Kleber Galvêas
Trezentos mm de chuva forte é um espanto, quase um dilúvio. A água concentrada em uma direção embebeu a cidade, já cortada por um rio.
A lama tem um “DNA”, diz de onde veio. Meu vizinho Seu Dercy me ensinava: “O Barro é para horta? Pega lá no Zelito. Para botar na rua e solar? Pega lá na boca do mato. Para construção? No barreiro do Nadinho.” Não é difícil apontar a origem do barro.
A mídia tem mostrado as cenas do desastre no Sul do Espírito Santo e apontado apenas uma causa efetiva: a chuva.
Não se fala em agravantes: desmatamento; açudes precários; aterros diversos; rejeitos das atividades industriais, retificação de riachos, córregos e valas; movimento de terras para novas estradas; culturas agrícolas diferentes das tradicionais…
O Governo, detentor de muitas informações e pessoal especializado, é quem pode coordenar forças e se antecipar aos problemas.
Não é a primeira vez que chove intensamente naquela região. Será muito próprio um “mea culpa” e estudar com afinco se essa tragédia da natureza não teve colaboração humana.
Deve procurar entender a participação de cada um nesse fato de proporção incomum e agir, se antecipar a outros desastres nas nossas cidades e no campo.
Kleber Galvêas
Edição, Don Oleari – [email protected] – e Regina Trindade
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