A bunda
A coluna é dedicada aos nosso estimados colaboradores – pela ordem de entrada – Rubens Pontes, Wilson Côelho, Eustáquio Palhares, Kleber Frizzera, Kleber Galvêas, Ronaldo Chagas Vieira, Leonece Barros, Claudio Figueiredo, professora Alda Luzia Pessoti.
Sisquici de alguém, devo a um vinhozim verde quitô degustando, enquanto faço estas bem traçadas linhas – aqui, não tem como dizer “escrevo estas mal traçadas linhas” quinenqui nas antigas (Don Oleari).
NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari (quem inventou essa daí foi nosso prezado Rubinho Gomes) |
Fleshibequi – Fizemos o programa Sociedade dos Poetas Vivos & Cronistas durante um bom tempo na Rádio Clube da Boa Músic
a, que esteve longo tempo num sófituere porreta que a colocava nesse mundão de Nossa Senhora da Inferneti.
O programa era ouvido por um bando de poetas de todos os cantos do planetinha, que a gente sempre achou que era redondim, apesar de ter muitas esquinas. Pois bem.
F5 = atualizando.
O poeta e psicanalista Italo Campos repicou com o célebre poema de Carlos Drummond de Andrade depois de ler a crônica de Renato Fischer Ode à Bunda, aí, ó:
Ode à bunda | Renato Fischer | 16/12 | Especial para a coluna “As Certinhas do Oleari” | https://donoleari.com.br/ode-a-bunda/
A Bunda, que engraçada
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora — murmura a bunda — esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda.
– Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1992.
Do Ítalo
Agora, um poema dele próprio, Ítalo Campos.
Todo dia anoitece
Ítalo Campos
As árvores do meu natal infantil eram floridas e tortas.
Pequenas, até rasteiras, me forneciam sombra, lobeira e pequi.
No cerrado o cajueiro dá muito fruto e sombra pouca.
No meu natal infantojuvenil
nem tão santo, nem tão pouco vil; não havia árvore branca, tudo era verde, amarelo.
O Brasil da minha infância era esperança.
Não havia árvore dentro de casa. Papai Noel deixava o presente na alpercata ou no sapato.
Eu o vigiava pelo buraco do cobertor em pleno calor.
Minha árvore no quintal , manga, abacate, goiaba, era onde eu treprava em prazer infantil.
Não, não havia luminárias, as luzes eram meus pais e uma penca de irmãos.
Nos embrulhos um carro de plástico ou um sapato novo.
De manhã o sol acorda como todo dia e eu invento que sou feliz até que a noite desça.
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