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Rubens Pontes: – “A principal qualidade da mulher deveria ser o horror à poesia” | Inspirações, Adelina Tecla Correia Lyrio | 11/6

horror à poesia

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Rubens Pontes

 

Coluna AQUI RUBENS PONTES – MEU POEMA DE SÁBADO

O Espírito Santo demorou a promulgar uma nova “lei áurea” capaz de abrir às mulheres o fechado campo feudal dos homens no campo da poesia.

Em novos tempos, a nossa “expertise” Maria Stella de Novaes, confirmando ser essa criação literária interditada às mulheres, assinalava que em 1917 a popular revista carioca de variedades “Fon Fon” publicara uma entrevista com o doutor Felix Pacheco, nome familiar aos capixabas:

“A principal qualidade da mulher deveria ser o horror à poesia”.

O Portal Don Oleari e a Coluna não conseguiram confirmar se a quintilha que se segue é de autoria de um capixaba, mas era muito popular naquele período da História e circulava sob risos irônicos nos meios da nossa cultura literária:

“Estude a geografia

Leia alguma boa história,

Mas, não se atire à poesia

Porque mulher, que se faz poeta,

Põe o marido pateta”.

Esse tabu masculinizado teria vida curta no Espírito Santo onde as mulheres, afinal, confirmaram que mesmo usando calças longas nós, os homens, teríamos superadas nossas ideias curtas.

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emiliana emery

Já em 1929, Emiliana Emery Viana, em Guaçuí, na época pequena cidade capixaba, entrara na Justiça para ter assegurado o direito ao voto e foi a terceira mulher brasileira a conquistar o título de eleitora.

Dez anos depois, em 1939, a professora, a enfermeira e pianista Rosa Schortig, então com 19 anos de idade, foi a primeira mulher do Espírito Santo a pilotar um avião.

Os exemplos se multiplicam evidenciando que a mulher capixaba sempre aspirou e conseguiu  libertar-se dos clássicos e limitativos tanques de lavar e cozinhas, ainda que de  um e de outro não se alheando.

Há com isso, e até que no campo da criatividade literária, poesia, sobretudo, a mulher também tivesse presença que a colocasse no podium ao lado dos poetas masculinos, passaram-se quase dois séculos desde a chegada das naus portuguesas até que a luta pela conquista da terra descoberta deixasse espaço para atividades lúdicas.

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José Félix Alves Pacheco

O crítico e pesquisador Felix Pacheco – jornalista, tradutor, poeta, político – transcreve correspondência de Pero de Castilho, nascido na Capitania do Espírito Santo em 1572, que poderia ter sido o primeiro literato na nossa terra. Falava com fluência a língua dos indígenas e é apontado como autor de um vocabulário da Língua Brasileira, em 1621.

Segundo informações registradas por Diogo Barbosa (in Biblioteca Lusitana) Manoel de Andrade de Figueiredo, nascido na Capitania do Espírito Santo em 1674, foi autor de um texto didático – Nova Escola para Aprender a Ler, Escrever e Contar e de poemas visuais.

No nosso tempo

A fase da Capitania do Espírito Santo foi ultrapassada e novos horizontes foram abertos para a formulação de uma literatura com características próprias.

E as poetas capixabas passaram a pisar num chão que possibilitava a abertura de espaços para criação e apresentação de seu trabalho no campo da emoção humana.

Para essa conquista, o Portal Don Oleari e a Coluna destacam o nome de Afonso Cláudio de Freitas Rosa, primeiro presidente do Espírito Santo no regime republicano.

Os saraus promovidos pelo Chefe do Governo propiciaram campo para que fossem declamados os primeiros poemas pelas próprias autoras, como as senhoras Dalmácia e Petronilha Antunes de Siqueira, criadoras de um poema-brinde em adorno de mesa para um dos saraus.

O Portal Don  Oleari, finalmente, se detém no nome da professora Adelina Tecla Correia Lyrio, apontada como a primeira poeta do Espírito Santo.  A Coluna levantou seu poema INSPIRAÇÕES, datado de 29 de janeiro de 1881, criação que finalmente enfrentou e superou o forte preconceito contra as poetas e suas criações.

Rubens  Pontes

Capim Branco, MG/

Inspirações

Adelina Tecla Correia Lyrio

(A primeira poeta capixaba – 29/1/1881)

 

“Nas tardes da primavera,

bafejadas pela brisa,

que triste rola nos bosques,

saudoso canto desliza;

que o sabiá, na floresta,

gorjeia uma canção,

sinto minha alma enlevada

de suave inspiração.

É nestas tardes amenas,

que na erma soledade,

solta a triste juriti

ternos cantos de saudade;

que, no prado, as lindas flores

exalam divino odor,

que minha lira suspira

saudosos cantos de amor.

É no silêncio da noite,

à luz alva do luar,

que as flores, a meiga aragem,

ligeira, vem bafejar.

Quando a onda vagarosa,

na praia vai desmaiar.

Que mil conchinhas reluzem,

à luz alva do luar.”

NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari: fuçamos a inferneti de cabo a rabo e nem o sábio, onipotente e insuperável Gugou conseguiu encontrar um retratim sequer da poeta destacada neste sábado por Rubens Pontes.

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Don Oleari - Editor Chefão

Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham

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