O plantio da cannabis é o tema desta entrevista exclusiva ao repórter João Paulo Oleare com Allan James Paiotti, CEO da Cannect, maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina. Eles falam sobre o tratamento, o cultivo e a diferença do uso “adulto-recreativo”.
Atualizada às 17h08m, 23/11/2023
Por João Paulo Oleare
O uso medicinal de canabis desde a década de 1990 vem sendo cada vez mais aceito por todo o mundo. De alguns anos para cá, o uso recreativo também.
No Brasil, a discussão tem avançado lentamente. No fim de outubro, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou projeto de lei do deputado Bispo Alves (Podemos), um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.
Para esclarecer mais sobre o tema, Don Oleari Portal de Notícias conversou com Allan James Paiotti, CEO da Cannect, maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina (João Paulo Oleare).
A entrevista
Plantio da Cannabis
João Paulo Oleare | Há necessidade de uma licença para o cultivo de cannabis para fins medicinais?
Allan Paiotti | Foi aprovado pelo Superior Tribunal de Justiça, no mês passado, que a justiça pode conceder salvo-conduto para o auto-cultivo de cannabis para fins medicinais a pacientes já amparados por prescrição médica e com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação desses medicamentos. Nesse contexto, é preciso que o paciente tenha autorização judicial para realizar o auto-cultivo.
JPO | Esse marco pode impactar na questão prisional, visto que grande parte da população penal está encarcerada por causa da guerra às drogas?
AP | A possibilidade do Plantio da Cannabis – o auto-cultivo – nasceu da pressão da sociedade por alternativas de acesso a tratamentos com canabinoides.
É extremamente importante não confundir o uso medicinal da cannabis, que exige recomendação médica e está submetida a regulação específica, com o uso adulto/recreativo. São pautas diferentes, e reduzir tudo a uma coisa só coloca a saúde e a qualidade de vida dos pacientes em segundo plano.
Em um contexto mais amplo, não há dúvidas de que o tema da descriminalização das drogas, que tem potencial impacto direto na questão prisional, é extremamente relevante para a sociedade e precisa ser discutido.
JPO | Facilita a aquisição de remédios que utilizam algum princípio ativo?
AP | Não há impacto nesse sentido, pois a Anvisa já aplica uma regulação de vanguarda para permitir acesso a tratamentos importados de cannabis medicinal. Os pacientes que podem solicitar o salvo-conduto já têm prescrição médica e autorização da agência para importação desses medicamentos.
JPO | Pode ser um caminho para a legalização do consumo recreativo?
AP | O tema reflete um debate que a sociedade tem provocado em muitos países ao redor do mundo. Entretanto, é preciso reforçar que uma pauta não determina a outra, e cada qual deveria avançar considerando suas particularidades, riscos e benefícios.
A cannabis medicinal é uma potente opção de tratamento já utilizada por mais de 200 mil pessoas no Brasil nos últimos anos, e tem indicações para tratar sintomas e efeitos no tratamento de doenças crônicas como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, epilepsia, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Parkinson e Alzheimer. É nesse frente que a Cannect se propõe a avançar no debate.
Veja essa aí:
Canabidiol | Mazinho dá parecer favorável à proposta de Bispo Alves pela distribuição gratuita de remédio à base de canabidiol | 11/10
Plantio da Cannabis
Edição, Don Oleari – [email protected] –
https://www.facebook.com/oswaldo.oleariouoleare
Com assessoria de Nicolli Oliveira
Bruno Resende diz que é positiva prestação de contas da Secretaria Estadual de Saúde | 20/11
Falcão | Parceria entre Sesc e CT Falcão 12 traz o maior jogador da história do futsal ao ES
Médicos do ES: o prazer de pertencer à Ames | Paulo Bonates | 21/11
Vila Velha e Receita Federal abrem “Ponto de Atendimento Virtual” dia 27/11