Pássaro de Fogo
Estreia mundial de Pássaro de Fogo foi no Teatro Sesi, Jardim da Penha, em Vitoria/ES
ESPECIAL BOM PRA CABEÇA
Pensando, pensando, pensando
ARTIGO |
Foi uma grande surpresa para mim a apresentação em estreia mundial, no teatro Sesi de Jardim da Penha, Vitória/ES, da peça erudita Pássaro de Fogo, do jovem compositor e maestro paulista Rafael Vicole (1982).
A composição foi executada com esmero pela Camerata Sesi do Espirito Santo na abertura do programa de música clássica In Concert – Vicole, Mendelsson e Mozart.
Compositor e maestro Rafael Vicole
Presente na abertura do evento, Rafael Vicole fez breve exposição de sua composição ser uma homenagem à lenda do Pássaro de Fogo.
Outra surpresa para mim, pois eu desconhecia a origem romanceada desse pássaro como mensageiro do amor proibido de uma índia da tribo Botocudo, que habitava Cariacica, com o índio da tribo Temiminós, grupo indígena sediado no município de Serra.
Pássaro de Fogo
Tribos inimigas, o amor entre os jovens indígenas tornou-se proibido pelos seus pais, caciques das duas tribos.
Impedidos de se encontrarem, um pássaro de fogo levava as mensagens para os enamorados de uma tribo à outra, cortando o céu com sua brilhante plumagem dourada.
Descobertos em manter acesa a chama desse amor juvenil, sem piedade, o cacique botocudo amarrou a filha numa pedra, origem do monte Moxuara, em Cariacica.
O índio foi amarrado no maciço rochoso, origem do monte Mestre Álvaro, na Serra.
Eternizados nessas duas montanhas rochosas, lenda famosa do folclore capixaba, quis a natureza que, mesmo de longe, a índia e seu amado continuassem trocando juras de amor eterno, pois em sentido horizontal o Moxuara é avistado de frente pelo Mestre Álvaro.
Rafael Vicole faz parte da geração que, no Brasil, optou pela carreira de regência e composição de música erudita.
Como Maestro, estudou na República Tcheca com Tomás Netopil, Kirk Trevor, Donald Schleicher, Neil Thomson e Nicolás Pasquet.
Foi maestro titular da Orquestra Acadêmica de Suzano (2014-2017).
Atualmente é maestro titular da Sinfonietta Paulista, maestro associado da Camerata Filarmônica de Indaiatuba e assistente da Ofisa.
A um passo, ainda em 2024, de tornar-se maestro titular da OSL e da Orquestra Jovem de Cordas das Fábricas de Cultura.
As composições de Rafael Vicole já foram interpretadas no Brasil e Europa por grupos de câmera, orquestras sinfônicas e filarmônicas.
Em destaque, Filarmônicas de Valinhos, de Indaiatuba, Sinfônica de Guarulhos, Filarmônica de Sinos Azuis, a Ofisa, Osijem, Ofsa, CQS, entre tantos grupos musicais.
Em 2022 estreou quatro obras orquestrais e duas de câmara, com destaques para o ballet “Ogum e Oxum”, encomendada pela Fundação Theatro Municipal de São Paulo e a abertura de sua ópera “Akaña; a cidade dos sonhos”.
O maestro Isaac Gonçalves, regente da Camerata Sesi do Espirito Santo, tem inovado nas programações dos concertos de música erudita, ao apresentar peças de autores nacionais e estrangeiros pouco conhecidos do público admirador desse tipo de música.
Exemplo de Rafael Vicole e sua peça Pássaro de Fogo. Na abertura dos concertos faz breve explicação da biografia do compositor e sua música interpretada pela Camerata.
Maestro Isaac Gonçalves
O maestro está sempre atento às preferências do público que frequenta o teatro Sesi de Jardim da Penha. Ele tem tido o cuidado de incluir em seus concertos composições de artistas renomados de música clássica.
Justamente aquelas composições que fazem parte do imaginário do público frequentador de teatros e salas, público que se dedica em manter aceso o legado de compositores famosos e que em vida se debruçaram em compor o melhor em seu tempo.
A estreia mundial da peça Pássaro de Fogo foi realizada na noite de 23 de agosto passado (Alda Luzia Pessoti).
Alda Luzia Pessoti é professora aposentada da Universidade Federal do ES (Ufes).
Pássaro de Fogo
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