o amor pelo Estado. Foi sob seus cuidados que Marien Calixte superou infância e juventude e tornou-se adulto.”
O acadêmico Santos Neves confirma suas convicções reconhecendo que esse amor a Vitória e ao Espírito Santo resplandece em sua obra.
“Definitivamente, Marien foi muitos em um só. Sua contribuição para a construção das identidades culturais da Capital perpassa em sua visão de mundo humanista e no seu exemplo de ética, liderança e excelência.
E qual era a visão de mundo de Marien? Um mundo, eu me arriscaria a dizer, onde prevalecesse o respeito e a gentileza entre as pessoas; onde as artes desempenhassem o papel de força motriz da sociedade; onde todo tipo de hostilidade desaparecesse nas cinzas de um carnaval; onde tivéssemos a consciência de que o silêncio é necessário para que se possa ouvir o outro, e que o capixaba aprendesse a amar a abençoada ilha de Vitória da mesma forma como ele a amou”.
Foi ainda o acadêmico Santos Neves quem registrou nos anais da historiografia capixaba:
– “De sua trajetória vitoriosa – com trocadilho, por favor, podemos elencar alguns pontos chave:
Em 1955, juntamente com o amigo Oswaldo Oleari, exerceu a função de locutor de parques de diversão. Depois, também com Oleari, conquistou o posto de locutor no serviço de alto-falantes de Jardim América, em Cariacica, comandado pelo radialista José Carlos Stein.
No rádio, os primeiros passos foram através do locutor, produtor, José Américo Vidigal, que fazia um programa sobre cinema na Rádio Espírito Santo, então a única emissora de rádio do Estado. Marien e Oleari substituíram José Américo no programa Cine Variedade por uns dias. E foram convidados para um teste no rádio teatro da Rádio E. Santo, comandado pelo professor Hermínio Blackman.
Foram aprovados.
Ainda em 1955, estreou no jornal A Tribuna, então situado na Av. Capixaba, entrevistando um violonista capixaba que acabara de retornar da Polônia com o troféu de segundo lugar no Festival de Música de Varsóvia.
Seu nome? Maurício de Oliveira. Foi o embrião de uma bonita amizade que cultivariam por toda a vida.
Em 1958, iniciou na Rádio Espírito Santo a produção e apresentação do supracitado programa “O Som do Jazz”, inspirado pelo famoso programa da TV CBS americana, “The Sound of Jazz”.
No começo dos anos de 1960, firmou-se como disc-joquei em Vitória, promovendo a trilha sonora da boate do Clube Vitória, em sintonia com os novíssimos ares da Bossa Nova.
Na mesma boate do Clube Vitória, Oleari seria disc-joquey, função que já exercia na Rádio Capixaba desde 1957, de 1963 a 1964, substituindo Hermes Xavier, que substituíra Marien.
Nos anos 1960, desempenhou as funções de Chefe de Redação, Secretário de Redação, colunista e crítico de cinema em “O Diário”, onde ampliou o espaço para o noticiário cultural e introduz a poesia no periódico.”
“Em 1973, atendendo ao chamado de Carlos Lindenberg Filho, o Cariê, Marien Calixte chegou à redação de A Gazeta com a tarefa de implementar uma grande reforma no jornal.
Entre suas principais intervenções destacam-se o moderno projeto de diagramação, inspirado no Jornal do Brasil; a criação do segundo caderno, com o nome de Agenda; a divisão do periódico em editorias, as mudanças na editoria de Economia, a criação da charge e da tira em quadrinhos de Milson Henriques, com a personagem Marly.
Diante desse conjunto de ações, é justo que Marien Calixte recebesse o título de “pai do jornalismo cultural do Espírito Santo”, honraria que ele recusou em vida, apesar de ele reconhecer o seu papel na construção de um conceito voltado para a difusão das artes na imprensa capixaba.
Nos anos 1970, tornou-se diretor do Teatro Carlos Gomes e diretor-presidente da Fundação Cultural na gestão do governador Élcio Alvares (1975-1979).
Aí, novamente, seu parceiro desde os tempos do parque de diversões, Oswaldo Oleari – que comandava o “Show da Cidade”, um refinado programa musical – foi convidado por Marien para assumir a Direção de Jornalismo da Rádio Espírito Santo. Marien destacava essa nomeação do velho amigo dizendo ter sido um dos seus melhores atos, pois Oleari fez uma verdadeira revolução no rádio jornalismo da emissora.
Um dos maiores eventos desse período foi a mega cobertura do departamento de jornalismo da Rádio E. Santo nas enchentes do Rio Doce de 1979.
Durante os dois últimos anos de governo, desenvolveu uma série de ações que marcaram profundamente a vida cultural do Estado, como a reforma no Teatro Carlos Gomes, a vinda a Vitória do Projeto Pixinguinha, o Projeto Moqueca e a vinda de astros da música mundial a Vitória: Sarah Vaughan, Dave Brubeck, Art Blakey and Jazz Messengers, Astor Piazzola.
Outro marco indelével de sua passagem à frente da Fundação Cultural foi a construção, com verbas federais, da sede da Biblioteca Pública do Espírito Santo Levy Cúrcio da Rocha.
Nos anos 1980, criou o Vitória Jazz Festival, que ganhou uma série de 10 edições anuais, encerrada no início dos anos 1990.
Ficção e poesia
Continuando Santos Neves:
“Em sua vasta produção literária, Marien Calixte foi o responsável por introduzir dois gêneros na literatura capixaba: a ficção científica e a poesia haikai. O primeiro teve como marco o livro “Alguma coisa no céu”, de 1985, que ganhou três edições: no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Itália. Composto por seis contos, o volume conjuga nomes e lugares verdadeiros com narrativa ficcional, valendo-se da beleza geográfica do Espírito Santo como cenário.
A excelência de suas narrativas curtas rendeu-lhe o convite para integrar as antologias “Enquanto Houver Natal – Oito estórias de ficção científica” (1989, Editora GRD); “Estranhos Contatos: Um Panorama da Ufologia em 15 Narrativas Extraordinárias” (1998, Caioá Antologia) e o segundo volume dos “Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica” (2010, Editora Devir).
HaiKais
A poesia haikai (*) entrou na sua vida na década de 1950, por meio de um filme de Akira Kurosawa. Desde então, sempre manteve o encantamento por essa forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Incentivado pelo editor Massao Ohno, reuniu algumas dessas criações acalentadas há anos na obra “O Livro de Haikais”, que ganhou versão bilíngue, em português e italiano, em 1994, denominada “Atlântico”.
Poeta Bachô
O poeta Bashô é considerado o principal nome da poesia haicai no Japão. Retrato do poeta Bashô, de Yokoi Kinkoku
(*) Haikai é um vocábulo composto por duas palavras da língua japonesa: hai = brincadeira, gracejo; e kai = harmonia, realização.
“Complementam a produção poética de Marien Calixte as obras “Não Amarás” (1991), São Paulo, editada por Massao Ohno; “Lua Imaginária” (1994), São Paulo, novamente pela Editora Massao Ohno; “Le Vent de L’Autre Nuit – O Vento de outra Noite” (1996): poemas bilíngues: francês e português, Vitória: Aliança Francesa; a edição alemã deste livro, de 1997; e “Evocação da Ilha de Vitória, em duas edições, de 1995 e 1999, do qual extraímos esta singela demonstração de amor pela capital do Espirito Santo:”
Para apreciar uma ilha
recomenda-se ficar a sós
Quando partilhada,
Uma outra ilha será.
Último livro
Ainda José Roberto Santos Neves:
“O derradeiro livro, “Herança do Vento”, foi lançado em 13 de dezembro de 2006, sob a chancela da editora Cidade Alta. Trata-se de uma coleção de haikai de seus livros anteriores que traz, ainda, poemas avulsos do autor publicados em coletâneas na Itália, Alemanha e França, e dois artigos da escritora e tradutora Olga Savary.
No campo da biografia e dos estudos sobre a história do Espírito Santo, a contribuição de Marien Calixte também se faz significativa. A mesma se verifica, inicialmente, com a biografia “Florentino Ávidos: Um Homem à Frente do seu Tempo”, publicada em 1988, sobre o presidente do Espírito Santo (1924-1928) e senador (1929-1930) durante a República Velha.
Por sua vez, “Maurício de Oliveira – O Pescador de Sons” (2001) representa o reencontro do jornalista e escritor com o seu passado afetivo e a celebração de uma amizade de cinco décadas com o violonista e compositor Maurício de Oliveira, considerado o maior músico do Espírito Santo.
Completam suas obras biográficas o livro sobre o promotor público e deputado estadual Edson Machado e o perfil de Alfredo Copolillo, o primeiro distribuidor de jornais e revistas do Espírito Santo, retratado no volume “Imprensa” da Coleção “Escritos de Vitória”.
O espectro literário de Marien Calixte estendeu-se à literatura infantil, gênero no qual o autor desenvolveu, juntamente com Milson Henriques e Celso Mathias, uma coleção de títulos de caráter eminentemente lúdico, entre os anos de 1970 e 1980. Compõem esse mosaico de letras e ilustrações voltados para a pureza da criança os volumes “Os dois anjos da guarda de Luísa”, “O vagalume e o violinista”, “O caracol e a plantinha”, “O Coelho Zélio inventa uma orquestra” e “O cabrito bebê passeia na nuvem”, todos publicados pela editora Sem Fronteiras.”
“Das letras, partimos para a pintura, território em que Marien Calixte participa da primeira geração de modernistas no Espírito Santo ao lado de Maurício Salgueiro, Raphael Samu e Carlos Chenier.
Incentivado pelo artista espanhol Robert Newman, que se radicou em Vitória nos anos 1960, Marien arriscou-se a transpor suas emoções para a tela, e o resultado de sua primeira série de cinco quadros foi o prêmio de Menção Honrosa no Salão Nacional de Artes.”
Com Terezinha Calixte
“Após essa viagem pela vida e obra de Marien Calixte, voltemos então ao início deste texto, mais precisamente a 9 de junho de 2014, data em que fui eleito para ocupar a cadeira de número 26 da Academia Espírito-Santense de Letras, sucedendo o doce imortal na instituição que comemora agora o seu centenário.
Recebo um telefonema de sua esposa Terezinha Calixte, companheira de 50 anos e responsável pela sólida base emocional e amorosa sobre a qual o mestre edificou sua notável carreira.
Com a voz embargada pelo pranto incontido, Terezinha comunica a minha eleição para a AEL, emendando em seguida:
– Marien deve estar feliz. Ele o considerava como um filho.
Ao receber a boa nova da querida amiga, me veio à mente uma única resposta:
– Então estamos em sintonia: eu tinha por Marien a mesma admiração que um filho tem pelo pai.”
Fonte: Revista da Academia Espírito-santense de Letras / 100 anos – Vitória (ES) Vol 26 -2021
Autor: José Roberto Santos Neves. Cadeira 26 da ALE.
A Coluna se fecha ainda longe do fim da esplêndida caminhada empreendida pelo prolixo escritor de várias frentes, publicando alguns dos haikai com que implantou no Espírito Santo a clássica poesia japonesa.
Rubens Pontes, jornalista
Capim Branco, MG
Revisão: Márcia M.D. Barbosa
Livro de haikais
Marien Calixte
O mundo após
faz antigo o sulco
que se extrai agora.
Dorme comigo
a palavra
sem temor do sonho.
*
Evapora-se o rastro
na memória.
Já amei este nome.
*
Uma parte de mim
sofre. A outra des-
vencilhou-se.
*
Tropeço e caio
levanto
me distraio.
Anotação da coluna:
HaiKais
O Haikai é originário do Japão do século XVI. Encontrou representantes no Brasil, como os poetas Paulo Leminski, Guilherme de Almeida e o jornalista Millôr Fernandes. E o nosso personagem de hoje, Marien Calixte.
HaiKais
Edição, Don Oleari – [email protected] –
https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare
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