A natureza não é selvagem | O poema de Paulo Soares Nazareth

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Paulo Soares Nazareth

MEU RINCÃO

No lugar onde vivo, as cidades ficam distantes, atrás dos montes.
Um vale pequeno, protegido por matas nas encostas, um córrego
que desliza suavemente, perene, margeado por papiros e flores…
Casas bonitas não se vê, o verde colore a paisagem em vários tons,
nos seus altos e baixos relevos, como se fossem os belos cabelos da
natureza, delicadamente penteados pela mão divina.

Um lugar calmo, com dias aquecidos pelo sol, tardes refrescando na chuva,
noites com estrelas brincando no céu, algumas correndo com seus rastros,
outras se juntando num forte abraço, contemplando o clarão da lua.

Uma morada diferente, envolvente, que abraça nossa vida, despida,
sem maquiagem, nua, mostrando toda sua beleza sem acanhamento,
onde até o tempo para um pouco e descansa da sua corrida veloz.
Um rincão rodeado de matos, matas, pomares, folhas, céu e flores,
que se exibem nas mais belas cores, o cheiro delicioso dos perfumes
inebriantes que aromatizam a alma, embriagam os pensamentos.

Esquilos correm pelo chão, micos pulam de galho em galho, o bater
das asas das borboletas azuis, douradas, multicores, contrastando com
o verde dominante, num matiz deslumbrante e encantador.

Pássaros livres, belíssimos, voando e cantando sem pensar em rima,
numa harmonia fora do canto, mas no voo da liberdade nativa,
fazendo do céu o seu esconderijo, das matas o seu abrigo,
e decorando minha morada com seu canto.

O rincão não permite gaiolas, armadilhas, nada que fira uma natureza
que desconhece, por completo, qualquer vestígio de maldade.
Aqui, os pensamentos ganham vida, voando nas asas dos pássaros,
ao encontro da felicidade, que está logo ali, no sonho da liberdade
que brilha no escuro de um profundo sono, com preguiça de acordar.

A aurora brota na copa das árvores, trazendo promessas de um novo dia.
O Sol, com a sua luz, que naquela noite também iluminou a Lua Nova,
na flor da sua mocidade, e que agora vai para o seu diurno descanso.

Dias, meses e anos vão passando, a idade sombreando o coração…
Matas, pássaros, flores, perfumes ainda dão cor e vida a este rincão,
um delicioso lugar, fácil de encontrar, que fica entre o céu e o chão,
onde tudo é diferente, nada é desigual, sem inveja do que não satisfaz.
Esse pedacinho de vida, cercado de esperança e protegido pela Paz.

Paulo S. Nazareth
2024

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
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