Retorno de Paulo Hartung
O comentarista aposta no retorno de Paulo Hartung ao cenário em 2026 no ES como protagonista, não como coadjuvante
COLUNA PANO DE FUNDO \ POLÍTICA | BASTIDORES
EDILSON LUCAS DO AMARAL
O Retorno de Paulo Hartung: Um Cenário em Construção
O que se pode esperar de um político cuja trajetória começa ainda nos bancos escolares, quando, ao descobrir suas vocações, já era capaz de mobilizar ideias e liderar movimentos?
Desde cedo, sua inquietude o impulsionava. Foi eleito o primeiro presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e participou da reestruturação da União Nacional dos Estudantes (UNE) em tempos sombrios.
Naquele Brasil jovem, imerso no bipartidarismo e sob o peso das botas dos generais do regime militar, a juventude estudantil representava a maior parte do colégio eleitoral. E ele, mesmo tão jovem, já compreendia a força que emanava da organização coletiva.
O que esperar desse jovem que, obstinado, trilhou um caminho que o levou a ser deputado estadual, prefeito de uma capital que lhe concedeu a maior aprovação de sua história, deputado federal, senador e, por fim, o maior líder político do Espírito Santo? Paulo Hartung.
Um nome que se firmou como sinônimo de gestão e estratégia, alcançando três mandatos como governador. Sob sua liderança, um estado, antes considerado o “patinho feio” da nação, emergiu da devastação econômica para se tornar um exemplo de estabilidade e progresso.
Essa história não se desenrola por acaso. Ela está intrínseca à alma de quem parece incapaz de se afastar do cenário político. Paulo Hartung não é apenas um nome na política capixaba; é uma força que reverbera por onde passa. Mesmo fora de cargos eletivos, sua atuação como consultor em debates de relevância nacional mantém viva sua presença e relevância.
E, no entanto, fica a pergunta: pode um líder como Hartung realmente se afastar de um processo eleitoral? Seria possível ignorar o chamado da história e da vocação que moldaram sua trajetória? Aqui, faço uma aposta.
Como quem observa os movimentos de um tabuleiro de xadrez político, lanço meu palpite: Paulo Hartung retornará ao cenário eleitoral em 2026.
E não apenas como figura coadjuvante, mas como protagonista. Um nome que ecoa, possivelmente, em uma candidatura ao Senado.
Visualize o cenário: Hartung, candidato ao Senado, aliado a Lorenzo Pazolini, um jovem gestor da capital, encabeçando uma chapa para o governo estadual.
Essa aliança teria o potencial de transformar o Espírito Santo novamente. Hartung seria a ponte entre o passado sólido e o futuro promissor, abrindo caminhos pelo estado, apresentando Pazolini como líder renovado, e ao mesmo tempo desarmando articulações que hoje se estruturam no Palácio Anchieta.
Não subestime o poder de uma biografia como a de Hartung. Gostando ou não de seu estilo, é impossível negar sua habilidade como estrategista eleitoral.
Sua presença em 2026 não apenas agitaria o tabuleiro político capixaba, mas redesenharia forças e alianças. Vidigal, Ricardo Ferraço, Magno Malta, Casagrande – todos precisarão revisar suas estratégias diante de um líder de tamanha envergadura.
A política é feita de ciclos e, como bem sabemos, mal termina um pleito e outro já começa. Paulo Hartung está nesse jogo há tempo suficiente para saber disso.
Resta-nos observar as movimentações no próximo ano e nos preparar para um novo capítulo na história política do Espírito Santo. Afinal, é assim que fortalecemos nossa democracia: com grandes disputas e líderes que moldam o futuro.
Foto de capa: ex-governador num evento recente com o emedebista Sebastião Pelaes
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Edição, Don Oleari – [email protected] | https://twitter.com/donoleari