Ode à bunda
Renato Fischer, na trilha de outros humoristas e escritores, faz também sua Ode à bunda.
ATUALIZADA em 7/7//2024, domingo.
Em outro textículo publicado aqui há algumas semanas, citei uma afirmação do Fernando Veríssimo a respeito das músicas que só servem pra balançar a bunda.
Acabei por usar um termo meio pejorativo ao me referir a ela. O que nunca foi meu feitio. Acho que a bunda merece todo nosso respeito e reverência. Por ela e pelo nome. Os dois são perfeitos. Feitos um pro outro e vice-versa.
Ousaria lançar uma campanha pela criação do Premio Nobel da Genialidade a quem inventou os dois: ao criador do apetrecho físico e a quem lhe deu o nome.
O atributo físico tem sido muito bombardeado por grosserias, mas de outro lado, cantado, admirado e venerado por muitos. Alguns até perdem o fôlego ao se deparar com ela.
Meu irmão, certa vez, foi me contar que viu na Praia de Camburi uma mulher estonteante.
“Renato, você precisava ver que…. é.. qui, qui, quiiii buuuunnnda!”
Disse assim, de forma explosiva. A anatomia e o nome são explosivos. Por isso que digo serem os dois, um merecedor do outro e vice-versa. Não há ser tão parecido com seu nome quando a bunda.
O nome, não sei de onde surgiu. Alguns dão conta de que teria se derivado dos escravos trazidos de Angola, onde se falava o idioma que chamavam de Quimbundo.
Os negros (e as negras, principalmente) apresentavam os glúteos avantajados. Dai, por uma corruptela linguística, se convencionou chamar o traseiro de bunda.
https://br.pinterest.com/pin/1121185269717837620/
Um nome genial pra substituir a denominação usada até então pela língua portuguesa, que, ao contrario, é extremamente feia: cu.
Fico imaginando meu irmão falando daquela deusa da Praia de Camburi, em Vitória/ES, usando o português originário: “que…. qui, qui, quiiiii cuuuuuu!”
Horrível!
Aliás, lá no Alentejo, em Portugal, se chama injeção (de medicamento) de pica. Quem vai ao hospital corre o risco de levar uma pica no cu.
Ao contrário, a “nossa” bunda é muito mais sonora. Ao mesmo tempo que doce, é explosiva: Buunnnnnn da! Em determinadas circunstâncias nem conseguimos terminar a pronúncia. Falta fôlego. Sai só a explosão da Buunnnnn…
Vocês já perceberam que essas referências são dedicadas preferencialmente à anatomia feminina? Embora alguns vejam nos homens também algum adjetivo elogioso).
Nas mulheres se trata de um afrodisíaco.
E um ímã.
Dizem que as coisas que mais se atraem são: mulher e vitrine; pobre e funk; e olho e bunda. Tanto que essa atração tem se tornado um tanto quanto perigosa, porquanto tornou-se a causa do maior número de torcicolos atendidos nos prontos-socorros em todo mundo.
No Brasil a incidência é ainda maior. Vítima dessa atração, o pescoço sofre uma torção abrupta e incontrolável, provocando rupturas em suas fibras musculares.
Junto com o torcicolo, os ferimentos de face e até alguns traumatismos cranianos são frequentes quando as esposas estão por perto.
Bundas! Vieram com as escravas e nos escravizam até hoje. Para sempre (Renato Fisher).
(*) Renato Fischer é jornalista, médico, empresário.
Foto de capa: do Pinterest – https://br.pinterest.com/pin/1121185269717804265/
Resumo:
O nome, não sei de onde surgiu. Alguns dão conta de que teria se derivado dos escravos trazidos de Angola, onde se falava o idioma que chamavam de Quimbundo.
Ode à bunda
Edição, Don Oleari – [email protected] –
https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare
Primeira “black and white fortnight” do Ateliê Kleber Galveas| 16/12
Políticos enganadores e eleitores enganados | Alencar Garcia de Freitas | 16/12