Diego Locatelli visita a Vila Itororó restaurada e transformada em Centro Cultural em SP

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Diego Locatelli visita a Vila Itororó restaurada e transformada em Centro Cultural em SP | 10/7

Vila Itororó

…“que din donde nós passemos dias felizes de nossas vidas”…

Saudosa Maloca, Demônios da Garoa (veja vídeo lá embaixo).

NEC = Nota do Editor Chefão, Don Oleari – Vi uma referência à Vila Itotoró no saiti catracalivre – https://cat racalivre.com.br/ – .

Dona Neide na vila restaurada, 30 anos depois

Parei pra conferir. Nunca tinha ouvido falar da vila, embora, niquiqui morávamos em São Paulo a gente circulasse ali pelo entorno.

Postei o linki num grupo familiar, esse aí, ó: Don Oleari: Conheça a Vila Itororó: de moradia a um potente centro cultural em SP – https://catracalivre.com.br/agenda/centro-cultural-vila-itororo-sp/

Nosso querido neto torto, o Diego Locatelli, reagiu imediatamente, assim:

“Obaaaa…Ótima dica. Vou tentar ir hoje na Vila Itororó”.

Ele me disse que também não conhecia. Logo descobriu que tava rolando lá naquele domingo uma roda de choro.

E o resultado foi o texto abaixo, que tem fotos dele e da parceira Bianca Denuncio. A boaboa memo é que ele e Bianca encontraram lá uma antiga moradora da vila, Dona Neide, que lhes mostrou sua antiga casa.

Perguntei ao Diego: como te apresento na assinatura da matéria?

Ele me respondeu:

“Gosto de me colocar como Tradutor do mundo e, de vez em quando, como diretor de filme. E Bianca é Médica e aspirante a fotógrafa”. Sigam por aí com o texto do Diego. (Don Oleari).

Por Diego Locatelli – https://www.instagram.com/diegolocatelli_/

Fotos: Diego Locatelli e Bianca Denuncio

É véspera de feriado, amanhã já é natal. Nas soleiras dos muros os meninos e meninas esperam em silêncio a marcha passar.
Um a um saem de suas portas, se despedem e ouvem o desejo de boa sorte. E por que não “sucesso”?

Afinal, quem não quer fazer o gol um dia antes da comemoração do nascimento do menino Jesus, onde os parentes se reunem e as crianças tomam banho de torneiras, nas grandes pias de seus tios e tias.

O papagaio é de guarda, anuncia a chegada de Roberta, Penha, Joaquim, ou até de Mara. Prostrado na porta o bichano se cala ao som da marcha. Quantos nomes para pronunciar. Pelas minhas contas são onze e mais alguns.

Em frente aos passos do time da vila a bola é carregada heroicamente e para chegar ao campo tem que passar pelo mato e riacho. Hoje a orquestra percussiva das obras deixaram de se apresentar e a cantoria daqueles onze se fez ouvir ao longe.

A marcha passou e ela ficou na cozinha observando da janela as panelas recheadas se espalharem pela casa. Aquele conhecido assobio é ressabiado pelos tijolos alaranjados. Era ele, o mecânico que anuncia de seu posto que é hora do lanche. No entanto, ela já se cansou de enamorar.

Na Vila Itororó noite de natal também é baile. O som mecânico não para e o DJ é no estilo ritual. No alto das escadas ele sincroniza os passos através de seus BPMs tonais e fico imaginando as ondas sonoras se misturarem ao concreto do casarão de Francisco de Castro, fazendo com que suas estátuas com ar imperial comecem a dançar. Let’s Disco!

Olho em volta e vejo Neide apontar sua antiga moradia. É um reencontro. E tive a sorte de presenciá-lo ao lado de Bianca, depois de tanto tempo em que a antiga moradora se mudou da casa onde o papagaio a anunciava. Suas palavras fluem alegres junto ao filho.

Cada canto que ela observa e revive é como se cantasse o refrão “que din donde nós passemos dias felizes de nossas vidas”. Música que seria facilmente ouvida na sala de vinil do meu vô torto, Oleare ou Oleari, que com seu expresso gracejo pediu uns “retratin dusbão” da Vila Itororó (Diego Locatelli).