Sociedade dos Poetas & Contistas Vivos
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari |
Primeiramente, saudemos todos, meus caros Rubens Pontes e Italo Campos, a chegada de um novo contista e poeta, o Paulo S. Nazareth, ao TIDO = Terreiro Infernético de Don Oleari e ao Don Oleari Portal de Notícias.
Segundamente, rapidim e rasterim, conto cumequi se deu a chegada desse Nazareth às nossas paragens.
Um telefonema de outro Nazareth, nosso preclaro Alvaro, festivamente recebido porque ele andava meiqui sumidaaaçoooo há um tempim, me diz:
“Meu irmão Paulo S. Nazareth escreve contos, poesia, crônicas, e resolveu publicar alguns trabalhos. Eu e ele decidimos que seria no intrépido Don Oleari Portal de Notícias”.
Como sempre que conversamos nos divertimos munthio, fui dizendo pro Alvaro:
“É um prazer fiudaputa receber outro intelecquitual do clã Nazareth e vou logo avisando: no começo, não vai ganhar nada…mas 3 meses depois passará a ganhar o dobro”.
Taió, o Paulo S. Nazareth com seu prusiadu itaperunense, festivamente recebido pela Famiglia Don Oleari”.
Dia de baile no Itaperuna Clube
Ou: Terno de Tergal com Alfazema
Vestindo um terno preto de tergal, com riscos de giz, confeccionado na alfaiataria do Amaral, gravata borboleta embaixo da gola de uma camisa volta ao mundo branca, saio de casa às vinte e duas horas de um sábado, mês de maio, temperatura amena, a cabeça lotada de maravilhosos pensamentos, sabendo o que estava buscando e quem iria encontrar.
Passando em frente do bar do Júlio Malta, dois amigos fraternos me chamam e me apresentam um novo amigo, chamado “samba em Berlim” e que eu ainda não havia tido o prazer de conhecer, me parecendo agradável.
Saímos do bar, atravessamos a linha do trem e seguimos os quatro, o samba em berlim foi junto, na direção do Itaperuna Tênis Clube, de onde já se ouvia os sons de afinação da banda que iria tocar a noite toda, os The Shines, que eram de uma outra cidade próxima.
Chegamos em frente ao clube, Noel estava abanando o carvão que assava o seu delicioso churrasquinho, o senhor Miltom “cabeludo” recolhendo os ingressos, Caboclo controlando a roleta e com o éramos sócios do clube, entramos direto.
Alvaro Nazareth, o irmão do contista, poeta, cronista, avisou: “meu irmão é o do meio, nessa foto aí”.
Um visual encantador nos recebeu, o laguinho do clube decorado por belos e felizes casais conversando naquele clima de festa, promessas e futuros casamentos que dali sairiam.
O avarandado cheio de pessoas e altas risadas, efusivos abraços de boas vindas na esplendorosa arte do encontro, ao som do Shines que tocava a sua apresentação, um prenúncio que o baile seria bom.
Entre abraços e apertos de mão cheguei à entrada do salão, que estava repleto, todas as mesas ocupadas com as pessoas mais charmosas e 
bonitas que eu já conhecia, envolvidas naquele suave perfume de alfazema misturado com Lancaster, alguma fumaça de cigarro pairava no ar, num ambiente de glamour, alegria, uma felicidade indescritível da Família Itaperunense, protetora da sua sociedade e por ela protegida.
Um ambiente perfeito, aconchegante, sem paradigmas, mostrando que mesmo de olhos abertos, sorrindo, brincando e dançando, se pode sonhar.
Alguns casais dançavam um rock que o Shines executava, misturado ao ininteligível som das conversas ainda animadas das pessoas, no início desse delicioso encontro. Consegui ver quem eu queria encontrar, trocamos olhares, sinais, uma expectativa para o depois, quando a banda suavizasse as músicas, encontrando o ritmo dois pra lá, dois pra cá…
Enquanto o ritmo não aparecia, fui ao bar do clube, beberiquei uma cuba libre, o samba em berlim tinha sumido, conversei com vários amigos, a banda no seu intervalo, preparando o repertório que sintonizava os corações.
De repente um sol maior seguido de um mi, si,fá pronto; começou a sequencia de músicas lentas. Os homens andando rápido, as moças sentadas, disfarçadas no seu olhar indiferente mas aguardando a chegada do seu pretendente.
Às vezes, um intruso chegava na frente e tirava a moça para dançar que, por delicadeza ou pensando no chá de cadeira, aceitava. Dançava uma ou duas músicas, sem qualquer aproximação, inventava uma desculpa qualquer, voltava para a sua cadeira e esperava o seu pretendente chegar. Ele já estava esperando isso e, quando ela mal sentava, ele chegava e iam dançar.
Rostos colados, corpos agarrados derramando sedução, ao som de um bolero, no dois pra lá procurando desaparecer no superlotado meio do salão. Ali, os passos desapareciam, as mãos mudavam de lugar, um beijo gostoso e atrevido acontecia, a música não importava. Um balanço compassado, escondido dos fiscais de pista, dos olhares vigilantes dos genitores ou qualquer outro intruso que visse naquela dança um pecado.
O baile acabando, o Shines cantando o bis de praxe, tirei a gravata, desabotoei o colarinho, estou na fila do churrasquinho do Noel, conversando e vendo a Família Itaperunense se recolher depois de tanto prazer.
Hoje já é domingo, daqui a pouco a Família Itaperunense terá outro compromisso de imensurável prazer, nas igrejas, nos templos, onde se encontrará com Jesus Cristo, sua razão de existir, na sua razão de ser.
Paulo S. Nazareth
Edição, Don Oleari – [email protected] –
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