Rubens Pontes | Suicídio, tema tabu: a fragilidade das reações humanas | 22/4

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Rubens Pontes,
jornalista

 

AQUI RUBENS PONTES

Coluna

Naturalmente alheio à intimidade da redação do portal do oleari, o nosso eventual leitor não imagina o processo criativo que, afinal, irá compor as Colunas entregues à sua leitura e crítica.

É afinal tudo simples e objetivo. O redator expõe ao editor chefão, Don Oleari, seu propósito e como pretende a ele dar tratamento, recebendo dele (quase sempre), o aval e eventualmente até novos subsídios para desenvolvimento do tema.

No caso deste colunista, por exemplo, o sensível levantamento deste sábado pedia um “balanço” para medir possí

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matusalem dias de moura

veis repercussões negativas, tal a sensibilidade até epidérmica do tema pretendido:

– O suicídio de poetas ao longo do tempo, em todos os continentes.

Para o capixaba, o registro pode causar perplexidade, habituado a ver sempre um dos seus maiores poetas, Matusalém Dias de Moura, ostentar em qualquer circunstância, em suas diversas fotos, o largo e franco sorriso, transmitindo-nos a sensação de ser a vida, afinal, risonha e franca. Mostra-se sempre feliz, de braços dados com o mundo que o acolhe.

História implacálvel

A história, porém, é implacável, e a coluna, habitualmente voltada para amenidades, relê Gustavo Bastos, conceituando melancolia como temperamento solitário ligado à arte, culminando no chamado efeito werther, uma onda de suicídios afetando principalmente jovens românticos na Europa, nos fins do século XVIII.

 edwin-shneidman-1.jpg 22 de abril de 2023

“Suicidologia”

A chamada “suicidologia”, formulação atribuída ao psicólogo alemão Edwin Shneiden, conceitua o suicídio como resultado final da confluência de um máximo de dor, um máximo de perturbação e um máximo de pressão.

Uma espécie de modelo cúbico que ficou conhecido como o “cubo suicida De shneidman”. A verdade é que somente o suicida poderia afirmar ou negar ser o ato extremo um problema da mente, sempre relacionado com a dor psicológica, a dor das emoções negativas.

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florbela espanca

Florbela espanca

Episódio que marcou profundamente a literatura poética portuguesa, Flor Bela Lobo, que adotara o nome de Florbela D’alma da Conceição Espanca (1894-1930) foi marcada pela dor causada pela morte de um irmão em acidente aéreo.

A ele dedicou o livro “as máscaras do destino”, sem nunca se recuperar da trágica perda.

Com sua vida abalada desde então, tentou o suicídio por três vezes, culminando com sua morte, ingerindo superdose de barbitúricos no dia em que completava 36 anos de idade, 8 de dezembro de 1930.

Poetas vencidos pela vida

Ana Cristina Cruz Cesar

Poeta, crítica literária, professora e tradutora brasileira, considerada um dos principais nomes da “geração mimeográfico” – poesia marginal da década de 1970. Nasceu em 1952 e se suicidou aos 31 anos de idade,em 1983.

Mário De Sá-Carneiro

Poeta, cronista e ficcionista, expoente do modernismo em portugal, destacado membro da geração d’orpheu. Nasceu em 1890 e se matou aos 25 anos de idade.

torquato-neto-biografia-capa-1-e1682175431345.jpgTorquato Neto

Torquato Pereira de Araújo Neto, poeta, jornalista, letrista de música popular. Nasceu em 1944. Matou-se em 1972, aos 28 anos de idade.

Camilo Castelo Branco

Escritor português, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, poeta e tradutor.

Homenageado pelo Rei D. Luís como 1º Visconde de Correia Botelho. Nasceu em 1825 e cometeu suicídio aos 65 anos de idade.

Silvia Plath

Poeta romancista e cronista norte-americana, autora de “brasil: a redoma de vidro”. Nasceu em 1932. Suicidou-se em 1930, aos 36 anos de idade.

Paul Celan

Nome usado por paul pessakh antschelm , famoso poeta, tradutor e ensaísta romeno.

Sobrevivente do holocausto, vivia na frança, apontado como um dos mais importantes poetasmodernos da língua alemã.

Nasceu em 1920. Suicidou-se por afogamento no rio Sena, em abril de 1970, aos 49 anos de idade.

Serguei Iessienin

Poeta, o maior expoente do “imagismo russo”. Considerado um dos maiores poetas da rússia doséculo xx, foi casado com a bailarina isadora duncan.

Nasceu em 1895 e se matou num quarto do hotel inglaterra, em 1925, aos 30 anos de idade,

Anne Sexton

Vencedora do prêmio pulitzer de poesia, em 1967, nasceu m 1928 e praticou suicídio em 1967, aos 45 anos.

Alejandra Pizarnik

Argentina. Escritora e poeta com obras completas de poesia e prosa, publicadas em várias línguas e países. Nasceu em 1936.  Suicidou-se em 1974, aos 36 anos, ingerido excessiva dose de soníferos.

No ES, não há

Não há casos de suicídio entre os poetas do Espírito Santo.

Rubens pontes, jornalista

Capim Branco, MG

Poema

Como acalmar a mente agitada (*)

Aline D’avila.

 

“eu nunca soube o prazer de correr, até que eu corri…

Correr é conectar-se com o interior que você nem imaginava que exista.

É sentir o coração bater em uma velocidade tão intensa e tão pacífica ao mesmo tempo.

É desafiar a si mesmo,

É duvidar e ao mesmo tempo acreditar que é possível.

É sentir o solo tocar seus pés te provando a firmeza da matéria.

Sentir-se vivo, parte de algo.

É viajar entre o vento, ainda que as vezes ele te leve contra.

 

Correr é sentir-se poderoso,

Capaz, habilitado a vencer.

Não tem a ver com troféus e medalhas, mas com a recompensa de vencer o medo que antes te dominava.

Não há mais medo de errar, mas certeza que tentar é a glória da vitória.

A mente agitada se acalma,

Os problemas desaparecem ao som da batida do tênis,

As pisadas se alinham ao pulsar do coração.

Rápido, devagar, mas sem parar.

Sejam apenas 5 quilômetros, ou uma maratona,

Nunca foi sobre a distância,

Mas o quão longe você é capaz de se chegar.

 

(*) Aline Dávila, de bem com as pistas e também com a vida. A poeta, nascida no ES, mostra com clara simplicidade como superar frentes amargas que a vida muitas vezes nos impõe.

(*) Título imaginado pelo Portal do Oleari.

https://twitter.com/donoleari

Rubens Pontes | Pomerano: Sta. Maria de Jetibá, única cidade do mundo onde é ensinado e falado como segunda língua | 15/4

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham