pai
Ao Pai: a ele, primeira pessoa da Trindade e do mistério da criação, sem rosto, sexo ou cor. Nem alto, nem baixo.
Força e guia.
A ele, que me arranca do berço esplêndido, me joga na cultura, me faz falar.
Me coloca para andar mesmo trôpego, mesmo frágil, mesmo frouxo, dou meu passo em sua direção, referência que é.
Pai é esse que me atira para o mundo, que me joga no rio, que me ampara na descida da cachoeira, que me aponta um porto a que eu possa chegar.
Pai é aquele que agacha à minha altura, que me abraça pela cintura e me joga pro ar no ensaio de voo.
É quem, às vezes, poda minhas asas para fortalecê-las e não para mutilar, é quem me fornece equipamentos para eu não desabar ante as tempestades, me indica o perigo e onde eu possa pousar para descansar.
O pai vela meu sono, é vela na escuridão, é minha vela em oceano tenebroso.
Todo pai é maior que a sua carne, mais além do seu vício, é maior do que seu defeito. Nenhum pai humano é perfeito.
O pai é aquele que se oferece como escada, que nos fornece seu nome, que se deixa ser superado, que deseja ser enterrado.
Que os filhos, os filhos dos filhos, na escala das descendências, o rememorem sem culpa, sem dor, sem lamento.
Saibamos que, uma vez existindo, o pai jamais desaparecerá.
O meu pai está na terceira margem do rio me protegendo (Ítalo Campos).
Ítalo Campos é psicanalista, escritor, poeta.
Foto de capa: Ítalo Campos, Gilberto Gil e Rita Maia na posse do jornalista Merval Pereira na Academia Brasileira de Letras.
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