Injustiça climática: o outro lado da devastação do meio ambiente

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Injustiça climática

Países pobres têm mais dificuldades para se recuperar de eventos extremos como inundações, secas e ciclones. Em breve, poderemos ter uma nova massa humana, os “refugiados climáticos”.

Os últimos oito anos foram os mais quentes já documentados, de acordo com o relatório da agência especializada em meteorologia da Organização das Nações Unidas (ONU).

A média global de temperatura registrou um aumento de 1°C em comparação à média pré-Revolução Industrial.

Injustiça climática

As emissões humanas de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, são as grandes responsáveis pelo aumento das temperaturas.

paulo-jubilut-outra-do-linkedin-1-e1685745211458.jpg2 de junho de 2023
paulo jubilut

“Essas mudanças acabam causando eventos climáticos extremos, como secas, derretimento das geleiras e aumento do nível dos oceanos”, explica o biólogo e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental Paulo Jubilut, fundador da edtech Aprova Total. 

Segundo o relatório do Banco Mundial, estima-se que até 2050 cerca de 216 milhões de pessoas serão forçadas a abandonar suas regiões por conta de alterações no clima e passarão a viver como refugiados climáticos. A questão que fica é: para onde vão essas pessoas?

“O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mapeou que as nações que menos contribuíram para o aquecimento do planeta são as que mais estão sofrendo com eventos climáticos extremos e demais consequências”, comenta Jubilut. 

Entre o final de fevereiro e o início de março, a região sudoeste da África foi atingida duas vezes pelo ciclone Freddy, o mais duradouro já registrado, que deixou um rastro de destruição com pelo menos 500 mortos e mais de 80 mil desabrigados. O episódio escancarou o quanto a injustiça climática está presente na nossa sociedade e, consequentemente, mostrou a necessidade de pensar no contrário, uma justiça climática. 

“Crianças, mulheres, idosos, povos tradicionais, pessoas de baixa renda, indivíduos com o sistema imunológico comprometido e com doenças crônicas já são as mais atingidas”, avalia o biólogo. “Isso porque a exposição ao calor excessivo causa sintomas graves, como a exaustão pelo calor, a insolação e a desidratação.” 

Injustiça climática

Diante da dificuldade das populações vulneráveis de se restabelecer dos eventos climáticos extremos, na COP 27, em 2022, foi criado um fundo de perdas e danos, que é um exemplo prático de justiça climática.

“O acordo tem como objetivo reparar os danos e oferecer uma adaptação climática justa e inclusiva”, explica Jubilut.

“Foi negociado por três décadas, quando os países mais impactados passaram a exigir uma reparação por mudanças climáticas pelas quais não são historicamente responsáveis.” 


parque-nacional-do-vale-da-morte-na-california-1623432927353_v2_4x3-1-e1685806186806.jpgEdição, Don Oleari

Foto de capa – Parque Nacional do Vale da Morte, na Califórnia (EUA), foi o lugar que registrou a maior temperatura da Terra: Daniel Zafra (Agosto 2022).

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham