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Manoel Goes: Viaduto Caramuru, 98 anos, um gigante restaurado | 30/9

Viaduto Caramuru

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CULTURA POPULAR | ES

manoel-goes-para-a-coluna-cultura-popular-2-1.jpg 12 de agosto de 2023
manoel goes

 

O icônico Viaduto Caramuru, no centro histórico da Capital do ES, Vitória, está entregue à comunidade, após receber uma total restauração realizada pela gestão do prefeito Lorenzo Pazolini. Esse viaduto, único remanescente do século 20, fora construído sobre a rua de mesmo nome ligando as ruas Dom Fernando à rua Francisco Araújo e ligando a cidade baixa a chamada Cidade Alta.

Foi batizado com o nome de Viaduto de São Francisco e construído entre 1924 e 1927, no governo Florentino Avidos.

A rua Caramuru é uma rua histórica e emblemática. Inicialmente foi denominada de Rua do Fogo. Foi cenário de uma épica batalha entre os locais, na sua maioria indígenas, contra os holandeses invasores que foram expulsos depois de derrotados . A partir de 1872 a rua do Fogo foi nomeada rua Caramuru.

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Foto do acervo do radialista Fábio Pirajá.

Na década de 1930 essa viela fora alargada em mais de 15 metros, dando acesso à Cidade Alta. Como curiosidade, o viaduto foi construído para passagem dos bondes, chegando a receber os trilhos. Devido a uma curva e também com o receio do sobrepeso na estrutura, nunca foi utilizado para a circulação do bonde.

O viaduto Caramuru é um local muito forte na minha memória afetiva e da nossa família. Por ali passamos muitas vezes para visitarmos os pais de papai, meus avós Adelina Araújo, vó Moça e vovô Goes e meu xará Manoel, que residiram toda a vida no final do Morro de São Francisco.

Nasci e moramos no Morro do Moscoso  e nos meus 5 primeiros anos de vida passei desde ainda bebê por essas ruas e alamedas, e também no Caramuru.

Vovó Moça era uma lavadeira, líder comunitária, membro da Confraria das Mulheres Pretas da Boa Morte, que fazia parte do grupo dos “Peroás”, parte pobre dos devotos de São Benedito.

Tinham os “Caramurus” representantes da elite. Esses dois grupos, creio que até hoje participam de uma histórica disputa religiosa e política entre a Igreja do Convento de São Francisco com a Igreja do Rosário dos Pretos do Centro. Tudo começou na luta pela guarda da imagem de São Benedito, iniciada em 1833 até por volta de 1903. Vovô Goes era bombeiro Militar, da primeira Cia.

Independente da Polícia Militar, nos anos 1930 Vovô Goes trabalhou como escafandrista do Corpo de Bombeiros em alguns serviços na fundação e na construção Ponte Florentino Avidos, a nossa “Cinco Pontes”, primeira ligação entre o continente, Vila Velha, à capital, Vitória.

Apesar de aos 5 anos de idade irmos morar no Bairro da Glória, em Vila Velha/ES, foi mantida a tradição de duas vezes ao mês virmos todos visitar nossos avós, passando o dia no Morro São Francisco, saboreando delicias, feitas no fogão a carvão e nas panelas de barro, culinária autêntica capixaba. Depois, mamãe Luzia foi introduzindo a culinária mineira, mineira que era.

A história do papai Antônio Goes e mamãe Luzia Mariano, vou contar no meu próximo livro “Parque Moscoso 1955”, aguardem!

Era um passeio inesquecível. No início, ida e volta de bonde da Glória até Paul, atravessar de bote (catraia), subir a pé até o Morro São Francisco. Assim foi toda a minha infância nos anos 1970.

É de importância primordial a preservação e a conservação do rico e belo patrimônio histórico e cultural do Espírito Santo. Sabemos das dificuldades e desafios  que o poder público tem em realizar essas ações de cidadania e pertencimento, e todas as realizações são dignas da nossa admiração e respeito.

O viaduto Caramuru está com 98 anos de muita história e a preservado manterá aquecido o sentimento de pertencimento e o orgulho de sermos capixabas. Importante que a nossa geração 500 anos conheça mais as nossas origens e ancestralidades. Afinal em 2035 o nosso Espirito Santo comemorará o seu V Centenário, um dos estados mais antigos da federação.

Por Manoel Goes, escritor, gestor cultural e diretor no IHGES

Viaduto Caramuru

Edição, Don Oleari – [email protected]

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Don Oleari - Editor Chefão

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Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham

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