A bunda
Sociedade dos Poetas & Contistas Vivos
Esta aqui estava numa “gaveta inernética” à espera de ir pro muuunnndooo…
É dedicada aos nossos estimados colaboradores – pela ordem de entrada – Rubens Pontes, Wilson Côelho, Eustáquio Palhares, Kleber Frizzera, Paulo Bonates, Renato Fischer, Paulo Soares Nazareth, Kleber Galvêas, Ronaldo Chagas Vieira, Leonece Barros, Claudio Figueiredo, professora Alda Luzia Pessoti, Anilson Ferreira, Cunha Junior, Edilson Lucas do Amaral, Alencar Garcia de Freitas, Rodrigo Melo Rego. Alexandre Caetano…
Sisquici de alguém, devo a um vinhozim verde quitô degustando, enquanto faço estas bem traçadas linhas – aqui, não tem como dizer “escrevo estas mal traçadas linhas” quinenqui nas antigas (Don Oleari).
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari (quem inventou a NEC foi nosso prezado Rubinho Gomes) |
Fleshibequi
Fizemos o programa Sociedade dos Poetas Vivos durante um bom tempo na Rádio Clube da Boa Música
O programa era ouvido por um bando de poetas de todos os cantos do planetinha, que a gente sempre achou que era redondim, apesar de ter muitas esquinas. Pois bem.
F5 = atualizando.
O poeta e psicanalista Italo Campos repicou com o célebre poema de Carlos Drummond de Andrade depois de ler a crônica de Renato Fischer Ode à Bunda, aí, ó:
Ode à bunda | Renato Fischer | 16/12 | Especial para a coluna “As Certinhas do Oleari” | https://donoleari.com.br/ode-a-bunda/
A Bunda, que engraçada
Carlos Drummond de Andrade
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora — murmura a bunda — esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda.
– Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1992.
Do Ítalo
Agora, um poema dele próprio, Ítalo Campos.
Todo dia anoitece
Ítalo Campos
As árvores do meu natal infantil eram floridas e tortas.
Pequenas, até rasteiras, me forneciam sombra, lobeira e pequi.
No cerrado o cajueiro dá muito fruto e sombra pouca.
No meu natal infantojuvenil
nem tão santo, nem tão pouco vil; não havia árvore branca, tudo era verde, amarelo.
O Brasil da minha infância era esperança.
Não havia árvore dentro de casa. Papai Noel deixava o presente na alpercata ou no sapato.
Eu o vigiava pelo buraco do cobertor em pleno calor.
Minha árvore no quintal , manga, abacate, goiaba, era onde eu treprava em prazer infantil.
Não, não havia luminárias, as luzes eram meus pais e uma penca de irmãos.
Nos embrulhos um carro de plástico ou um sapato novo.
De manhã o sol acorda como todo dia e eu invento que sou feliz até que a noite desça.
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