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Marcelo Arone: Cadê o home office que estava aqui?

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Pesquisa recente realizada pela OPTME RH apontou que 70% das pessoas que mudaram de emprego de 2020 pra cá aumentaram a frequência presencial nos escritórios nos últimos meses.

Precisamos falar sobre essa mudança. O home office, que antes parecia tão distante, se tornou a nossa realidade graças à pandemia. Parecia que ele tinha se tornado o modelo ideal e que mudaria de uma vez por todas o contorno das organizações e de suas contratações.

marcelo-marone-16-at-09.47.03-1.jpg11 de junho de 2023
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Mas, o que estamos vendo desde o ano passado é uma volta gradual ao modelo presencial e, enquanto algumas pessoas torcem o nariz para o que chamam de retrocesso, outras (muitas delas) agradecem o fato de poderem conviver novamente, terem feedback olho no olho e voltarem a separar a vida pessoal da vida profissional.

Marcelo Arone, Headhunter e especialista em processos de transformação e profissionalização de companhias.

O trabalho remoto, ou o fim dele, nunca foi tão discutido pelas companhias. Enquanto grandes nomes tentam de toda forma chamar seus times de volta para o presencial, o mercado inteiro sente o peso dessa mudança nos modelos híbridos. O home office, que antes era a cereja do bolo das contratações, pode passar a ser apenas um detalhe, quando e se necessário. O modelo presencial e seu apelo humano devem voltar a ser foco já que, mais do que uma necessidade de mercado, ele pode ser uma necessidade humana.

Fato: 2023 é um ano de aparar arestas! Hoje, o que vale é a racionalidade, tanto nas contratações quanto na forma de gerenciar os times, e o que está sendo decidido neste momento vai desenhar os próximos anos do mercado de trabalho. Principalmente no Brasil.

Uma das mais acirradas discussões nesse sentido diz respeito ao formato de trabalho. Com a pandemia, ganhou a cena o home office, que acabou sendo uma opção viável para equilibrar finanças, tempo e produtividade. No entanto, gigantes do mercado, como Amazon, Disney, Twitter e Starbucks estão tendo um trabalhão para trazer seus colaboradores de volta ao modelo presencial. O movimento gerou interesse de pesquisadores de Harvard, que decidiram avaliar esse panorama. E os resultados foram surpreendentes: ao estudar a relação de decadência que pode estar atrelada ao trabalho remoto, economistas descobriram que, se, para algumas profissões e mercados ele ainda é promissor, para outros, ele foi apenas um momento necessário, que foi embora junto com a pandemia.

Não podemos negar que existe uma natural valorização do home office por parte dos profissionais. Nesse caso, o segredo está no bom senso de ambas as partes. Colaboradores e empresas precisam entender que o benefício só é válido quando as entregas não ficam comprometidas e existe sinergia dos dois lados. Ponto importante: o combinado não sai caro.

Essa flexibilidade tem sido crucial nas contratações desde 2020, mas nota-se que desde então esse ponto se tornou negociável dentro da proposta de trabalho. Assim como se negocia salário, bônus, etc., as pessoas passaram a pedir no contrato formal quantos dias da semana elas podem trabalhar de casa. Muitos topam ajustar outros benefícios pra terem essa condição.

Cabe aos RH´s e líderes de cada empresa avaliarem até onde se pode oferecer esse tipo de modelo. Se formos pensar no resultado da pesquisa da OPTME, podemos perceber que a maioria dos trabalhadores de alto escalão não está preocupado com a frequência no escritório, exatamente porque a preocupação, dada a conjuntura econômica dos últimos anos, está focada no resultado, seja ele onde for.

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A pesquisa “O Poder da Proximidade”, realizada pela Harvard, revela que, para colaboradores seniores, o home office aumenta a produtividade, sim, mas para juniores, ele diminui drasticamente a quantidade e a qualidade do feedback, diminuindo, com isso, o comprometimento do colaborador com a companhia, o que leva a um maior turn over. Por outro lado, se para os seniores o home office se mostra mais favorável, para seus gestores, ele também não é um mar de rosas. Nada substitui o olho no olho na hora de entender quem está verdadeiramente lá contigo.

Claro que é importante considerar que o retorno ao trabalho presencial pode variar de acordo com cada função desempenhada, sendo essencial para algumas profissões visando uma gestão mais eficaz das equipes.

De acordo com a consultoria McKinsey & Company em sua pesquisa Reimagining the office and work life after COVID-19, interações face a face são mais adequadas para a resolução de problemas complexos, tomada de decisões ágeis, estímulo à criatividade e inovação. Estes aspectos podem ser melhor explorados por meio da presença física no escritório, o que também pode impactar positivamente o engajamento, motivação e desempenho dos colaboradores.

É válido lembrar que cada função possui suas particularidades e necessidades específicas. Algumas atividades ainda podem ser realizadas remotamente, exigindo assim uma abordagem flexível e adaptada caso a caso. Quando falamos de gestão, esse panorama fica mais complexo. Neste contexto, um modelo de trabalho híbrido, combinando dias presenciais e remotos, pode se manter como uma alternativa viável para algumas funçõesnos próximos anos.

Como líderes, compreender a relevância da presença física e do envolvimento direto com as equipes é fundamental para uma gestão eficaz e engajadora. O retorno ao trabalho presencial possibilita uma melhor compreensão das necessidades individuais e coletivas, além de promover o estabelecimento de metas claras e a prática de um feedback imediato e construtivo.

Em suma, o retorno ao trabalho presencial representa uma oportunidade para fortalecer as relações entre as equipes e promover uma cultura organizacional mais sólida e unificada e, certamente, deve ser um orientador das contratações nestes próximos tempos. Ainda assim, é crucial que as empresas adotem uma abordagem flexível, adaptada a cada caso específico, e proporcionem suporte e recursos adequados para equilibrar as demandas profissionais e pessoais dos colaboradores.

Marcelo Arone?

Marcelo Arone é headhunter e especialista em empresas que passam por processo de transformação e profissionalização. Há 15 anos atua com recrutamento e seleção pra alta liderança, C-Level e Conselhos. Em 2015 tornou-se Sócio Fundador da OPTME RH. Durante sua carreira já entrevistou mais de 10000 profissionais e contratou aproximadamente 400 pessoas pra mais de 130 clientes em diferentes segmentos.

Editado por Don Oleari – [email protected]

https://twitter.com/donoleari

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Don Oleari - Editor Chefão

Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham

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