Plantio da Cannabis | Allan James Paiotti, CEO da Cannect, em entrevista exclusiva a João Paulo Oleare | 20/11| 20/11

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Plantio de canabis
Plantio da Cannabis

O plantio da cannabis é o tema desta entrevista exclusiva ao repórter João Paulo Oleare com Allan James Paiotti, CEO da Cannect, maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina. Eles falam sobre o tratamento, o cultivo e a diferença do uso “adulto-recreativo”.

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joão paulo oleare

Atualizada às 17h08m, 23/11/2023

Por João Paulo Oleare

O uso medicinal de canabis desde a década de 1990 vem sendo cada vez mais aceito por todo o mundo. De alguns anos para cá, o uso recreativo também.

No Brasil, a discussão tem avançado lentamente. No fim de outubro, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou projeto de lei do deputado Bispo Alves (Podemos), um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.

Para esclarecer mais sobre o tema, Don Oleari Portal de Notícias conversou com Allan James Paiotti, CEO da Cannect, maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina (João Paulo Oleare).

A entrevista

Plantio da Cannabis

João Paulo Oleare | Há necessidade de uma licença para o cultivo de cannabis para fins medicinais?

Allan Paiotti | Foi aprovado pelo Superior Tribunal de Justiça, no mês passado, que a justiça pode conceder salvo-conduto para o auto-cultivo de cannabis para fins medicinais a pacientes já amparados por prescrição médica e com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação desses medicamentos. Nesse contexto, é preciso que o paciente tenha autorização judicial para realizar o auto-cultivo.

JPO | Esse marco pode impactar na questão prisional, visto que grande parte da população penal está encarcerada por causa da guerra às drogas?

Plantio da CannabisAP | A possibilidade do Plantio da Cannabis – o auto-cultivo – nasceu da pressão da sociedade por alternativas de acesso a tratamentos com canabinoides.

É extremamente importante não confundir o uso medicinal da cannabis, que exige recomendação médica e está submetida a regulação específica, com o uso adulto/recreativo. São pautas diferentes, e reduzir tudo a uma coisa só coloca a saúde e a qualidade de vida dos pacientes em segundo plano.

Em um contexto mais amplo, não há dúvidas de que o tema da descriminalização das drogas, que tem potencial impacto direto na questão prisional, é extremamente relevante para a sociedade e precisa ser discutido.

JPO | Facilita a aquisição de remédios que utilizam algum princípio ativo?

AP | Não há impacto nesse sentido, pois a Anvisa já aplica uma regulação de vanguarda para permitir acesso a tratamentos importados de cannabis medicinal. Os pacientes que podem solicitar o salvo-conduto já têm prescrição médica e autorização da agência para importação desses medicamentos.

JPO | Pode ser um caminho para a legalização do consumo recreativo?

AP | O tema reflete um debate que a sociedade tem provocado em muitos países ao redor do mundo. Entretanto, é preciso reforçar que uma pauta não determina a outra, e cada qual deveria avançar considerando suas particularidades, riscos e benefícios.

A cannabis medicinal é uma potente opção de tratamento já utilizada por mais de 200 mil pessoas no Brasil nos últimos anos, e tem indicações para tratar sintomas e efeitos no tratamento de doenças crônicas como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, epilepsia, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Parkinson e Alzheimer. É nesse frente que a Cannect se propõe a avançar no debate.

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Don Oleari - Editor Chefão

Radialista, Jornalista, Publicitário.
Don Oleari Corporeitcham